Sul21 recomenda ‘Rainha de Katwe’, ‘Quando o dia chegar’ e mais

Milton Ribeiro

Após uma semana de grandes lançamentos, esta chega mais morna. Rainha de Katwe é um filme da Disney que trata de ugandesa Phiona Mutesi, uma menina que destacou em seu país e no mundo jogando xadrez. A direção é da competente indiana Mira Nair.  O dinamarquês Quando o dia chegar mostra como era a violência contra a infância nos orfanatos daquele país nos anos 60. O filme é realista e não é mole de assistir.

As continuações têm algo raramente visto em nosso Recomenda: 5 filmes 5 estrelas. São eles Depois da Tempestade, Elle, Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil, Cinema Novo e Aquarius.

A música também é destaque com um bom Desconcerto no Parangolé e um o Concerto da noite de domingo da Ospa.

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Rainha de Katwe (****)
(Queen of Katwe), de Mira Nair, EUA, 2016, 124 min

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Rainha de Katwe é um filme estadunidense da indiana Nair que reúne os gêneros drama biográfico e esporte. O filme descreve a vida de Phiona Mutesi, uma enxadrista ugandesa nascida no bairro de Katwe e que se tornou candidata a Grande Mestre após seus desempenhos nas Olimpíadas de Xadrez. O filme foi produzido pela Walt Disney Pictures e ESPN Films. Katwe é o maior dos oito bairros pobres de Kampala, capital do Uganda. Tim Crothers, autor do livro que deu origem ao filme, definiu-o como um dos piores lugares do mundo. Não há saneamento e há insetos por todo o lado. Um antro de pobreza, onde ir à escola é mais do que um luxo. É uma miragem para a maioria. “É um lugar onde toda a gente está em movimento, mas ninguém sai dali. Diz-se que “Se nasceste em Katwe, morrerás em Katwe — de doença, violência ou negligência”, descreve. Phiona é humilhada quando chega à escola de xadrez, no entanto, ela não desiste e se empenha em aprender as técnicas do jogo. Em pouco tempo, Phiona se mostra um prodígio e a motivação de Robert para levar a equipe de crianças cada vez mais longe.

No Cinemark Barra 8, às 19h30 e 22h10
No Espaço Itaú 8, às 17h, 19h20 e 21h40
No GNC Moinhos 3, às 17h e 19h30

Quando o dia chegar (***)
(Der Komer en Dag), de Jesper W. Nielsen, Dinamarca, 2016, 110 min

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Dois irmãos, Elmer e Erik, vivem em Copenhagen no ano de 1967, ápice da corrida espacial. Quando sua mãe começa a passar por sérios prolemas de saúde e é levada para um centro médico para ser internada, eles são conduzidos para um centro de adoção de referência… O filme é radical e mostra sem maquiagem os horrores vividos pelos órfãos da Dinamarca nos anos 1960. Os meninos cumprem um cronograma de tarefas árduas. Quando cometem alguma “falta”, são duramente penalizados, sendo expostos a humilhações e surras. Nielsen não poupa a plateia da encenação cruel de uma realidade. Com o apoio do roteiro assinado por Søren Sveistrup, Nielsen vai fundo inclusive ao explicitar a prática de pedofilia. Os estômagos mais fracos que se cuidem. Tanta maldade só cessa quando as fantasias de Elmer, que sonha em ser astronauta, ganham vida. Ou mesmo nas intervenções de Lilian (Sofie Gråbøl), a nova professora do orfanato cercada de dilemas quanto à tirania de Frederik.

No Guion Center 3, às 16h15 e 20h35

Cinema – Em cartaz

Depois da Tempestade (*****)
(Umi yori mo Mada Fukaku), de Hirokazu Koreeda, Japão, 2016, 118 min

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O diretor japonês Hirokazu Koreeda tem apresentado novos filmes com uma rapidez impressionante, capaz de levantar dúvidas sobre a capacidade de manter o alto nível das obras. Embora suas histórias familiares, sempre agridoces e realistas, não tragam grandes experimentos formais nem lampejos de originalidade, ainda cativam pelo olhar aguçado aos conflitos humanos. Depois da Tempestade, em especial, representa um dos melhores filmes do cineasta nos últimos anos. Contando uma história familiar, Depois da Tempestade atinge momentos de beleza humana e cinematográfica ímpar. As cenas em casa são ótimas: através de diálogos simples, durante refeições ou jogos de tabuleiro, o roteiro constrói em profundidade as personalidades distintas, introduzindo gradativamente informações sobre o passado de cada um e sobre os ressentimentos guardados. As pequenas disputas por dinheiro, por atenção e por carinho são tão comuns que transformam esta família num núcleo universal. (Adaptado do AdoroCinema).

No Guion Center 3, 18h25
No Espaço Itaú 2, 19h20

Elle (*****)
(Elle), de Paul Verhoeven, França / Alemanha, 2015, 130 min

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Michèle (Isabelle Huppert) é a executiva-chefe de uma empresa de videogames, a qual administra do mesmo jeito que administra sua vida amorosa e sentimental: com mão de ferro, organizando tudo de maneira precisa e ordenada. Sua rotina é quebrada quando ela é estuprada por um desconhecido, dentro de sua própria casa. No entanto, ela decide não deixar que isso a abale. O problema é que o agressor misterioso ainda não desistiu dela. Verhoeven é um mestre e Elle é sério candidato a melhor filme de 2016. Trata-se de uma obra controversa, por escapar a qualquer expectativa narrativa ou cinematográfica associada à figura do estupro. Michèle não é uma personagem perversa, passiva nem sofrendo de qualquer síndrome de Estocolmo. Seu comportamento soa tão estranho que talvez seja mais fácil, justamente, descrevê-la pelo que ela não é. O filme de Paul Verhoeven incomoda por situar uma ação de claro cunho moral para além da razão e da ética, além do bem e do mal. Nenhum personagem age como se esperaria nesta situação, e este mecanismo solicita constantemente o julgamento do público. (Adaptado do AdoroCinema).

No Guion Center 2, às 16h10, 18h30 e 21h
No Espaço Itaú 2, às 14h20, 16h50 e 21h30
No GNC Moinhos 1, às 16h, 18h50

Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil (*****)
(Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil), de Belisario Franca, Brasil, 2016, 80 min

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Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil, de Belisario Franca, está na disputa para melhor documentário no Oscar 2017. O documentário conta a história de meninos órfãos e negros, vítimas de um projeto criminoso de eugenia, que foram escravizados no ano de 1930 por simpatizantes do nazismo. A partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, o filme acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar e a descoberta de um fato assustador: durante os anos 1930, cinquenta meninos negros e mulatos foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para a fazenda onde os tijolos foram encontrados. Lá, passaram a ser identificados por números e foram submetidos ao trabalho escravo por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, e que não escondia sua simpatia pelo ideário nazista. Aos 83 anos, dois sobreviventes dessa tragédia brasileira, Aloísio Silva (o “menino 23”) e Argemiro Santos, assim como a família de José Alves de Almeida (o “Dois”), revelam suas histórias pela primeira vez.

No CineBancários, às 15h e 17h

Animais Fantásticos e Onde Habitam (****)
(Fantastic Beasts and Where to Find Them), de David Yates, EUA, Reino Unido, 2016, 133 min

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Em 1926, Newt é um magizoologista, pessoa que cuida de animais com alguns poderes (rapimônio, occami, seminviso, gira-gira). Ele acaba de chegar a Nova York, com sua maleta repleta de criaturas, uma delas foge. Ele troca, sem querer, sua mala com a de um operário, Jacob, que quer ser padeiro. Agora ele precisa capturar os animais que estão fugindo da mala. Tina Goldstein é funcionária do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, e está investigando Newt, que é suspeito de contrabandear animais perigosos. Logo percebendo a confusão em que Newt se meteu, irá ajuda-lo a desfazer o mal entendido, junto com Jacob e sua irmã Queenie, que tem o poder de ler mentes. Só isso bastava, mas ainda tem a história mais densa: o jovem Credence, com uma mãe dominadora e fanática, quer a destruição dos bruxos. (Adaptado do Cinema Detalhado).

CÓPIAS IMAX 3D DUBLADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 13h30
CÓPIAS IMAX 3D LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 16h10, 18h50 e 21h30
CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 1, às 16h15, 19h e 21h45
Cinespaço Wallig 4, às 17h30 e 20h30
No Cinemark Barra 2, às 19h10
No Cinemark Barra 4, às 14h30
Cinemark Barra 5, às 15h15 e 18h30
No Cinemark Ipiranga 4, às 14h20, 17h20, 20h20
No Cinemark Ipiranga 8, às 16h20
No GNC Iguatemi 4, às 16h20 e 21h50
No GNC Praia de Belas 1, às 13h10 e 18h50
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No Cinemark Barra 2, às 22h20
No Cinemark Barra 4, às 17h40 e 20h45
No Cinemark Barra 5, às 21h30
No Cinemark Ipiranga 3, às 15h20, 18h20, 21h20
No Cinemark Ipiranga 8, às 22h20
No GNC Iguatemi 4, às 13h30 e 19h10
No GNC Praia de Belas 1, às 16h e 21h30
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 14h, 16h30 e 19h
No Arcoplex Rua da Praia 1, às 14h 16h30 e 19h
No Cine Victória 1, às 14h 16h30 e 19h
No Cineflix Total 1, às 13h30
Cineflix Total 2, ás 16h35, 19h05
No Espaço Itaú 5, às 13h30 e 18h30
No GNC Iguatemi 5, às 13h45, 18h50
GNC Lindoia 1, 13h20, 16h10, 19h, 21h40
No GNC Praia de Belas 6, ÀS 16h15 e 21h50
CÓPIAS LEGENDADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 21h30
No Cinespaço Wallig 2, às 21h10
No Espaço Itaú 4, às 14h, 16h30, 19h e 21h30
No Espaço Itaú 5, às 16h, 21h10
GNC Iguatemi 5, às 21h30
GNC Praia de Belas 6, às 13h30 e 19h10

Cinema Novo (*****)
(Cinema Novo), de Eryk Rocha, Brasil, 2016, 90 min

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Um ensaio poético, um olhar aprofundado e um retrato íntimo sobre o Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro que colocou o Brasil no mapa do cinema mundial, lançou grandes diretores (como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Cacá Diegues) e criou uma estética única, essencial e visceral que mudou a história do cinema e a história do Brasil para sempre. Este documentário, vencedor do prêmio Olho de Ouro este ano em Cannes, mostra de maneira orgulhosa e apaixonada, a criação do novo ideal no cinema de realismo brasileiro pelos olhos de uma de suas crias, Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha. Em primeira pessoa, o filme destaca o movimento de dentro pra fora. E com falas pinçadas de autores e realizadores tenta explicar os por quês dessa vontade de retratar regionalidade e situações atuais, cheios de questionamentos e com uma voz que pulsava para ser ouvida, um verdadeiro manifesto transcendental que se desvinculava da alienação cinematográfica e mudava para uma narrativa popular, mais inteligente, consciente e menos comercial.

No CineBancários, às 19h

Snowden — Herói ou Traidor (****)
(Snowden), de Oliver Stone, EUA, 2016, 135 min

snowden
O exílio de Oliver Stone no limbo da irrelevância parece ter terminado com Snowden – Herói ou Traidor. O drama não é apenas o trabalho mais engajado do diretor desde Nixon (1996) – é também o filme político mais importante e aparentemente transparente de um cineasta norte-americano em anos. O filme conta a história de Edward Snowden, um contratado da NSA (a agência de segurança nacional dos EUA, focada em funções de interceptação e criptoanálise). Ele a denuncia e foge da agência após vazar documentos que revelam até que ponto a vigilância americana se estende no mundo de hoje. Stone faz um filme que pede ao público para que escolha um dos lados no que compete a questão da vigilância americana através da tecnologia, enquanto mostra o outro lado, o de Snowden, muito bem interpretado por Joseph Gordon-Levitt. Se você levar em conta tudo o que viu na mídia normal, pode pensar que já sabe tudo sobre essa história. Talvez tenha até decidido, tempos atrás, que Snowden é um traidor ou que foi muito longe ao revelar documentos e segredos da agência que jurou defender. Pró-Snowden ou anti-Snowden, não importa o lado que você escolheu, o filme de Stone irá aprofundar suas respostas às ações do personagem. (Da Quadro por Quadro)

No Espaço Itaú 1, às 19h, 21h30
No GNC Moinhos 3, às 16h20

Aquarius (*****)
de Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2016, 145 min

Aquarius
Kleber Mendonça Filho já marcara seu nome no cinema brasileiro com o extraordinário O Som ao Redor. Em vez de apenas colher a glória de seu grande filme, bisou o feito, realizando outro também notável. Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaças para que mude de ideia. Uma história lotada de Brasil.

Sala Norberto Lubisco, 15h30

Exposições e Artes Plásticas

Exposição Espaço-Tempo / Berlin-Brasil
Sala O Retrato, no Centro Cultural Érico Veríssimo (Rua dos Andradas, 1223), com entrada gratuita
De 22 de novembro a 17 de dezembro (Terças a sextas, das 10h às 19h. Sábados, das 11h às 18)

Traduzir em imagens a carga emocional resultado das modificações que o tempo imprime nos corpos e nos objetos é o objetivo das fotógrafas gaúchas Mirian Helfenstein e Lucien Corseuil, em um trabalho que poderá ser conferido no Centro Cultural Érico Veríssimo, na Capital, de 22 de novembro a 17 de dezembro. Com o nome “Exposição Espaço-Tempo / Berlin-Brasil”, a mostra reúne 20 fotografias marcantes, captadas na Alemanha e no Brasil, em locações que hoje resumem-se a lembranças e ruínas. O primeiro ensaio foi realizado em 2014, no hospital Beelitz-Heilstätten, em Berlim, desativado há quase 20 anos. Com figurino e direção de Mirian e Lucien, a modelo trans Sanni Est passeia pelo complexo de saúde abandonado, traduzindo a decadência de um prédio que já serviu de cenário para filmes como O Pianista e Operação Valkíria. Construído no final do século XIX para o tratamento da tuberculose e transformado em hospital militar durante a Primeira Guerra Mundial. Em um segundo momento, a parceria com a atriz Graziela Gallichio resultou em belas imagens do Hospital Colônia Itapuã, em Viamão, instituição criada na década de 40 e que se tornou uma verdadeira cidade voltada ao confinamento dos leprosos. Dos prédios que abrigaram até cerca de 1.500 pessoas, ficaram a memória de um mundo à parte, com sua história lembrada por alguns moradores remanescentes. “Essa conexão entre os dois países foi possível porque os lugares traduzem a nossa ideia sobre a passagem do tempo, que marcam as nossas vidas das mais diferentes formas e que insistem em nos repetir: tudo muda, o tempo todo”, afirmam as fotógrafas.
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Exposição no MARGS apresenta o lírico e o onírico de Zoravia Bettiol
Na Praça da Alfândega, s/n
Até 11 de dezembro, De terças a domingos, das 10h às 19h

Ao longo de 2016, a artista plástica Zoravia Bettiol comemora seus 80 anos de vida e 60 de arte. Assinalando a data, está em cartaz no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), até 11 de dezembro, a exposição Zoravia Bettiol – o lírico e o onírico, pautada no lirismo e na fantasia, aspectos marcantes da personalidade, do processo artístico e da poética da artista. Reunindo obras de mais de seis décadas, a mostra tem curadoria dos historiadores e críticos de arte Paula Ramos e Paulo Gomes, que há anos acompanham a trajetória de Zoravia. A exposição é composta por desenhos, pinturas, gravuras, arte têxtil, objetos, ornatos e joias, além de registros de performances. Entre os destaques, a série Sentar, sentir, ser, iniciada em 2005 e concluída em 2016. Surgida a partir da reflexão do grande tempo que as pessoas permanecem sentadas, diariamente, a série exibe a própria artista em poses e situações engraçadas, realizando distintas ações que podem ser feitas enquanto se está, justamente, sentado, tais como: comer, legislar, celebrar, fofocar, magicar etc. Solta no espaço, em meio à representação de elementos e adereços que identificam as atividades empreendidas, a artista desponta em composições de cores cítricas e ridentes, que articulam fotografia, desenho, pintura e colagem. Outro destaque está no conjunto completo de xilogravuras para a lenda A salamanca do Jarau, publicada por Simões Lopes Neto (1856–1916) em seu livro Lendas do Sul (1913). Zoravia ilustrou o texto no final dos anos 1950, produzindo 27 imagens que serão expostas pela primeira vez em sua totalidade, acompanhadas por vários estudos preparatórios.
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Rafael Muniz expõe “Corpos” na UFCSPA
No Espaço de Artes da UFCSPA, Rua Sarmento Leite, 245
Até o dia 17 de dezembro, de segunda à sexta-feira, das 9h às 20h e aos sábados, das 9h às 11h30

A exposição faz parte de um trabalho desenvolvido por Rafael Muniz, desde 2013, no qual ele cria corpos a partir de outros corpos e mostra a relação de desejo entre eles — seja o desejo como caminho e percurso, seja o desejo de erotizar em diálogo entre o desenho e a pintura. Os desenhos foram feitos originalmente em um livro e, depois pontos de emergência deram a continuidade ao trabalho em outros suportes. Na tela e no papel, Muniz busca a composição do espaço em branco como potência para este corpo, que se torna um corpo suporte e um corpo desenhante.
A partir desses processos, desenvolve a pesquisa com a criação de corpos erotizados com intercessores da anatomia humana. O artista explica que, etimologicamente, as palavras desenhar, designar e desejo possuem uma raiz semelhante: percurso e caminho. Como prática, assume a metodologia cartográfica deleuze-guattariana, originando corpos a partir dos disparos que a própria linha sugere, cartografando e registrando o processo criativo. “A construção se dá da mesma forma que o ato sexual: olhamos, analisamos, despimos, tocamos. Tiramos as camadas de pele. “Somos compostos alquímicos de desejos libidinosos, sede de ventres e profusão locomotiva na construção de linhas, de um corpo que deseja e de um corpo desejante em mistura, de seres andróginos e amalgamados”, revela. Muniz cursa bacharelado em Artes Visuais no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é bolsista de extensão do Projeto Tinta Fresca e Estudos do Corpo/FACED/UFRGS e integrante do Núcleo de Arte Impressa (IA/UFRGS).
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Cadernos de roupas, memórias e croquis
Exposição de Ronaldo Fraga na CCMQ
De 9 de novembro até dia 11 de dezembro,
De terças a sextas, das 10h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h,
Na Galeria Augusto Meyer e Espaço Maurício Rosenblatt – 3º andar da CCMQ (Andradas, 736).
Entrada gratuita

O Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi) apresenta, nos espaços Augusto Meyer e Maurício Rosenblatt da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), a exposição Caderno de Roupas, Memórias e Croquis, do estilista mineiro Ronaldo Fraga. A mostra, que fica no centro cultural de 9 de novembro a 11 de dezembro, reúne material das 42 coleções de Fraga. Croquis, material gráfico, vídeos e roupas convidam a um mergulho no universo e no processo criativo deste multiartista, provocando várias análises da moda como um vetor de reafirmação e apropriação cultural. “Moda é interpretação de texto e contexto social, histórico, econômico e cultural. Moda é técnica, textura, cores, tecidos e negócio. Mas, para mim, moda é antes de tudo a transformação do olhar por meio da escrita pessoal do indivíduo nas suas escolhas do vestir”, comenta Fraga. A intenção é desvendar pequenos vestígios de uma escrita particular, desenhadas pelo estilista mineiro e vestidos nos outros. “Por riscos, rabiscos e esboços desenhei histórias absurdas do homem comum. Transformei música, literatura, cultura brasileira e alguns ‘buracos’ do meu tempo em roupas-desenho e desenhos-memória. As mãos do velho-menino-que-conheço desde sempre ainda coçam diante de uma caixa de lápis de cor. A vontade de ilustrar uma nova história para vestir é o que não me deixa descer do balanço, porque este é o meu parque de diversões”, completa. A exposição foi apresentada em Belo Horizonte, na Casa Fiat de Cultura, em outubro de 2012, e atraiu mais de 45 mil visitantes.
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Música

Desconcerto #16 apresenta Artur Elias e Samuel Oliveira
Dia 26 de novembro de 2016, sábado, às 18h30
Parangolé Bar (Lima e Silva, 240, Cidade Baixa, Porto Alegre-RS)

Que tal ouvir música clássica no ambiente informal de um bar? No dia 26 de novembro, sábado, às 18h30, o projeto Desconcerto promove sua décima sexta edição no Parangolé (Lima e Silva, 240), na Cidade Baixa, em Porto Alegre. Desta vez, os convidados são o flautista Artur Elias e o clarinetista Samuel Oliveira. Colegas na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), Artur e Samuel estreiam em duo. O carro-chefe do programa são três composições do compositor norte-americano Elliott Carter (1908-2012) nunca ouvidas em Porto Alegre: “Scrivo in vento”, para flauta solo; “Gra”, para clarinete solo; e “Esprit rude/Esprit doux”, para flauta e clarinete. “Esse concerto é quase um pretexto pra gente finalmente fazer soar essas três peças juntas”, explica Artur Elias. Apesar de pouco encontrarmos seu nome nos programas de concertos porto-alegrenses, Carter é reconhecido como um dos mais influentes compositores estadunidenses. Ícone do modernismo nos séculos XX e XXI, ele teve uma carreira prolífica, com mais de 150 obras, incluindo música de câmara, orquestral e uma ópera, marcadas por sua sagacidade e humor.
Completam o programa as peças “Bifonia”, de Ernani Aguiar (1950), “Chôros n. 2”, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), e “Suíte para quinteto de sopros”, de Radamés Gnattali (1906-1988), que contará com as participações especiais de Javier Balbinder (oboé), Raquel Braga (fagote) e Israel Oliveira (trompa). O projeto Desconcerto não cobra um valor fixo de couvert artístico, mas sugere uma contribuição espontânea, de R$ 5 a R$ 20, que remunera os músicos. Reservas pelo 3019-6898.

foto: Sofia Cortese
foto: Sofia Cortese

Concerto da Série Igrejas
Dia 27 de novembro de 2016, domingo, às 19h
Na Igreja da Reconciliação (Rua Sr. dos Passos, 202 – Centro)

Para encerrar sua Série Igrejas 2016, que ao longo do ano levou concertos para diferentes templos da Capital gaúcha, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre realiza uma exibição especial no próximo domingo, dia 27 de novembro, às 19h na Igreja da Reconciliação (Rua Sr. dos Passos, 202). Sob a regência do maestro Ubiratã Rodrigues, gaúcho radicado no Rio de Janeiro, os músicos interpretarão peças de Ernani Aguiar e Wolfgang Amadeus Mozart. Leonardo Winter, músico da Ospa, é o solista da noite – ele participará da execução de uma recente peça de Aguiar para flautim e orquestra. A entrada é franca. Winter é professor associado e coordenador substituto do Programa de Pós Graduação em Música na Universidade Federal do RS. No próximo ano, lançará o CD “Música para flauta de compositores gaúchos”. No evento deste domingo, ele fará os solos do “Concertino para flautim e orquestra” que Aguiar escreveu em 2008. Um dos compositores mais reconhecidos do Brasil atual, o carioca ocupa a cadeira nº 4 da Academia Brasileira de Música. Antes, para abrir o concerto, a orquestra apresentará a “Serenata nº 6” (Serenata Noturna) de Mozart. É uma das obras do austríaco que demonstram sua habilidade de trabalhar com uma variedade de expressões pastorais, como alusões a sons da natureza, citações de canções folclóricas e formas de dança. Na segunda parte da noite, a Ospa executará a “Sinfonia nº 25”, uma das mais de quarenta composições de Mozart no gênero. A obra tornou-se muito conhecida por seu primeiro movimento estar na abertura do filme “Amadeus”, de Miloš Forman. Regente e diretor artístico da Sinfonietta Carioca, o maestro Ubiratã possui formação em violino e regência. Dirigiu concertos de diferentes orquestras como a do Algarve em Portugal, Sinfônica Brasileira, OSB Ópera & Repertório, Sinfônica de Barra Mansa, Camerata da Orquestra Petrobras Sinfônica, Camerata de Santa Tereza, Academia Petrobras Sinfônica, Orquestra de Câmara da UFOP e o Grupo de Metais da UFRJ.

Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues

Teatro e Dança

Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora
No Teatro Renascença, Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues, Av. Érico Veríssimo, 307
De 17 a 27 de novembro, de quinta a domingo, sempre às 20 horas

O Coletivo Errática estreia em Porto Alegre o espetáculo “Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora” no Teatro Renascença, dia 17 de novembro. A temporada se estende até 27 de novembro, de quinta a domingo, sempre às 20 horas. A direção é de Jezebel de Carli. “Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora”, novo espetáculo do Coletivo Errática, dirigido por Jezebel De Carli, com dramaturgia original do jovem dramaturgo gaúcho Francisco Gick, entra em cartaz no mês de novembro no Teatro Renascença, em Porto Alegre. “Ramal 340” é composto de narrativas de viagens, despedidas e encontros, sobre como a vida se transforma completa e inesperadamente e, de repente, você se vê num aeroporto ou rodoviária ou estação de trem, com uma mala na mão, esperando… são situações limite que conduzem os serem humanos ao movimento.

 Foto: May Lima
Foto: May Lima