Sul21 recomenda ‘Personal Shopper’, ‘Silêncio’ e ‘A Fonte de Duchamp: 100 Anos da Arte Contemporânea’

Milton Ribeiro

Um recorde de estreias nos cinemas — dez –, mas nem todas tão boas assim. Destacamos duas: Personal Shopper, de Olivier Assayas, e Silêncio, de Martin Scorsese. O primeiro venceu como melhor direção em Cannes e o segundo seria uma esperada obra-prima de Scorsese que decepcionou. Só que sabemos como funcionam os filmes deste nova-iorquino de 74 anos. O Lobo de Wall Street também foi lançado como algo inferior e acabou saudado como fantástico. 

O primeiro concerto de 2017 da Ospa, que será na Reitoria da Ufrgs, e a exposição A Fonte de Duchamp: 100 Anos da Arte Contemporânea, no Margs, também são outras novidades de primeira linha.

Confira outras indicações abaixo. 

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Personal Shopper (****)
(Personal Shopper), de Olivier Assayas, França, 2016, 105min


Em Personal Shopper, o novo filme do francês Olivier Assayas, prêmio de melhor direção em Cannes, Kristen Stewart segue seu processo de emancipação artística interpretando Maureen Cartwright, uma jovem americana que trabalha em Paris como assistente pessoal de uma célebre e temperamental “top model” (Kyra, vivida pela austríaca Nora Von Waldstatten), comprando-lhe roupas e sapatos. Maureen está de luto pela morte recente de Lewis, o seu irmão gémeo. Lewis e ela combinaram que o primeiro a morrer daria um sinal do Além ao outro. Maureen, que tem qualidades mediúnicas, está obcecada por receber esse sinal e protagoniza uma assustadora experiência sobrenatural na casa no campo onde Lewis vivia com a mulher. Parece bobo, mas Assayas garante excelente filme.

CÓPIAS LEGENDADAS
Espaço Itaú 3, às 17h40
Espaço Itaú 6, às 14h e 19h

Silêncio (***)
(Silence), de Martin Scorsese, EUA/Itália/Japão/México, 2016, 162min


Dois padres jesuítas portugueses, Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver), viajam até o Japão do século XVII, uma época onde o catolicismo foi banido, assim como quase todo o contato externo. A procura do mentor deles, os jesuítas enfrentam a violência e a perseguição de um governo que deseja expurgar todas as influências externas. Realizar este filme era o sonho do católico Scorsese. A história de padres portugueses no Japão é demasiado longa e, muitas vezes, aborrecida. Mas é um Scorsese e tem momentos belíssimos. O filme foi muito criticado em razão da enorme expectativa que foi criada. Era para ser uma obra-prima, mas ficou apenas bom.

CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinemark Barra 1, às 18h30 e 21h45
No Cinemark Ipiranga 2, às 18h30 e 21h50
No Espaço Itaú 2, às 16h e 20h50
No GNC Moinhos 1, às 16h e 21h40
No GNC Praia de Belas 4, às 15h20 e 20h50
No Guion Center 1, às 14h30, 17h25 e 20h20

Cinema – Em cartaz

Waiting for B. (***)
de Paulo Cesar Toledo e Abigail Spindel, Brasil, 2016, 71 min


Literalmente, a tradução do nome deste filme significa “Esperando por B.”, assim, encerrando com um ponto final – o que depreende, para os mais atentos, o entendimento de uma sigla. Quem seria, portanto, “B.”? Não demora muito, no entanto, para que o mistério se desfaça – tanto em relação à essa identidade quanto pela opção do estrangeirismo no título. Afinal, Waiting for B. está se referindo à cantora pop Beyoncé. Mas o documentário de Paulo Cesar Toledo e de Abigail Spindel – ambos estreantes no formato – não é sobre a estrela da música internacional. Pelo contrário, ela nem chega a aparecer durante toda a narrativa. O foco, aqui, está direcionado aos fãs mais radicais e menos favorecidos dela. E este curioso ponto de vista é que resgata o resultado da vala comum, concedendo-lhe uma distinção que merece ser percebida com maior cuidado. (Mais aqui).

No CineBancários, às 17h

Logan (****)
de James Mangold, EUA, 2017, 137 min


Em 2029, Logan (Hugh Jackman) ganha a vida como chofer de limousine para cuidar do nonagenário Charles Xavier (Patrick Stewart). Debilitado fisicamente e esgotado emocionalmente, ele é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma mexicana que precisa da ajuda do ex-X-Men para defender a pequena Laura Kinney / X-23 (Dafne Keen). Ao mesmo tempo em que se recusa a voltar à ativa, Logan é perseguido pelo mercenário Donald Pierce (Boyd Holbrook), interessado na menina. Repleto de simbolismos, o longa de James Mangold opõe passado e presente, juventude e velhice, saudosismo e novidade para fazer a passagem de bastão do icônico Wolverine (Hugh Jackman) para a nova geração de Laura Kinney / X-23. Depois de 17 anos — e nove vezes no papel –, o filme é a despedida que Jackman (caso não volte a viver o personagem, como já anunciou) merecia.

CÓPIAS IMAX LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 4, às 13h30, 16h10, 18h50 e 21h30
No Cineflix Total 4, às 21h30
No Cinemark Barra 3, às 19h10 e 22h10
No Cinemark Barra 6, às 14h10, 17h10 e 20h10
No Cinemark Ipiranga 4, às 14h10, 17h10 e 20h10
No Espaço Itaú 4, às 14h, 16h30, 19h e 21h30
No Espaço Itaú 5, às 16h e 21h
No GNC Iguatemi 5, às 15h50 e 18h40
No GNC Iguatemi 6, às 13h40, 16h20, 19h, 21h40
No GNC Praia de Belas 1, às 16h20 e 21h40
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 16h30, 19h e 21h30
No Arcoplex Rua da Praia 1, às 14h, 16h30 e 19h
No Cine Victória 2, às 17h30 e 20h
No Cineflix Total 5, às 13h50, 16h30, 19h20 e 22h
No Cinespaço Wallig 2, às 13h30, 16h, 18h30 e 21h
No Cinemark Barra 5, às 15h10, 18h10 e 21h10
No Cinemark Ipiranga, às 15h10, 18h10 e 21h30
No GNC Praia de Belas 1, às 13h40 e 19h
No GNC Praia de Belas 6, às 21h45

Um Limite Entre Nós (****)
(Fences), de Denzel Washington, EUA, 2016, 139 min


Fences conta a história de um homem que sonha em ser jogador de basebol, nos Estados Unidos, mas a liga de basebol não aceita negros. Quando, finalmente, essa barreira é eliminada, o protagonista já não tem idade para jogar num clube profissional. O argumento do filme baseia-se numa peça de teatro do escritor August Wilson. Viol,a Davis ganhou o Oscar de melhor atriz de 2017 por seu trabalho no filme.

CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinemark Barra 7, às 13h10
No Espaço Itaú 6, às 16h20 e 21h20
No GNC Moinhos 1, às 13h20 e 19h
No GNC Moinhos 3, às 21h10

Moonlight – Sob a Luz do Luar (****)
(Moonlight), de Barry Jenkins, EUA, 2016, 111 min


Filme sensação do último Festival Internacional de Cinema de Toronto e grande concorrente ao Oscar 2017, Moonlight: Sob a Luz do Luar é uma pérola. Dirigido pelo cineasta norte americano Barry Jenkins, com roteiro baseado na peça In Moonlight Black Boys Look Blue, de Tarell McCraney, o filme fala sobre a vida de um garoto de origem humilde que precisa enfrentar os absurdos feitos pela mãe e acreditar nas suas escolhas num mundo indiferente. Black trilha uma jornada de autoconhecimento enquanto tenta escapar do caminho fácil da criminalidade e do mundo das drogas de Miami. Encontrando amor em locais surpreendentes, ele sonha com um futuro maravilhoso.

No Cinemark Barra 8, às 17h50 e 20h50
No Espaço Itaú 1, às 15h, 17h20 e 19h40
No GNC Moinhos 2, às 14h, 16h30, 19h10 e 21h30
No GNC Praia de Belas 5, às 19h10

Eu Não Sou Seu Negro (*****)
(I Am Not Your Negro), de Raoul Peck, EUA / França / Bélgica / Suíça, 2016, 95 min


Narrado por Samuel L. Jackson, o documentário constrói uma reflexão sobre como é ser negro nos Estados Unidos. Em 1979, James Baldwin iniciou seu último livro, Remember This House, relatando as vidas e assassinatos dos lideres ativistas que marcaram a história social e politica americana: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Baldwin não foi capaz de completar o livro antes de sua morte, e o manuscrito inacabado foi confiado ao diretor Raoul Peck, que combina esse material com um rico arquivo de imagens dos movimentos Direitos Civis e Black Power, conectando essas lutas históricas por justiça e igualdade com os movimentos atuais que ainda clamam os mesmos direitos. Um filme estarrecedor e necessário.

Na Sala Paulo Amorim, às 15h30 e 19h30

Um Homem Chamado Ove (***)
(En Man Som Heter Ove), de Hannes Holm, Suécia, 2016, 116 min


Ove é o homem mais rabugento do mundo. Sempre foi assim, mas piorou desde a morte da mulher, que ele adorava. Agora que foi despedido, Ove decide suicidar-se. Mal sabe ele as peripécias em que se vai meter. Um jovem casal recém-chegado destrói-lhe a caixa de correio, o seu amigo mais antigo está prestes a ser internado a contragosto num lar, e um gato vadio apresenta-se e ele. Ove vê-se obrigado a adiar o fim para ajudar a resolver, muito contrariado, uma série de pequenas e grandes crises. O livro é engraçadíssimo, o filme é apenas bom. Mas nos fala de amizades inesperadas e do impacto profundo que podemos ter na vida dos outros. Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

No Guion Center 3, às 14h10

Redemoinho (****)
de José Luiz Villamarim, Brasil, 2017, 100 min


Luzimar (Irandhir Santos) e Gildo (Júlio Andrade) são dois grandes amigos de infância, que se reencontram depois muitos anos afastados. Eles cresceram juntos em Cataguases, interior de Minas Gerais. Luzimar nunca saiu de sua cidade e trabalha numa fábrica de tecelagem. Gildo mudou-se para São Paulo onde acredita ter se tornado um homem mais bem sucedido. Na noite de Natal, Luzimar e Gildo se confrontam com o passado e, num intenso mergulho em suas memórias, partem para um arriscado acerto de contas. O filme é baseado no conto Os Amigos, do livro O Mundo Inimigo – Inferno Provisório Vol. II“, de Luiz Ruffato. É um filme altamente poético e onde a imagem toma a posição de protagonista. O filme é perfeito em mostrar as relações entre todos os personagens em razão da elegante conjunção da direção de Villamarim, do visual belíssimo criado pelo diretor de fotografia Walter Carvalho, dos diálogos precisos e da intensa interpretação da dupla central de atores.

Na Sala Eduardo Lubisco, às 15h15

Lego Batman – O Filme (***)
(The Lego Batman Movie), de Chris McKay, EUA, 2016, 105 min


Extremamente egocêntrico, Batman leva uma vida solitária como o herói de Gotham City. Apesar disto, ele curte bastante o posto de celebridade e o fato de sempre ser chamado pela polícia quando surge algum problema – que ele, inevitavelmente, resolve. Quando o comissário Gordon se aposenta, quem assume em seu lugar é sua filha Barbara Gordon, que deseja implementar alguns métodos de eficiência de forma que a polícia não seja tão dependente do Batman. O herói, é claro, não gosta da ideia, por mais que sinta uma forte atração por Barbara. Paralelamente, o Coringa elabora um plano contra o Homem-Morcego motivado pelo fato de que ele não o reconhece como seu maior arquinimigo. Meu Deus, o que acontecerá com Batman? Entretenimento de primeira linha.

CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 14h10
No Cinemark Barra 3, às 14h e 16h10
No GNC Iguatemi 3, às 14h15
No Cinemark Ipiranga 5, às 16h45
No Cinemark Ipiranga 6, às 13h10

O Apartamento (*****)
(Forushande), de Asghar Farhadi, Irã/França, 2016, 125 min


Emad (Shahab Hosseini) e Rana (Taraneh Alidoosti) são casados e encenam a montagem da peça teatral “A Morte de um Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller. Um dia, eles são surpreendidos com o alerta para que eles e todos os moradores do prédio em que vivem deixem o local imediatamente. O problema é que, devido a uma obra próxima, todo o prédio corre o risco de desabamento. Diante deste problema, Emad e Rana passam a morar, provisoriamente, em um apartamento emprestado. É lá que Rana é surpreendida com a entrada de um estranho no banheiro, justamente quando está tomando banho. Ela acaba no hospital por motivos que não devemos declinar. O trauma do ocorrido que afeta, cada vez mais, suas vidas. “O Apartamento” é de Asghar Farhadi — mesmo diretor de “A Separação” — e é um filme notavelmente bem narrado, desconcertante e de grande tensão. Excelente roteiro e atores.

No Guion Center 3, às 18h30
Na Sala Eduardo Hirtz, às 16h45 e 19h

Eu, Daniel Blake (*****)
(Daniel Blake), de Ken Loach, Reino Unido / França / Bélgica, 2016, 97 min


Após sofrer um ataque cardíaco e ser desaconselhado pelos médicos a retornar ao trabalho, Daniel Blake (DAVE JOHNS), um carpinteiro de meia-idade, busca receber os benefícios concedidos pelo governo a todos que estão nesta situação. Entretanto, ele esbarra na extrema burocracia instalada pelo governo, amplificada pelo fato dele ser um analfabeto digital. Numa de suas várias idas a departamentos governamentais, ele conhece Katie (HAYLEY SQUIRES), uma mãe solteira de duas crianças, que se mudou recentemente para a cidade para escapar de viver numa residência para sem-abrigos em Londres. Sem condições financeiras para se manter, a única hipótese de Katie foi a de aceitar um apartamento numa cidade que ela desconhece, a 300 milhas de distância. Daniel e Katie encontram-se na terra de ninguém, presos na burocracia da Segurança Social… Longa que apresenta um retrato crítico sobre o sistema de bem-estar social inglês “EU, DANIEL BLAKE“, filme do diretor britânico Ken Loach foi o grande vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes/ 2016. Triste, kafkiano, realista e perfeito. Este vai direto para o Top 10 de 2017.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 15h

Manchester à Beira-Mar (****)
(Manchester by the Sea), de Kenneth Lonergan, Estados Unidos, 2016, 137 min


Lee Chandler (Casey Affleck) é forçado a retornar para sua cidade natal com o objetivo de tomar conta de seu sobrinho adolescente após o pai (Kyle Chandler) do rapaz, seu irmão, falecer precocemente. Este retorno ficará ainda mais complicado quando Lee precisar enfrentar as razões que o fizeram ir embora e deixar sua família para trás, anos antes.
                     
No Espaço Itaú 8, às 14h10
No GNC Praia de Belas 5, às 21h30

Exposições

A Fonte de Duchamp: 100 Anos da Arte Contemporânea

A mostra tem o objetivo de marcar os 100 anos de Fonte, obra icônica de Marcel Duchamp (1887-1968), considerada uma das obras de arte mais importantes do Séc. XX. A Fonte foi um passo adiante nas experiências de Duchamp, no que ele chamou de readymade (algo como “objeto-pronto”), trabalhos feitos com peças industrializadas, simplesmente escolhidas pelo artista por sua beleza. Extraídos do contexto funcional original e considerados como obra pelo simples ato do artista em dar-lhes títulos e exibi-los como arte. A provocação de Duchamp, a par de todas as teses, histórias e especulações que giram em torno do readymade, com o tempo reverberou e foi adquirindo maior importância. Em especial a partir da década de 1950, com a Pop Arte, e, definitivamente, nos anos 60 e 70, do Minimalismo à Arte Conceitual, formando assim a base dos problemas do que hoje entendemos como Arte Contemporânea. A provocação, o humor e, principalmente, a elaboração mental como características da arte contemporânea tem em Duchamp a sua origem. Muito dos aspectos construtivos da obra de arte nos últimos 60 anos têm nos readymades seus precedentes fundamentais: a apropriação de coisas pré-existentes e o uso de técnicas industriais na feitura – ou montagem – das obras. O artista, assim, deixa de fabricar ele mesmo o trabalho, não o faz manualmente, somente elabora a obra de arte. Artistas participantes: Albano Afonso, Jac Leirner, Alexandra Eckert, Jander Rama, Alfi Vivern, Juan Urruzola, Almandrade, Leandro Machado, Ana Norogrando, Leonardo Fanzelau, André Petry, Lia Menna Barreto, Andrei Thomaz, Marina Camargo, Avatar Moraes, Mário Rohnelt, Britto Velho, Mauro Fuke, Carlos Asp, Mona Hatoum, Charles Long, Neca Sparta, Cibele Vieira, Peter Fox, Cláudio Maciel, Otto Sulzbach, Daniel Escobar, Romanita Disconzi, Didonet Thomaz, Rui Macedo, Dione Veiga Vieira, Rochele Zandavalli, Dudi Maia Rosa, Rommulo Vieira Conceição, Eleonora Fabre, Saint Clair Cemin, Emilia Sandoval, Sandro Ka, Fabio Del Re, Shirley Paes Leme, Felipe Barbosa, Telmo Lanes, Fernanda Martins Costa, Teresa Poester, Fernando Baril, Teti Waldraff, Fernando Lindote, Tridente, Gaudêncio Fidelis, Waltercio Caldas e Gilberto Perin.

As Bonecas de Dona Lucy
No StudioClio, Rua José do Patrocínio, 698
Atée 17 de março, de segunda a sexta – das 10h às 18h

Dona Lucy é apaixonada por fazer bonecas. Começou utilizando retalhos e rendas que há muito tempo guardava, remanescentes do período em que teve uma grande loja de roupas e tecidos em Uruguaiana. Retomando o antigo hobby, pegou fazendas, linhas e agulhas e começou a inventar. De repente, viu-se em meio a dez, cem, duzentas, mil bonecas, que se espalhavam por toda a casa. Dona Lucy doa essas milhares de bonecas para colégios, creches, orfanatos, igrejas, centros espíritas: instituições que amparam crianças que possam, por sua vez, brincar e se divertir com suas bonecas. De forma obsessiva e apaixonada, ela vai costurando, dando forma e feições às singelas “bonecas de Dona Lucy”.

Bonecas confeccionadas por Dona Lucy. (Foto: Divulgação)

Czech Press Photo
No MARGS, Praça da Alfândega, s/n° – De terças a domingos, das 10h às 19h
Até 14 de março

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli e a Secretaria de Estado da Cultura têm a honra apresentar a exposição CZECH PRESS PHOTO dia 19 de janeiro, às 18h30min, nas Salas Negras do MARGS. A mostra traz uma retrospectiva das imagens vencedoras de autoria de diversos fotógrafos tchecos e eslovacos, a partir dos vinte anos de existência do concurso CZECH PRESS PHOTO. A exposição que foi apresentada na Europa pode ser visitada em Porto Alegre até 12 de março, com entrada franca. A exposição é feita a partir dos 21 editais do concurso CZECH PRESS PHOTO. São 21 fotos vencedoras e 29 fotos nos tamanhos tamanho 25×16,5 cm, escolhidas a partir dos editais do concurso. Essa seleção de 50 fotografias de diferentes fotógrafos mostra o ambiente e o desenvolvimento da fotografia jornalística, articulando imagens tanto da República Tcheca como de lugares além de suas fronteiras. O concurso Czech Press Photo ocorre anualmente desde 1995. Seu objetivo é oferecer um testemunho visual independente sobre a vida, como os jornalistas profissionais da República Tcheca e Eslovaca a veem em seu país e no mundo. Ao mesmo tempo, existe o esforço de apoiar o jornalismo visual como meio para o conhecimento e o entendimento entre os homens.

Foto de Petr Josek documenta uma das maiores enchentes de Praga, em 1997

Música

Ospa | Concerto de Abertura da Temporada 2017 – Série UFRGS
Dia 14 de março de 2017, terça-feira, às 20h30
No Salão de Atos da Universidade Federal do RS (Av. Paulo Gama, 110 – Porto Alegre)

A “Sinfonia nº 1” de Gustav Mahler (1860-1911) é parte das chamadas “Sinfonias Wunderhorn”, que fazem referência a uma compilação de poemas e canções populares alemães de mesmo nome. Seu subtítulo, “Titã”, homenageia uma personagem do poeta romântico alemão Jean-Paul Richter. Mahler, que tinha inspirações românticas ao mesmo tempo em que desenvolvia uma linguagem moderna, tinha afinidade com o estilo do escritor. A versão definitiva da peça data de 1906. Alexandre Dossin, formado na Rússia e nos Estados Unidos e atualmente professor titular de piano na Universidade do Oregon (EUA), volta à sua cidade natal para ser o solista do “Concerto para Piano nº 23”, uma das obras da maturidade de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Dossin explica sua afeição pela composição: “foi o primeiro concerto que toquei com orquestra, em 1985, sob a regência do grande maestro Eleazar de Carvalho, com a Ospa”. Ele adianta uma atração especial da apresentação: “uma adição recente ao concerto é a cadência que compus, e que será interpretada no dia 14”.

Ospa | Concerto de Abertura da Temporada 2017 – Série UFRGS
Quando: Dia 14 de março de 2017, terça-feira
Horário: 20h30
Local: Salão de Atos da Universidade Federal do RS (Av. Paulo Gama, 110 – Porto Alegre)
Ingressos:
À venda no local no dia do evento
Valores: R$ 30 (público em geral) e R$ 15 (estudantes, seniores e sócios do Clube do Assinante ZH).
Horário da bilheteria: Terça-feira, dia 14 de março, das 11h até a hora do espetáculo.

Foto: Ana Eidam

Teatro

Ícaro
De 10 a 26/03 – sextas, sábados e domingos, às 20h
Teatro do Instituto Goethe (Rua 24 de outubro, 112 – Independência, Porto Alegre)

Ícaro é, acima de tudo, um espetáculo sobre a diversidade humana. Em cena, um único ator e seis histórias que abordam temas universais, como relacionamentos entre pais e filhos, resiliência, relações amorosas, suicídio, preconceito, gravidez e maternidade. O ponto em comum: todas são depoimentos ficcionais de pessoas cadeirantes.
Dramas que se tornaram espetáculo pelas mãos do ator gaúcho Luciano Mallmann, que estreia como dramaturgo e vai interpretar todas as personagens. São homens e mulheres que contam para a plateia seus medos, frustrações, alegrias e conquistas. A inspiração partiu das próprias experiências do autor e de pessoas que conheceu depois que passou a usar cadeira de rodas. Em 2004, Luciano sofreu uma lesão na medula ao cair durante uma acrobacia aérea em tecido no Rio de Janeiro. Com direção Liane Venturella, a montagem intimista valoriza a interpretação. Sobre o palco, não haverá cenário nem marcações bruscas. “O que mais importa é este ator contando essas histórias. É a própria força que está no corpo do Luciano. É essencialmente um trabalho de ator. Ele é o elemento principal”, afirma a diretora.

| Foto: Fernanda Chemale