Em uma semana com várias estreias, selecionamos quatro para indicar aqui no Recomenda. Todas elas vêm da América Latina: Campo Grande e Fome são produções brasileiras, enquanto De Longe te Observo é venezuelano, em co-produção com o México, de onde, por sua vez, é O Monstro de Mil Cabeças. Com tramas distintas, os filmes têm em comum um olhar atento às pessoas e às relações entre elas, cada um com suas particularidades.
Outra boa dica é o concerto da Ospa nesta terça-feira (9), com um repertório voltado para formações de instrumentos de sopro e percussão, e regência do maestro israelense Eram Reemy, pela primeira vez à frente de uma orquestra brasileira.
De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21, com a programação do que acontece em POA.
Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!
Cinema – Estreias
Campo Grande (***)
de Sandra Kogut, Brasil, 2015, 180 min
Com ótimas atuações adultas e infantis, Campo Grande narra a história de Regina (Carla Ribas), que aos 50 anos, após o fim de um casamento, leva uma rotina comum na zona sul do Rio de Janeiro. A sua realidade muda bruscamente, porém, quando duas crianças são deixadas na porta de seu apartamento sem nenhuma explicação imediata. Os pequenos Rayane e Igor apenas dizem que a mãe prometeu que iria buscá-los “na volta”. Convencida pela filha adolescente (Júlia Bernat) a deixá-los passar a noite, ela acaba decidindo ajudá-los a encontrar sua família, tentando não se envolver emocionalmente com as crianças.
Na Sala Eduardo Hirtz, às 17h
De Longe Te Observo (****)
(Desde Allá), de Lorenzo Vigas Castes, Venezuela/ México, 2015, 93 min
Primeiro filme latino-americano a ganhar o Leão de Ouro no Festival de Veneza, o venezuelano De Longe te Observo é centrado em torno de Armando, dono de um laboratório de próteses dentárias que oferece dinheiro a rapazes para que fiquem nus enquanto ele se masturba. Um dia, faz a proposta a Elder, adolescente em situação de rua que lidera uma gangue local e decidi ir até sua casa, onde o agride e rouba. Esse é o início de um complexo relacionamento entre eles, já que Armando volta a procurá-lo e Elder precisa de dinheiro.
No Espaço Itaú 8, às 16h50 e 22h
Fome (***)
de Cristiano Burlan, Brasil, 2015, 90 min
Em São Paulo, um morador de rua vaga pelas ruas da cidade, buscando um lugar onde dormir e água para se lavar. Aos poucos, o espectador passa a saber mais sobre este homem, que já foi um renomado professor da USP, e mora nas ruas por opção. Uma jovem pesquisadora, fascinada com o caso do homem que batiza de “Malbou”, começa a refletir sobre as maneiras de ajudar pessoas nessas condições. Exibido em preto e branco, Fome é uma mistura de ficção e documentário que provoca reflexões sobre os problemas sociais e as relações entre as pessoas.
No Espaço Itaú, às 18h40
O Monstro de Mil Cabeças (***)
(Un Monstruo de Mil Cabezas), de Rodrigo Plá, México, 2015, 75 min
Uma mulher luta desesperadamente para conseguir o tratamento médico necessário ao marido, que está com uma doença terminal. Mas diante da corrupção e má vontade da empresa de plano de saúde, ela, junto com seu filho, decide tomar medidas drásticas para garantir seus direitos. Dizer muito mais do que isso correria o risco de estragar a ida ao cinema para conferir este filme triste, mas necessário.
No Espaço Itaú 8, às 15h10 e 20h20
Cinema – Em cartaz
Nahid, Amor e Liberdade (***)
(Nahid), de Ida Panahandeh, Irã, 2015, 105 min
No Irã, as leis determinam que, quando um casal se divorcia, o homem tem direito à guarda dos filhos. Nahid (Sareh Bayat), por meio de um acordo, consegue o “privilégio” de ficar com o filho de dez anos, desde que não volte a se casar. Inicialmente, a proposta parece ideal, até o momento em que ela se apaixona novamente e não pode aceitar o pedido de casamento do seu novo amor. Dividida entre a paixão e o medo de ser descoberta e perder o filho, Nahid é uma personagem complexa em um filme que denuncia as leis patriarcais iranianas sem cair no maniqueísmo e nas respostas simples.
Guion Center 3, às 13h30
Um Dia Perfeito (****)
(A Perfect Day), de Fernando León de Aranoa, Espanha, 2016, 106min
O título irônico dá uma prévia do estilo de Um Dia Perfeito, que retrata uma trabalhadora humanitária que busca evitar que uma comunidade fique sem água nos Balcãs, logo após a Guerra da Bósnia. Em meio ao trabalho, a equipe de uma ONG depara-se com um cadáver no único poço de água potável, iniciando assim uma sucessão de episódios em que se deparam com militares, burocratas, milícias, bandidos, entre outros personagens. Ao mesmo tempo em que trata-se de uma comédia, o filme com Benício del Toro também se destaca na construção dos personagens e provoca reflezões.
Guion Center 3, às 18h50
A Incrível Jornada de Jacqueline (***)
(La Vache), Mohamed Hamidi, França/Marrocos, 2016, 93min
O pequeno fazendeiro argelino Fatah sonha em ver sua vaca, Jacqueline, em uma grande feira de agricultura em Paris. Finalmente, ele recebe um convite para o evento, mas, sem ter outro meio de transporte, precisa fazer parte do cainho da vila onde vive até a capital francesa a pé. Durante a viagem, os dois vivem inesperadas situações e tornam-se conhecidos entre os franceses. A improvável trajetória é retratada de forma sensível e divertida, ainda que não escape de alguns clichês.
No Cinemark Barra 8, às 12h50
O Caminho para Berlim
(Doroga na Berlin), de Sergei Popov, Rússia, 2015, 90min
Um tenente russo, condenado à morte por fuzilamento durante a Segunda Guerra Mundial, é escoltado por um soldado cazaque. No caminho, eles precisam cruzar pelo cerco dos alemães. Baseado no romance de Emmanuil Kazakevich e nos diários de guerra de Konstantin Simonov, o filme foi lançado em comemoração ao 70º aniversário da vitória dos russos sobre os alemães e trata dos fatos que se passaram no verão de 1942, na Frente Sul. O longa integra a Série Cinema Soviético, com títulos do famoso estúdio MosFilm. (Da CCMQ)
OBS: não encontramos trailer legendado
Na Sala Norberto Lubisco, às 15h15 e 19h15
Mãe Só Há Uma (****)
de Anna Muylaert, Brasil, 2016, 82 min
Pierre (Naomi Nero) é um jovem de 17 anos que não liga muito para os padrões de gênero e sexualidade impostos pela sociedade. Costuma a usar unhas pintadas com esmalte, roupas sociais e íntimas femininas e se relaciona tanto com mulheres quanto com homens. Sua família, composta pela mãe (Dani Nefussi) e pela irmã mais nova (Lais Dias), não veem problema nisso, dando liberdade para o menino ser quem ele é e construir sua identidade. Tudo muda na vida de Pierre quando a polícia descobre que ele foi roubado na maternidade pela mulher que o criou. Sua família biológica, composta pelo pai (Matheus Natchergaele), a mãe (também interpretada por Dani Nefussi) e o irmão mais novo (Daniel Botelho), estava a procura do filho perdido durante 17 anos. A história muda bruscamente mostrando a adaptação de Pierre, cujo nome dado pela família biológica é Felipe, no seu novo lar, onde o poder aquisitivo é maior e com um pensamento mais conservador, vendo seu jeito irreverente e autêntico como um problema. A trama de “Mãe Só Há Uma” foi livremente inspirada no caso do sequestro do menino Pedrinho, que parou o Brasil no ano de 2002.
No Cinebancários, às 17h
Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h
Chocolate (***)
(Chocolat), de Roschdy Zem, França, 2015, 110 min
Rafael Padilha nasceu em Cuba em 1868 e foi vendido quando ainda era criança. Anos depois ele consegue fugir e é encontrado nas docas por um palhaço que o coloca nas suas apresentações. Em seguida, Padilha passa a ser conhecido como Chocolat, tornando-se o primeiro artista circense negro na França, um grande sucesso no final do século XIX. Chocolate é o tipo deselegante e mentiroso que representa o prazer e as emoções. Por outro lado, George (o palhaço Foottit, branco) representa a elegância e o controle da situação. Enquanto várias personagens ressaltam que Chocolate perde a cabeça com facilidade, como se os negros fossem mais suscetíveis de perderem a razão por estarem mais ligados aos animais do que à razão, George (Foottit) é apresentado no filme como alguém ciente do uso do seu dinheiro, sempre disposto a agir com frieza e racionalidade. Um belo filme sobre o racismo.
No Guion Center 2, às 13h40
Agnus Dei (****)
(Les Innocentes), de Anne Fontaine, França / Polônia, 2015, 115 min
Depois de ser muito bem recebida na França e em festivais nos EUA, como Sundance, Agnus Dei estreia no Brasil. O drama conta a história de Mathilde Beaulieu, uma médica que trabalhou em um posto francês da Cruz Vermelha na Polônia no final da Segunda Guerra Mundial. O enredo se passa em dezembro de 1945, quando o Exército russo ainda toma conta do território polonês. Certo dia, Mathilde é procurada por uma freira polonesa que clama por ajuda. Com a barreira do idioma, Mathilde resiste em um primeiro momento. Mas ao perceber a persistência da irmã, resolve acompanhá-la até o convento. Ao chegar lá descobre algumas freiras que foram violentadas durante uma invasão de soldados russos e estão prestes a dar à luz. A partir daí, Anne Fontaine desenvolve uma complexa trama de personagens femininas que, mesmo com personalidades distintas, precisam se unir em busca de uma solução para uma situação tão atípica como a de dezenas de freiras grávidas questionando sua fé. A história é baseada em fatos reais.
No Guion Center 3, às 20h45
Caça-Fantasmas (****)
(Ghostbusters), de Paul Feig, EUA, 2016, 116 min
O filme está sendo avaliado como uma raridade: uma continuação tão boa quanto o original. Isto é, tão hilariante e bobo quanto o original de 1984. Ignoremos a continuação de 1989. Bem, o filme atual se passa em 2016. Uma respeitada professora da Universidade de Columbia, Erin Gilbert (Kristen Wiig) escreveu anos atrás um livro sobre a existência de fantasmas em parceria com a colega Abby Yates (Melissa McCarthy). A obra, que nunca foi levada a sério, é descoberta por seus pares acadêmicos e Erin perde o emprego. Quando Patty Tolan (Leslie Jones), funcionária do metrô de Nova York, presencia estranhos eventos no subterrâneo, Erin, Abby e Jillian Holtzmann (Kate McKinnon) se unem e partem para a ação pela salvação da cidade e do mundo, claro.
CÓPIAS DUBLADAS
Cineflix Total 3, às 21h50
No Cinespaço Wallig 7, às 14h, 16h30, 19h e 21h30
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinemark Barra 6, às 15h20, 18h20 e 21h10
No Espaço Itaú 1, às 21h40
Janis: Little Girl Blue (*****)
(Janis: Little Girl Blue), de Amy Berg, EUA, 2015, 103 min
Um tremendo documentário para quem se interessa por aquela época extremamente criativa do rock e do blues. Falamos da virada dos anos 60 para os 70. Recusando o clichê hippie e o simplismo do “sexo, drogas e rock’n’roll”, a diretora Amy Berg junta a correspondência que Joplin trocou com a família a materiais de arquivo nunca antes disponibilizados, captados em concertos e bastidores, e que revelam não apenas a artista, mas o ser humano. A narração é da cantora Cat Power. Janis: Little Girl Blue é um documentário que contextualiza a vida de alguém que cresceu inadaptado. Depois de uma curta — foram apenas 4 álbuns e muito shows — e espetacular trajetória, Janis sucumbiu às drogas e ao alcoolismo.
Na Sala Paulo Amorim, às 17h30
Julieta (****)
(Julieta), de Pedro Almodóvar, Espanha, 2016, 99 min
Julieta é dirigido e escrito por Pedro Almodóvar e baseado em três contos do livro “Fugas”, de Alice Munro. Almodóvar volta ao universo feminino colocando o espectador no centro das emoções e lembranças de uma mulher de meia idade prestes a recomeçar sua vida com um novo namorado em Portugal, até que encontra com uma antiga amiga da filha, o que a joga a protagonista (Julieta) num espiral de lembranças. Essa obsessão é marcada pela forma como os flashbacks vão tomando conta até dominarem completamente a linha narrativa do longa. Um Almodóvar maduro, com mais compostura, mas excelente.
No GNC Moinhos 4, às 15h40 e 19h50
No Guion Center 1, às 15h30, 17h20, 19h10
Ralé (****)
(Ralé), de Helena Ignez, Brasil, 2015, 73 min
O cinema de Helena Ignez é transgressivo. São características da gênese de seu trabalho como atriz no cinema marginal e de sua relação com cineastas como Rogério Sganzerla e Glauber Rocha, com os quais foi casada. Em seu mais recente longa, Ralé, Ignez apresenta uma proposta que busca, como já esperado, fugir do óbvio e dos padrões em uma adaptação bem livre, moderna e desconstruída do texto de mesmo nome do escritor russo Máximo Gorki (A Mãe, 1906). Anárquica por excelência, a diretora conta a história de um barão (Ney Matogrosso) que, após se aposentar dos seus dias de libertinagem e drogas, funda uma seita religiosa baseada no chá alucinógeno de Santo Daime. Sem dar diretrizes e longe de uma linguagem didática ao espectador, Ignez trilha o caminho pelas diversas pessoas que foram influenciadas pelo tal barão. Na narrativa fragmentada, a realizadora fala sobre velhice, liberdade e aceitação sexual. É um filme libertário e, como é dito durante a projeção, “polêmico e amoral”. (Adaptado do Papo de Cinema).
Na Sala P.F. Gastal, às 15h
Florence: quem é essa mulher? (***)
(Florence Foster Jenkins), de Stephen Frears, Grã-Bretanha / França, 2016, 110 min
Florence Foster Jenkins (Meryl Streep) é uma rica herdeira que persegue obsessivamente uma carreira de cantora de ópera. Aos seus ouvidos, sua voz é linda e afinada, mas só para ela. Para o mundo é absurdamente horrível. A história é real, Florence existiu e suas gravações podem nos apavorar até hoje. O ator St. Clair Bayfield (Hugh Grant), seu companheiro, tenta protegê-la de todas as formas da dura verdade, mas um concerto público coloca toda a farsa em risco. A história é a mesma do extraordinário Marguerite, também em cartaz. É fascinante como uma mesma história deu origem a dois filmes completamente diferentes. O filme francês via na personagem a possibilidade de discutir a hipocrisia nas relações sociais e os limites do julgamento artístico. Já a produção americana enxerga acima de tudo o potencial cômico desta diva desafinada. O primeiro filme desconstrói a noção de talento, enquanto o segundo constrói uma heroína.
No GNC Moinhos 4, às 17h40
Paulina (*****)
(La Patota), de Santiago Mitre, Argentina, 2015, 103 min
Paulina tem sua estreia no Brasil em uma hora extremamente necessária. Com um caso de estupro coletivo tendo acontecido recentemente em nosso país, o longa traz discussões importantíssimas sobre a violência contra a mulher, o machismo e a reação da vítima após o crime. A trama, que é um remake do La Patota dos anos 60, conta a história de Paulina, protagonizada pela talentosa Dolores Fonzi, uma advogada quase doutora que desiste de terminar seus estudos temporariamente para dar aula em uma região carente da Argentina. Alguns dias após sua chegada, ela é abusada por uma gangue local e, a partir daí, começa a tomar decisões absurdas para o gosto de seu pai, um juiz veterano renomado. Dirigido por Santiago Mitre (O Estudante) e coproduzido pelo brasileiro Walter Salles (Central do Brasil), o longa deixa uma nuvem de dúvidas no final dele. Mas não que isso seja ruim. Paulina é um daqueles filmes que a gente sai do cinema e já quer comentar sobre. E temos tantas coisas para discutir… (Excerto retirado do Quadro por Quadro).
Na Sala Norberto Lubisco, às 17h
Exposições e Artes Plásticas
Perto possível — Di Cavalcanti, Burle Marx, Manabu Mabe, Djanira, entre outros
Galeria Espaço Cultural Duque fica na Rua Duque de Caxias, 649
Até 03/09; de segunda a sexta das 10h às 19h; e aos sábados, das 10h às 17h
O encontro entre Di Cavalcanti (1897/1976) e outros mestres com um nome de destaque da arte pop, o artista gaúcho radicado em São Paulo Geraldo Markes, 55 anos, é promovido pela exposição Perto Possível, que também inclui as instalações luminosas de Luz Matéria Viva da Obra, das artistas Adma Corá, Maria Lucia Aragon, Nilze Ceni Coelho, Tânia Barros e Tania Schmidt. A exposição congrega trabalhos com características acadêmicas e modernistas, do acervo da galeria; trabalhos com o jeito contemporâneo de fazer arte; e, ainda, instalações que utilizam a luz para se comunicar com os espectadores”, explica a curadora e também artista plástica Daisy Viola, referindo-se aos diferentes perfis artísticos da exposição. Além da obra Mulatas, de Di Cavalcanti (óleo sobre tela, 59 x 48 cm, 1972), a exposição conta com pinturas de Burle Marx, Djanira, Heitor dos Prazeres, Vicente do Rego Monteiro e Manabu Mabe (pioneiro do abstracionismo no Brasil), entre outros artistas. Mais de 60 trabalhos serão expostos pela primeira vez nos quatro andares da Galeria da Duque. Markes, que estará presente na abertura, mostrará seis trabalhos de sua autoria, entre os quais o batizado de “Bonita, recatada e do lar”. Luz Matéria Viva da Obra compreende sete instalações iluminadas.
“Justo Eu”, Piccolino Café recebe exposição de desenhos
Rua Félix da Cunha, 1155
Até 15 de agosto
Com o intuito de abrir espaço para novos artistas gaúchos, o Piccolino Café vem realizando diversas ações culturais, promovendo o incentivo à arte e a integração da comunidade. No próximo dia 15, inicia a exposição das obras do artista Lucas Fagundes, que traz o projeto “Justo Eu” para a apreciação dos visitantes. Conhecido como Fagundera, o artista imprime em seus desenhos um pouco de sua vida, onde em diversas situações se viu como um marinheiro entendendo que momentos de tempestade não representam o fim da viagem, mas sim o prenúncio de que a calmaria está logo ali. Hoje desfruto de conquistas das quais não me julgo merecedor, e me pego pensando: por que eu? Justo eu! Sei que ainda muitas tempestades serão por mim enfrentadas, e que muitas delas, de tão fortes, me causarão algum dano. Problema nenhum! Continuarei fazendo delas professores que me ensinarão a ser cada vez melhor.”, explica o artista.
Coleção da Fundação Edson Queiroz
Na Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2.000
Até 17 de outubro
A exposição reúne um conjunto de 76 obras da Fundação Edson Queiroz, uma das mais amplas e sólidas coleções da arte brasileira do País. A mostra tem como foco a produção de artistas atuantes no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960, abrangendo do modernismo à arte abstrata. Trata-se de uma oportunidade única para o público de Porto Alegre entrar em contato com esse período tão singular da arte nacional.
Abertura: 23 de junho, das 19h às 21h
Exposição: de 24 de junho a 17 de outubro
De terça a domingo, das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Na Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2.000 – Porto Alegre)
“Francisco Brennand – O Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”
Até 4 de setembro de 2016
Santander Cultural – Rua Sete de Setembro, 1028 – Centro Histórico
Esta deve ser a maior e melhor exposição deste ano no Santander Cultural. Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand (Recife PE 1927). Ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador, gravador. Inicia sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora (1924). Posteriormente, recebe orientação em pintura de Álvaro Amorim (19-?) e Murilo Lagreca (1899 – 1985). No fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-mortas, realizadas com grande simplificação formal. Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cicero Dias (1907 – 2003). Frequenta cursos com André Lhote (1885 – 1962) e Fernand Léger (1881 – 1955) em Paris, em 1951. Conhece obras de Pablo Picasso (1881 – 1973) e Joán Miró (1893 – 1983) e descobre na cerâmica seu principal meio de expressão. Entre 1958 a 1999, realiza diversos painéis e murais cerâmicos em várias cidades do Brasil e dos Estados Unidos. Em 1971, inicia a restauração de uma velha olaria de propriedade paterna, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas. Em 1993, é realizada grande retrospectiva de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim. É publicado o livro Brennand, pela editora Métron, com texto de Olívio Tavares de Araújo, em 1997. Em 1998, é realizada a retrospectiva Brennand: Esculturas 1974-1998, na Pinacoteca do Estado – Pesp, em São Paulo. Desde os anos 1990, são lançados vários vídeos sobre sua obra, entre eles, Francisco Brennand: Oficina de Mitos, pela Rede Sesc/Senac de Televisão, em 2000.
Horários de Visitação
De terças a sábados, das 10hs às 19hs
Domingos, das 13hs às 19hs.
Não abre às segundas feiras e feriados.
Música
Concerto Ospa – Série Igrejas
9 de agosto de 2016 (terça-feira), às 20h30
Igreja da Paróquia Pão dos Pobres (R. da República, 838)
A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre apresenta um concerto especial com repertório voltado para formações de instrumentos de sopro e percussão. Sob a regência do maestro israelense Eran Reemy, que faz sua estreia à frente de uma orquestra brasileira, a sinfônica interpreta obras da Renascença ao Modernismo que, devido à sua instrumentação particular, não são frequentemente executadas. A entrada é franca.
PROGRAMA
Gabrieli, G.: Sonata Octavi Toni
Poulenc, F.: Suite Française
Strauss, R.: Serenata, op. 7
Copland, A.: Fanfarra para um Homem Comum
Mendelsohn, F.: Abertura para Instrumentos de Sopro
Stravinsky, I.: Sinfonia para Instrumentos de Sopro
Bernstein, L.: Slava!
Gisele De Santi
10 de agosto (quarta-feira), às 21h
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº)
Porto-alegrense de 30 anos, radicada em São Paulo, a cantora e compositora Gisele De Santi lança o terceiro álbum de sua carreira, “Casa” (2016, Bell’Anima, 13 faixas). No palco, ela repetirá o repertório e a formação da gravação do disco: Luiz Mauro Filho ao piano e Vagner Cunha (também produtor do CD) ao violino e viola. O roteiro contempla as 13 canções do título – composições próprias, parcerias, temas de Caetano Veloso, Djavan, Lennon-McCartney, Vitor Ramil, Chico Buarque e Guinga – e algumas surpresas. Os ingressos vão de R$ 10 a R$ 40 e estão disponíveis na bilheteria do local ou pelo site http://compreingressos.com/.
Teatro e Dança
Pterodátilos
Quartas-feiras de agosto (03, 10, 17, 24 e 31), às 12h30 e 19h30
Sala Qorpo Santo (Av. Paulo Gama, Campus Central da UFRGS)
Escrito por Nicky Silver, o texto de “Pterodátilos” apresenta uma família aparentemente normal, adepta de um modo de vida estável e rotineiro, que tem seu mundo virado de pernas para o ar com a entrada do namorado da filha no contexto familiar e o retorno do filho após um longo período de ausência. O mundo de aparências em que a família vive é permanentemente abalado, fazendo com que a realidade surja e as complexas relações entre os personagens se revelem. Através de um humor ácido, conhecemos os conflitos de cinco pessoas, cuja existência está firmemente atrelada a sistemas de negação. “Pterodátilos” leva o espectador a indagar-se sobre suas decisões, atitudes, valores morais e éticos e fugas perante às adversidades cotidianas.
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