Sul21 recomenda ‘Sangue do Meu Sangue’, ‘A Economia do Amor’ e muito mais

Milton Ribeiro

Das doze estreias nos cinemas, destacamos duas: a nova provocação de Marco Bellocchio Sangue do meu Sangue e o francês A Economia do Amor, que deveria se chamar A Economia do Casal, pois diz mais sobre o filme e é o título original.  A vitalidade de Bellocchio é exemplar, imaginem que seu primeiro filme é de 1965.

Para quem gosta de ritmos fáceis, com no máximo 3 acordes, muita repetição, bateria fazendo barulho, a mesma melodia não importando a letra, de uma espécie de sertanejo universitário fingindo erudição, complexidade zero, nível de exigência auditiva só comparável a um rock de quinta categoria, há Carmina Burana com a Ospa no Araújo Vianna. Mas OK, é muito popular e leva as pessoas para verem a maravilha que é uma sinfônica.

Mas há muito mais em nosso Recomenda.

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Sangue do Meu Sangue (****)
(Sangue Del Mio Sangue), de Marco Belocchio, Itália / França / Suíça, 2015, 107 min

sangue-do-meu-sangue
Sangue do Meu Sangue conta a história de Federico, um homem que acaba sendo seduzido pela freira Benedetta, que já havia tido relações com Fabrizio, o gêmeo do jovem e padre de um convento da cidade de Bobbio. Por ter desvirtuado o pároco, a freira é presa no local, que é transformado em uma cadeia. O passado se transforma em presente e o convento/prisão é visitado, nos tempos atuais, por dois homens que querem comprar a propriedade, que parece estar abandonada. No entanto, eles descobrem que o local pertence ao “Conde”, um sujeito misterioso que anda sozinho pela cidade durante a noite e que tem ligações com a corrupção.

No Guion Center 2, às 15h35 e 19h25

A Economia do Amor (****)
(L’économie du couple), de Joachim Lafosse, Bélgica/França, 2016, 101 min

a-economia-do-amor-filme
No Brasil, A Economia do Casal virou em A Economia do Amor. Normal. Marie (Berenice Bejó) é uma mulher de família rica. Thierry (Cédric Kahn) é um arquiteto de família mais humilde e nunca conseguiu se estabelecer em um emprego. Depois de um casamento de dez anos, vão se separar, mas ainda vivem juntos. Tudo porque Thierry não tem para onde ir. Ainda há discordâncias quanto a divisão do apartamento. As brigas do casal costumam acontecer na presença de suas duas filhas pequenas. A todo instante os conflitos podem estourar. Aos poucos, vamos descobrindo os motivos do fracasso de uma relação que ainda guarda certa tensão amorosa.

No Espaço Itaú 7, às 14h40 e 19h20
No Guion Center 3, às 15h50 e 17h35

Cinema – Em cartaz

Depois da Tempestade (*****)
(Umi yori mo Mada Fukaku), de Hirokazu Koreeda, Japão, 2016, 118 min

depois-da-tempestade
O diretor japonês Hirokazu Koreeda tem apresentado novos filmes com uma rapidez impressionante, capaz de levantar dúvidas sobre a capacidade de manter o alto nível das obras. Embora suas histórias familiares, sempre agridoces e realistas, não tragam grandes experimentos formais nem lampejos de originalidade, ainda cativam pelo olhar aguçado aos conflitos humanos. Depois da Tempestade, em especial, representa um dos melhores filmes do cineasta nos últimos anos. Contando uma história familiar, Depois da Tempestade atinge momentos de beleza humana e cinematográfica ímpar. As cenas em casa são ótimas: através de diálogos simples, durante refeições ou jogos de tabuleiro, o roteiro constrói em profundidade as personalidades distintas, introduzindo gradativamente informações sobre o passado de cada um e sobre os ressentimentos guardados. As pequenas disputas por dinheiro, por atenção e por carinho são tão comuns que transformam esta família num núcleo universal. (Adaptado do AdoroCinema).

No Guion Center 1, 14h

Elle (*****)
(Elle), de Paul Verhoeven, França / Alemanha, 2015, 130 min

elle
Michèle (Isabelle Huppert) é a executiva-chefe de uma empresa de videogames, a qual administra do mesmo jeito que administra sua vida amorosa e sentimental: com mão de ferro, organizando tudo de maneira precisa e ordenada. Sua rotina é quebrada quando ela é estuprada por um desconhecido, dentro de sua própria casa. No entanto, ela decide não deixar que isso a abale. O problema é que o agressor misterioso ainda não desistiu dela. Verhoeven é um mestre e Elle é sério candidato a melhor filme de 2016. Trata-se de uma obra controversa, por escapar a qualquer expectativa narrativa ou cinematográfica associada à figura do estupro. Michèle não é uma personagem perversa, passiva nem sofrendo de qualquer síndrome de Estocolmo. Seu comportamento soa tão estranho que talvez seja mais fácil, justamente, descrevê-la pelo que ela não é. O filme de Paul Verhoeven incomoda por situar uma ação de claro cunho moral para além da razão e da ética, além do bem e do mal. Nenhum personagem age como se esperaria nesta situação, e este mecanismo solicita constantemente o julgamento do público. (Adaptado do AdoroCinema).

No Espaço Itaú 5, às 21h30
No GNC Moinhos 1, às 16h
No Guion Center 3, às 21h20

Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil (*****)
(Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil), de Belisario Franca, Brasil, 2016, 80 min

menino-23
Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil, de Belisario Franca, está na disputa para melhor documentário no Oscar 2017. O documentário conta a história de meninos órfãos e negros, vítimas de um projeto criminoso de eugenia, que foram escravizados no ano de 1930 por simpatizantes do nazismo. A partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, o filme acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar e a descoberta de um fato assustador: durante os anos 1930, cinquenta meninos negros e mulatos foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para a fazenda onde os tijolos foram encontrados. Lá, passaram a ser identificados por números e foram submetidos ao trabalho escravo por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, e que não escondia sua simpatia pelo ideário nazista. Aos 83 anos, dois sobreviventes dessa tragédia brasileira, Aloísio Silva (o “menino 23”) e Argemiro Santos, assim como a família de José Alves de Almeida (o “Dois”), revelam suas histórias pela primeira vez.

No CineBancários, às 17h

Animais Fantásticos e Onde Habitam (****)
(Fantastic Beasts and Where to Find Them), de David Yates, EUA, Reino Unido, 2016, 133 min

animais-fantasticos
Em 1926, Newt é um magizoologista, pessoa que cuida de animais com alguns poderes (rapimônio, occami, seminviso, gira-gira). Ele acaba de chegar a Nova York, com sua maleta repleta de criaturas, uma delas foge. Ele troca, sem querer, sua mala com a de um operário, Jacob, que quer ser padeiro. Agora ele precisa capturar os animais que estão fugindo da mala. Tina Goldstein é funcionária do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, e está investigando Newt, que é suspeito de contrabandear animais perigosos. Logo percebendo a confusão em que Newt se meteu, irá ajuda-lo a desfazer o mal entendido, junto com Jacob e sua irmã Queenie, que tem o poder de ler mentes. Só isso bastava, mas ainda tem a história mais densa: o jovem Credence, com uma mãe dominadora e fanática, quer a destruição dos bruxos. (Adaptado do Cinema Detalhado).

CÓPIAS IMAX 3D DUBLADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 13h30
CÓPIAS IMAX 3D LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 16h10, 18h50 e 21h30
CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 1, às 21h40
No Cinemark Barra 5, às 13h
No Cinemark Ipiranga 4, às 14h40
No GNC Iguatemi 4, às 16h20 e 21h50
No GNC Praia de Belas 1, às 13h20 e 18h50
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No Cinemark Barra 5, às 16h15, 19h30, 22h30
No Cinemark Ipiranga 4, às 17h40, 20h50
No GNC Iguatemi 4, às 13h30 e 19h10
No GNC Praia de Belas 1, às 16h10 e 21h40
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 2, às 16h30 e 19h
No Arcoplex Rua da Praia 2, às 13h, 15h30
No Cine Victória 1, às 20h
No Cineflix Total 1, às 13h40, 16h20, 19h
Cinespaço Wallig 2, às 13h30, 16h, 18h30
Cinemark Barra 2, 13h40
GNC Lindoia 1, 13h20, 16h10, 19h
No GNC Praia de Belas 3, ÀS 21h10
GNC Praia de Belas 6m 16h20
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 2, às 21h10
No Espaço Itaú 4, às 14h, 16h30, 19h e 21h30
GNC Praia de Belas 6, às 19h10

Snowden — Herói ou Traidor (****)
(Snowden), de Oliver Stone, EUA, 2016, 135 min

snowden
O exílio de Oliver Stone no limbo da irrelevância parece ter terminado com Snowden – Herói ou Traidor. O drama não é apenas o trabalho mais engajado do diretor desde Nixon (1996) – é também o filme político mais importante e aparentemente transparente de um cineasta norte-americano em anos. O filme conta a história de Edward Snowden, um contratado da NSA (a agência de segurança nacional dos EUA, focada em funções de interceptação e criptoanálise). Ele a denuncia e foge da agência após vazar documentos que revelam até que ponto a vigilância americana se estende no mundo de hoje. Stone faz um filme que pede ao público para que escolha um dos lados no que compete a questão da vigilância americana através da tecnologia, enquanto mostra o outro lado, o de Snowden, muito bem interpretado por Joseph Gordon-Levitt. Se você levar em conta tudo o que viu na mídia normal, pode pensar que já sabe tudo sobre essa história. Talvez tenha até decidido, tempos atrás, que Snowden é um traidor ou que foi muito longe ao revelar documentos e segredos da agência que jurou defender. Pró-Snowden ou anti-Snowden, não importa o lado que você escolheu, o filme de Stone irá aprofundar suas respostas às ações do personagem. (Da Quadro por Quadro)

No Espaço Itaú 5, às 19h

Aquarius (*****)
de Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2016, 145 min

Aquarius
Kleber Mendonça Filho já marcara seu nome no cinema brasileiro com o extraordinário O Som ao Redor. Em vez de apenas colher a glória de seu grande filme, bisou o feito, realizando outro também notável. Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaças para que mude de ideia. Uma história lotada de Brasil.

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h10

Exposições e Artes Plásticas

O vazio é um Espelho — Exposição individual de Carine Wallauer
Galeria Lunara, Av. Pres. João Goulart, 551 – 5º andar – Usina do Gasômetro
1º de dezembro de 2016 a 8 de janeiro de 2017, de terças a domingos, entre 9h e 21h

A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre realiza sua última exposição de 2016 a partir de 1º de dezembro, na Galeria Lunara da Usina do Gasômetro (5º andar): O Vazio é um Espelho, individual de Carine Wallauer, artista gaúcha radicada em São Paulo que vem se destacando como um dos talentos emergentes da nova fotografia brasileira. O Vazio é um Espelho é uma exposição feita a partir do fotolivro de mesmo nome, lançado em conjunto com a Azulejo Arte Impressa no final de 2015. A publicação circulou por importantes festivais e feiras em diferentes países, e teve lançamentos na Feira Plana, na SP Arte e na Paris Photo. Segundo Carine Wallauer, trata-se de um trabalho extremamente pessoal, que reflete um momento particular da trajetória da artista: “Nem sempre a gente entende o que sente. Nem sempre a gente sabe demonstrar. Precisei da alma da Thaiani Wagner – modelo irmã – e do coração da Raquel Chamis – poeta irmã – para expressar isso tudo que fui em um determinado momento e que permanece aqui, em ondas suaves”. O texto abaixo resume o estado de espírito que levou a artista a criar as imagens reunidas na exposição O Vazio é um Espelho: “Aquele peso está sobre teus ombros. Acompanha a procissão solitária que passa pela praia sem ser ouvida. O mundo se move para curar as fissuras – te traz ao contravento; banha com sal as primeiras dores. Ontem mesmo o farol girava e cada vez o escuro era maior: pedi por noite. Aquele peso está entre as minhas mãos. Toco teu rosto e sinto que posso aos poucos retornar”.

Carine Wallauer
Carine Wallauer

Exposição Espaço-Tempo / Berlin-Brasil
Sala O Retrato, no Centro Cultural Érico Veríssimo (Rua dos Andradas, 1223), com entrada gratuita
De 22 de novembro a 17 de dezembro (Terças a sextas, das 10h às 19h. Sábados, das 11h às 18)

Traduzir em imagens a carga emocional resultado das modificações que o tempo imprime nos corpos e nos objetos é o objetivo das fotógrafas gaúchas Mirian Helfenstein e Lucien Corseuil, em um trabalho que poderá ser conferido no Centro Cultural Érico Veríssimo, na Capital, de 22 de novembro a 17 de dezembro. Com o nome “Exposição Espaço-Tempo / Berlin-Brasil”, a mostra reúne 20 fotografias marcantes, captadas na Alemanha e no Brasil, em locações que hoje resumem-se a lembranças e ruínas. O primeiro ensaio foi realizado em 2014, no hospital Beelitz-Heilstätten, em Berlim, desativado há quase 20 anos. Com figurino e direção de Mirian e Lucien, a modelo trans Sanni Est passeia pelo complexo de saúde abandonado, traduzindo a decadência de um prédio que já serviu de cenário para filmes como O Pianista e Operação Valkíria. Construído no final do século XIX para o tratamento da tuberculose e transformado em hospital militar durante a Primeira Guerra Mundial. Em um segundo momento, a parceria com a atriz Graziela Gallichio resultou em belas imagens do Hospital Colônia Itapuã, em Viamão, instituição criada na década de 40 e que se tornou uma verdadeira cidade voltada ao confinamento dos leprosos. Dos prédios que abrigaram até cerca de 1.500 pessoas, ficaram a memória de um mundo à parte, com sua história lembrada por alguns moradores remanescentes. “Essa conexão entre os dois países foi possível porque os lugares traduzem a nossa ideia sobre a passagem do tempo, que marcam as nossas vidas das mais diferentes formas e que insistem em nos repetir: tudo muda, o tempo todo”, afirmam as fotógrafas.
espaco-tempo-berlim-brasil

Exposição no MARGS apresenta o lírico e o onírico de Zoravia Bettiol
Na Praça da Alfândega, s/n
Até 11 de dezembro, De terças a domingos, das 10h às 19h

Ao longo de 2016, a artista plástica Zoravia Bettiol comemora seus 80 anos de vida e 60 de arte. Assinalando a data, está em cartaz no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), até 11 de dezembro, a exposição Zoravia Bettiol – o lírico e o onírico, pautada no lirismo e na fantasia, aspectos marcantes da personalidade, do processo artístico e da poética da artista. Reunindo obras de mais de seis décadas, a mostra tem curadoria dos historiadores e críticos de arte Paula Ramos e Paulo Gomes, que há anos acompanham a trajetória de Zoravia. A exposição é composta por desenhos, pinturas, gravuras, arte têxtil, objetos, ornatos e joias, além de registros de performances. Entre os destaques, a série Sentar, sentir, ser, iniciada em 2005 e concluída em 2016. Surgida a partir da reflexão do grande tempo que as pessoas permanecem sentadas, diariamente, a série exibe a própria artista em poses e situações engraçadas, realizando distintas ações que podem ser feitas enquanto se está, justamente, sentado, tais como: comer, legislar, celebrar, fofocar, magicar etc. Solta no espaço, em meio à representação de elementos e adereços que identificam as atividades empreendidas, a artista desponta em composições de cores cítricas e ridentes, que articulam fotografia, desenho, pintura e colagem. Outro destaque está no conjunto completo de xilogravuras para a lenda A salamanca do Jarau, publicada por Simões Lopes Neto (1856–1916) em seu livro Lendas do Sul (1913). Zoravia ilustrou o texto no final dos anos 1950, produzindo 27 imagens que serão expostas pela primeira vez em sua totalidade, acompanhadas por vários estudos preparatórios.
foto-2_zoravia-bettiol_voce-acredita-na-mulher-serrada_serie-circo_xilogravura_1967

Rafael Muniz expõe “Corpos” na UFCSPA
No Espaço de Artes da UFCSPA, Rua Sarmento Leite, 245
Até o dia 17 de dezembro, de segunda à sexta-feira, das 9h às 20h e aos sábados, das 9h às 11h30

A exposição faz parte de um trabalho desenvolvido por Rafael Muniz, desde 2013, no qual ele cria corpos a partir de outros corpos e mostra a relação de desejo entre eles — seja o desejo como caminho e percurso, seja o desejo de erotizar em diálogo entre o desenho e a pintura. Os desenhos foram feitos originalmente em um livro e, depois pontos de emergência deram a continuidade ao trabalho em outros suportes. Na tela e no papel, Muniz busca a composição do espaço em branco como potência para este corpo, que se torna um corpo suporte e um corpo desenhante.
A partir desses processos, desenvolve a pesquisa com a criação de corpos erotizados com intercessores da anatomia humana. O artista explica que, etimologicamente, as palavras desenhar, designar e desejo possuem uma raiz semelhante: percurso e caminho. Como prática, assume a metodologia cartográfica deleuze-guattariana, originando corpos a partir dos disparos que a própria linha sugere, cartografando e registrando o processo criativo. “A construção se dá da mesma forma que o ato sexual: olhamos, analisamos, despimos, tocamos. Tiramos as camadas de pele. “Somos compostos alquímicos de desejos libidinosos, sede de ventres e profusão locomotiva na construção de linhas, de um corpo que deseja e de um corpo desejante em mistura, de seres andróginos e amalgamados”, revela. Muniz cursa bacharelado em Artes Visuais no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é bolsista de extensão do Projeto Tinta Fresca e Estudos do Corpo/FACED/UFRGS e integrante do Núcleo de Arte Impressa (IA/UFRGS).
rafael-muniz

Cadernos de roupas, memórias e croquis
Exposição de Ronaldo Fraga na CCMQ
De 9 de novembro até dia 11 de dezembro,
De terças a sextas, das 10h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h,
Na Galeria Augusto Meyer e Espaço Maurício Rosenblatt – 3º andar da CCMQ (Andradas, 736).
Entrada gratuita

O Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi) apresenta, nos espaços Augusto Meyer e Maurício Rosenblatt da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), a exposição Caderno de Roupas, Memórias e Croquis, do estilista mineiro Ronaldo Fraga. A mostra, que fica no centro cultural de 9 de novembro a 11 de dezembro, reúne material das 42 coleções de Fraga. Croquis, material gráfico, vídeos e roupas convidam a um mergulho no universo e no processo criativo deste multiartista, provocando várias análises da moda como um vetor de reafirmação e apropriação cultural. “Moda é interpretação de texto e contexto social, histórico, econômico e cultural. Moda é técnica, textura, cores, tecidos e negócio. Mas, para mim, moda é antes de tudo a transformação do olhar por meio da escrita pessoal do indivíduo nas suas escolhas do vestir”, comenta Fraga. A intenção é desvendar pequenos vestígios de uma escrita particular, desenhadas pelo estilista mineiro e vestidos nos outros. “Por riscos, rabiscos e esboços desenhei histórias absurdas do homem comum. Transformei música, literatura, cultura brasileira e alguns ‘buracos’ do meu tempo em roupas-desenho e desenhos-memória. As mãos do velho-menino-que-conheço desde sempre ainda coçam diante de uma caixa de lápis de cor. A vontade de ilustrar uma nova história para vestir é o que não me deixa descer do balanço, porque este é o meu parque de diversões”, completa. A exposição foi apresentada em Belo Horizonte, na Casa Fiat de Cultura, em outubro de 2012, e atraiu mais de 45 mil visitantes.
exposicao-ronaldo

Música

Ospa — Carmina Burana
No Auditório Araújo Vianna nos dias 3 e 4 de dezembro, às 20h30 e às 18h

Uma das peças mais memoráveis da música ocidental poderá ser apreciada na íntegra pelos porto-alegrenses. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre apresentará “Carmina Burana”, de Carl Orff (1895-1982), sob a regência de Evandro Matté. A obra ganhará montagem com orquestra, coros, solistas convidados e dançarinos no Auditório Araújo Vianna nos dias 3 e 4 de dezembro, às 20h30 e às 18h, respectivamente. Os ingressos custam R$ 30, e são vendidos nas Lojas Multisom e, nos dias dos espetáculos, na bilheteria do local.

Foto: Daniel Boucinha
Foto: Daniel Boucinha