11ª Mostra Cinema e Direitos Humanos ocorre em Porto Alegre de 06 a 11 de junho

Preto pobre puto | Foto: Reprodução

De 06 a 11 de junho a Cinemateca Capitólio Petrobras recebe a 11ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, uma realização do Ministério de Direitos Humanos, com produção nacional do Instituto Cultura em Movimento – ICEM, patrocínio da Petrobras e do Itaú e produção local da Primeira Fila Produções. A Mostra será realizada nas 26 capitais do país e no Distrito Federal, em centros culturais, instituições públicas e privadas e escolas.

Nesta edição, o circuito principal conta com 29 filmes entre curtas, médias e longas-metragens, divididos em três mostras: Panorama, Temática – que abordará questões de gênero, e Homenagem – com foco na obra da cineasta Laís Bodansky. Uma novidade este ano é a Mostrinha, voltada para o público infanto-juvenil e que exibirá outros oito curtas-metragens.

Destaque para as produções gaúchas Carol, de Mirella Kruel, e Epidemia de Cores, de Mário Eugênio Saretta, Madrepérola de Deise Hauenstein, De que lado me olhas de Ana Carolina de Azevedo e Helena Sassi e Pobre Preto Puto de Diego Tafarel.

A Mostra Panorama apresenta filmes selecionados a partir da convocatória pública e filmes que foram prospectados pela equipe de curadoria. São 17 produções que contemplam aspectos como direitos das pessoas com deficiência, população LGBT/enfrentamento da homofobia, memória e verdade, crianças, adolescentes e juventude, pessoas idosas, população negra, população em situação de rua, mulheres, direitos humanos e segurança pública, proteção aos defensores de direitos humanos, direito à participação política, combate à tortura, situação prisional, democracia e Direitos Humanos, saúde mental, cultura e educação em Direitos Humanos.

A Mostra Temática trata sobre a questão de gênero. Foram selecionados sete títulos que abordam temas relacionados às mulheres, orientação sexual e identidade de gênero, como, por exemplo, empoderamento feminino, violência contra a mulher, estereótipos de gênero, LGBTfobias, conquistas sociais, políticas e econômicas, o direito à igualdade e à não descriminação, dentre outros.

A Mostra Homenagem tem como tradição homenagear cineastas cuja filmografia explora a temática Direitos Humanos, trazendo-a para o foco dos debates. A homenageada desta edição é a cineasta Laís Bodansky, cuja obra tem relevância o debate sobre um mundo onde todos possam se reconhecer e viver a igualdade e direitos de oportunidades. Cinco filmes da cineasta fazem parte da programação.

A Mostra Cinema e Direitos Humanos é uma das estratégias do Governo Federal para a consolidação da cultura e educação em Direitos Humanos, ampliando espaços de debate e discussão por meio da linguagem cinematográfica e contribuindo para o exercício da solidariedade e do respeito às diversidades.

Para a realização da Mostra, o ICEM conta com uma rede de colaboradores locais espalhados por todo o país. “O produtor local é um grande multiplicador do valor cultural dos filmes exibidos e promotor de um debate aberto sobre a cultura, valores e temáticas nacionais. Ele responde pela Mostra nas capitais contempladas, nas instituições, organizações e nos meios de comunicações locais. Os produtores do projeto estão conectados em uma rede formada por diversos protagonistas, que viabilizam o funcionamento desta dinâmica relação”, diz a diretora do ICEM, Luciana Boal. Em Porto Alegre, a produção é da Primeira Fila Produções.

A Mostra em Porto Alegre também conta com uma exposição, que ficará em cartaz no Capitólio de 06 de junho a 02 de julho. Gestos, Camadas e Contexturas conta com seis obras de Tânia Oliveira e curadoria Alexandra Eckert. Tendo o ser humano como temática central, as pinturas de Tânia transmitem a reflexão da artista sobre corpos delicados e frágeis e coração sensível, de pessoas que tiveram suas vidas transformadas por algum infortúnio: dor, desespero e melancolia.

Segundo Tânia, o que está em questão nesta proposta é a noção de comunicabilidade. Tal possibilidade permite o intercambio de experiências e o conhecimento de realidades distintas, abandonando o silêncio do processo criativo para descortinar o contato com o outro.

A pintora atua há muitos anos como figurinista, especializando-se em filmes de época. Este trabalho de pesquisa e construção de personagem e de anatomia, Tânia acredita influenciar em sua pintura, encontrando a expressão e desconstruindo-a, como se pudesse moldá-la na tela.

No dia 10, às 16h, o público pode participar do debate “Ver com os ouvidos: o papel da audiodescrição na produção audiovisual”. A produção de audiodescrição no setor audiovisual é, mais do que uma recente exigência legal no Brasil, a garantia do direito de acesso de pelo menos 36 milhões de pessoas com deficiência visual à arte cinematográfica. Entre outros requisitos, o diálogo permanente entre produtores de cinema, de acessibilidade e o público torna-se indispensável para assegurar a qualidade funcional e estética deste recurso de acessibilidade comunicacional. Participam da atividade as produtoras e audiodescritoras na OVNI Acessibilidade Universal Mimi Aragón e Kemi Oshirom o produtor, diretor e artista digital da Bactéria Filmes, Pedro Marques, e o estudante de psicologia consultor e usuário de audiodescrição, Rafael Braz. O evento ocorre na Sala Multimídia com entrada franca.

Todas as exibições serão gratuitas. No site da Mostra – http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br é possível acompanhar quais sessões serão seguidas de debate e quais terão audiodescrição.

Programação
06 de junho, terça-feira
19h
Mostra Panorama
Depois Que Te Vi (16’33) Livre (Direitos da Pessoa com Deficiência)

Mostra Temática
De Que Lado Me Olhas (15′) Livre (Diversidade Sexual / Cidadania LGBT)

07 de junho, quarta-feira
10h
Mostra Panorama
Como Seria? (3′) 12 anos (Direitos da Pessoa com Deficiência)

Lápis Cor de Pele (15’53) Livre (Direitos da População Afrodescendente Igualdade Racial / Infância)

Pai aos 15 (16’14) 10 anos (Direitos da Criança e Adolescente, Igualdade Racial / Infância)

Chá do General (22′) Livre (Relações Intergeracionais)

Do Que Aprendi Com Minhas Mais Velhas (26′) Livre (Diversidade Religiosa / Cultura Tradicional )

14h – sessão com audiodescrição
Mostra Temática
A História da Menininha Que Amava Borboletas (4´) 14 anos (Direitos das Mulheres)
Precisamos Falar do Assédio (80′) 14 anos (Direitos das Mulheres)

16h – sessão com audiodescrição
Mostra Temática
Pobre Preto Puto (15′) 12 anos (Cidadania LGBT)
Carol (20′) 14 anos (Direitos das Mulheres / Direitos da Pessoa com Deficiência)

17h – sessão com audiodescriçao
Mostra Temática
Madrepérola (14,55′) 10 anos (Direitos das Mulheres)
Meu Nome É Jacque (72′) 12 anos (Cidadania LGBT / Diversidade Sexual/ Direitos das Mulheres / Direitos da Pessoa com Deficiência)

19h
Mostra Homenagem
As Melhores Coisas do Mundo (105′) 14 anos (Direitos da Criança e do Adolescente/ Diversidade Sexual)

08 de junho, quinta-feira
10h
Mostra Panorama
Manacial (7′) Livre (Direito ao Meio Ambiente Sustentável)
Menino 23 (80′) 10 anos (Direitos da Criança e do Adolescente/ Igualdade Racial/Trabalho Escravo)

14h
Mostrinha
Balanço das Meninas (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Hora do Lanchêêê (14’27) Livre (Direito a Alimentação Adequada)
Futebol, Paixão e Confusão (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Meninos e Reis (15’58) Livre (Direitos das Populações Tradicionais/ Direito à Cultura)

16h – sessão seguida de debate com Lucas Maróstica e Gabriel Galli
Mostra Panorama
Depois Que Te Vi (16’33) Livre (Direitos da Pessoa com Deficiência)
Mostra Temática – sessão seguida de debate
De Que Lado Me Olhas (15′) Livre (Diversidade Sexual / Cidadania LGBT)
Convidados:
Lucas Maróstica é jornalista, tem 26 anos, é um dos organizadores da Parada Livre de Porto Alegre. É o atual presidente da União Nacional LGBT-RS. Envolvido e engajado em diversas iniciativas de promoção de cidadania da população LGBT e promoção dos direitos humanos.
Gabriel Galli é jornalista e mestrando em Comunicação Social pela PUCRS. Co-fundador do grupo Freeda – Espaços de Diversidade, atua com foco em comunicação de movimentos sociais e pesquisa cultura digital.

17h
Mostra Panorama
Intolerância.doc (85′) 14 anos (Direitos Humanos / Segurança Pública)

19h
Mostra Homenagem
Cartão Vermelho (14′) 14 anos (Direitos das Mulheres)
Bicho de Sete Cabeças (84′) 14 anos (Direitos Humanos e Saúde Mental)

09 de junho, sexta-feira
14h
Mostrinha
Mônica Freestyle (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Iemanjá Yemoja: A Criação das Ondas (9’13) Livre (Direitos Humanos e Diversidade Religiosa)
Nana Nenê (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Imagine Uma Menina com Cabelos de Brasil (10′) Livre (Direitos da Criança e do Adolescente)

16h
Mostra Temática
Pobre Preto Puto (15′) 12 anos (Cidadania LGBT)
Carol (20′) 14 anos (Direitos das Mulheres / Direitos da Pessoa com Deficiência)

17h
Mostra Panorama
Estrutural (89′) 14 anos (Direito a Moradia/ Violência Policial/ Direito a Memória e Verdade / Direito a Terra)

19h – sessão seguida de debate com Deise Hauenstein, diretora de Madrepérola e Sandro Ka, representante do SOMOS
Mostra Temática
Madrepérola (14,55′) 10 anos (Direitos das Mulheres)
Meu Nome É Jacque (72′) 12 anos (Cidadania LGBT / Diversidade Sexual)
Sandro Ka é artista visual, doutorando e mestre em Poéticas Visuais pelo PPGAV/UFRGS, especialista em Ética e Educação em Direitos Humanos pela FACED/UFRGS e bacharel em Artes Plásticas formado pelo IA/UFRGS. No campo da pesquisa, se interessa pela articulação entre Arte, Política e Sexualidade, com ênfase em Cultura LGBT.
O SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade é uma ONG atuante em Porto Alegre/RS que realiza ações transdisciplinares, tendo como base os direitos humanos, com ênfase em direitos sexuais e direitos reprodutivos, a partir da articulação das áreas de educação, saúde, comunicação e arte. A sua missão é trabalhar por uma sociedade plural e democrática por meio da afirmação de direitos.

10 de junho, sábado
14h
Mostra Homenagem
Mulheres Olímpicas (52′) Livre (Direitos das Mulheres)

16h
Mostrinha
Balanço das Meninas (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Hora do Lanchêêê (14’27) Livre (Direito a Alimentação Adequada)
Futebol, Paixão e Confusão (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Meninos e Reis (15’58) Livre (Direitos das Populações Tradicionais/ Direito à Cultura)

17h – sessão seguida de debate com a presença de Diego Tafarel, diretor de Pobre Preto Puto, Mirela Kruel, diretora de Carol, Carolina Santos, Coletivo Feminino Plural e atriz do filme e Priscila Leote, da ONG Outra Visão

Mostra Temática
Pobre Preto Puto (15′) 12 anos (Cidadania LGBT)
Carol (20′) 14 anos (Direitos das Mulheres / Direitos da Pessoa com Deficiência)

A ONG Outra Visão atua em porto alegre desde 1999 mas tem seu registro em março de 2003. Atua na realização de parada livres e em cursos de formação da diversidade. E luta por direitos da comunidade LGBT Priscila Leote atual coordenadora do Outra Visão. Técnica de enfermagem e estudante de psicologia. Lésbica e militante dos direitos humanos

19h
Mostra Panorama
Humano – Uma Viagem Pela Vida (143′) 12 anos (Direitos Humanos)

12 de junho, domingo
14h
Mostra Homenagem
Chega de Saudade (95′) 12 anos (Direitos da Pessoa Idosa)

16h
Mostrinha
Mônica Freestyle (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Iemanjá Yemoja: A Criação das Ondas (9’13) Livre (Direitos Humanos e Diversidade Religiosa)
Nana Nenê (0,36′) Livre (Direitos das Mulheres)
Imagine Uma Menina com Cabelos de Brasil (10′) Livre (Direitos da Criança e do Adolescente)
17h
Mostra Panorama
Tortura Tem Cor (16′) Livre (Combate a Tortura / Direito a Memória e Verdade)
Praça de Guerra (19′) Livre (Direito a Memória e Verdade)
Quem? Entre Muros e Pontes (20′) 12 anos (Direitos dos Refugiados)
Índios No Poder (21′) 10 anos (Direitos da População Indígena)

19h – sessão seguida de debate com Mario Eugênio Saretta, diretor de Epidemia de Cores e Solange Luciano participante do documentário.
Mostra Panorama
Ilha (14′) 12 anos (Direito a Saúde Mental / Dignidade da Pessoa Humana)
Epidemia de Cores (70′) 8 anos (Direito a Saúde Mental)

Mário Eugênio Saretta: Antropólogo e diretor do filme Epidemia de Cores. Doutorando em antropologia social, realizou pesquisas sobre alteridade e loucura.

Solange Gonçalves Luciano: Artista, ativista pelos direitos humanos e autointulada como um verdadeiro resgate em saúde mental. Participante de Epidemia de Cores, é autora da coleção Vestes Falantes, inspirada em Nise da Silveira, que se referem ao período que esteve internada e às possibilidade de diálogo entre arte e loucura.