Sul21 recomenda ‘Depois da Tempestade’, ‘Elle’, ‘Menino 23’ e ‘Animais Fantásticos e Onde Habitam’

Milton Ribeiro

Depois de lastimáveis sequências de lançamentos, os bons entraram juntos! Pois é, muitos e excelentes filmes estreiam na semana. Destacamos quatro, um recorde, e ainda deixamos de fora os bons BR 716 e Creepy para destacar um grupo da pesada: o japonês Depois da Tempestade, o francês Elle, o brasileiro Menino 23 e o blockbuster anglo-americano Animais Fantásticos e Onde Habitam

Mas há muito mais em nosso Recomenda. Já viram, por exemplo, as exposições de Ronaldo Fraga e Zoravia Bettiol?

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Depois da Tempestade (*****)
(Umi yori mo Mada Fukaku), de Hirokazu Koreeda, Japão, 2016, 118 min

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O diretor japonês Hirokazu Koreeda tem apresentado novos filmes com uma rapidez impressionante, capaz de levantar dúvidas sobre a capacidade de manter o alto nível das obras. Embora suas histórias familiares, sempre agridoces e realistas, não tragam grandes experimentos formais nem lampejos de originalidade, ainda cativam pelo olhar aguçado aos conflitos humanos. Depois da Tempestade, em especial, representa um dos melhores filmes do cineasta nos últimos anos. Contando uma história familiar, Depois da Tempestade atinge momentos de beleza humana e cinematográfica ímpar. As cenas em casa são ótimas: através de diálogos simples, durante refeições ou jogos de tabuleiro, o roteiro constrói em profundidade as personalidades distintas, introduzindo gradativamente informações sobre o passado de cada um e sobre os ressentimentos guardados. As pequenas disputas por dinheiro, por atenção e por carinho são tão comuns que transformam esta família num núcleo universal. (Adaptado do AdoroCinema).

No Guion Center 3, às 14h10, 18h40 e 20h45
No Espaço Itaú 2, às 14h30 e 19h20

Elle (*****)
(Elle), de Paul Verhoeven, França / Alemanha, 2015, 130 min

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Michèle (Isabelle Huppert) é a executiva-chefe de uma empresa de videogames, a qual administra do mesmo jeito que administra sua vida amorosa e sentimental: com mão de ferro, organizando tudo de maneira precisa e ordenada. Sua rotina é quebrada quando ela é estuprada por um desconhecido, dentro de sua própria casa. No entanto, ela decide não deixar que isso a abale. O problema é que o agressor misterioso ainda não desistiu dela. Verhoeven é um mestre e Elle é sério candidato a melhor filme de 2016. Trata-se de uma obra controversa, por escapar a qualquer expectativa narrativa ou cinematográfica associada à figura do estupro. Michèle não é uma personagem perversa, passiva nem sofrendo de qualquer síndrome de Estocolmo. Seu comportamento soa tão estranho que talvez seja mais fácil, justamente, descrevê-la pelo que ela não é. O filme de Paul Verhoeven incomoda por situar uma ação de claro cunho moral para além da razão e da ética, além do bem e do mal. Nenhum personagem age como se esperaria nesta situação, e este mecanismo solicita constantemente o julgamento do público. (Adaptado do AdoroCinema).

No Espaço Itaú 2, às 16h50 e 21h30
No GNC Moinhos 2, às 13h20, 16h, 18h40 e 21h20
No Guion Center 1, às 13h50, 16h10, 18h30 e 21h

Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil (*****)
(Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil), de Belisario Franca, Brasil, 2016, 80 min

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Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil, de Belisario Franca, está na disputa para melhor documentário no Oscar 2017. O documentário conta a história de meninos órfãos e negros, vítimas de um projeto criminoso de eugenia, que foram escravizados no ano de 1930 por simpatizantes do nazismo. A partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, o filme acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar e a descoberta de um fato assustador: durante os anos 1930, cinquenta meninos negros e mulatos foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para a fazenda onde os tijolos foram encontrados. Lá, passaram a ser identificados por números e foram submetidos ao trabalho escravo por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, e que não escondia sua simpatia pelo ideário nazista. Aos 83 anos, dois sobreviventes dessa tragédia brasileira, Aloísio Silva (o “menino 23”) e Argemiro Santos, assim como a família de José Alves de Almeida (o “Dois”), revelam suas histórias pela primeira vez.

No CineBancários, às 15h e 19h

Animais Fantásticos e Onde Habitam (****)
(Fantastic Beasts and Where to Find Them), de David Yates, EUA, Reino Unido, 2016, 133 min

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Em 1926, Newt é um magizoologista, pessoa que cuida de animais com alguns poderes (rapimônio, occami, seminviso, gira-gira). Ele acaba de chegar a Nova York, com sua maleta repleta de criaturas, uma delas foge. Ele troca, sem querer, sua mala com a de um operário, Jacob, que quer ser padeiro. Agora ele precisa capturar os animais que estão fugindo da mala. Tina Goldstein é funcionária do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, e está investigando Newt, que é suspeito de contrabandear animais perigosos. Logo percebendo a confusão em que Newt se meteu, irá ajuda-lo a desfazer o mal entendido, junto com Jacob e sua irmã Queenie, que tem o poder de ler mentes. Só isso bastava, mas ainda tem a história mais densa: o jovem Credence, com uma mãe dominadora e fanática, quer a destruição dos bruxos. (Adaptado do Cinema Detalhado).

CÓPIAS IMAX 3D DUBLADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 13h30
CÓPIAS IMAX 3D LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 16h10, 18h50 e 21h30
CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 1, às 13h30, 18h50 e 21h30
CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 1, às 13h30, 16h15, 19h e 21h45
No Cinemark Barra 2, às 13h, 15h50 e 18h40
No Cinemark Barra 4, às 14h15
No Cinemark Ipiranga 3, às 15h10
No Cinemark Ipiranga 5, às 14h10, 17h10 e 20h10
No GNC Iguatemi 4, às 16h20 e 21h50
No GNC Praia de Belas 1, às 13h10 e 18h50
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 4, às 18h e 21h
No Cinemark Barra 2, às 21h40
No Cinemark Barra 4, às 17h15 E 20h15
No Cinemark Barra 7, às 16h30 e 22h
No Cinemark Ipiranga 3, às 18h10 e 21h10
No Cinemark Ipiranga 8, às 19h10 e 22h05
No GNC Iguatemi 4, às 13h30 e 19h10
No GNC Praia de Belas 1, às 16h e 21h40
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 14h, 16h30 e 19h
No Arcoplex Rua da Praia 1, às 14h 16h30 e 19h
No Cine Victória 1, às 14h 16h30 e 19h
No Cineflix Total 5, às 13h45, 16h30 e 19h15
No Cinespaço Wallig 2, às 13h30, 16h e 18h30
No Espaço Itaú 5, às 13h30 e 16h
No GNC Lindóia 1, às 13h20, 16h10, 19h e 21h40
No GNC Lindóia 2, às 15h
No GNC Iguatemi 3, às 13h10 e 18h50
No GNC Praia de Belas 6, ÀS 16h20 e 21h50
CÓPIAS LEGENDADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 21h30
No Cineflix Total 5, às 22h
No Cinespaço Wallig 2, às 21h10
No Espaço Itaú 4, às 14h, 16h30, 19h e 21h30
No Espaço Itaú 5, às 18h30 e 21h10
No GNC Praia de Belas 3, às 16h e 21h40
No GNC Praia de Belas 6, às 13h30 e 19h10

Cinema – Em cartaz

Cinema Novo (*****)
(Cinema Novo), de Eryk Rocha, Brasil, 2016, 90 min

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Um ensaio poético, um olhar aprofundado e um retrato íntimo sobre o Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro que colocou o Brasil no mapa do cinema mundial, lançou grandes diretores (como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Cacá Diegues) e criou uma estética única, essencial e visceral que mudou a história do cinema e a história do Brasil para sempre. Este documentário, vencedor do prêmio Olho de Ouro este ano em Cannes, mostra de maneira orgulhosa e apaixonada, a criação do novo ideal no cinema de realismo brasileiro pelos olhos de uma de suas crias, Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha. Em primeira pessoa, o filme destaca o movimento de dentro pra fora. E com falas pinçadas de autores e realizadores tenta explicar os por quês dessa vontade de retratar regionalidade e situações atuais, cheios de questionamentos e com uma voz que pulsava para ser ouvida, um verdadeiro manifesto transcendental que se desvinculava da alienação cinematográfica e mudava para uma narrativa popular, mais inteligente, consciente e menos comercial.

No CineBancários, às 17h

Snowden — Herói ou Traidor (****)
(Snowden), de Oliver Stone, EUA, 2016, 135 min

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O exílio de Oliver Stone no limbo da irrelevância parece ter terminado com Snowden – Herói ou Traidor. O drama não é apenas o trabalho mais engajado do diretor desde Nixon (1996) – é também o filme político mais importante e aparentemente transparente de um cineasta norte-americano em anos. O filme conta a história de Edward Snowden, um contratado da NSA (a agência de segurança nacional dos EUA, focada em funções de interceptação e criptoanálise). Ele a denuncia e foge da agência após vazar documentos que revelam até que ponto a vigilância americana se estende no mundo de hoje. Stone faz um filme que pede ao público para que escolha um dos lados no que compete a questão da vigilância americana através da tecnologia, enquanto mostra o outro lado, o de Snowden, muito bem interpretado por Joseph Gordon-Levitt. Se você levar em conta tudo o que viu na mídia normal, pode pensar que já sabe tudo sobre essa história. Talvez tenha até decidido, tempos atrás, que Snowden é um traidor ou que foi muito longe ao revelar documentos e segredos da agência que jurou defender. Pró-Snowden ou anti-Snowden, não importa o lado que você escolheu, o filme de Stone irá aprofundar suas respostas às ações do personagem. (Da Quadro por Quadro)

No Cinemark Barra 3, às 16h10
No Espaço Itaú 1, às 19h, 21h30
No GNC Iguatemi 6, às 14h, 21h20
No GNC Moinhos 3, às 16h10 e 21h30
No GNC Praia de Belas 3, às 15h50, 18h40

Indignação (****)
(Indignation), de James Schamus, EUA, 2016, 110 min

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Baseado no livro homônimo de Philip Roth, o longa conta a história de Marcus Messner (Logan Lerman), um jovem estudante judeu que ganha uma bolsa de estudos em uma universidade de Ohio em 1951, evitando que ele fosse convocado para a Guerra da Coreia. Ao chegar lá, o estudioso Marcus se vê em conflito: por estar focado na sua formação, não quer socializar com outros estudantes, mas acaba criando uma paixão pela bela Olivia Hutton (Sarah Gadon); ao mesmo tempo em que bate de frente com os ideais do reitor da universidade, Dean Caudwell (Tracy Letts). Já de posse dos direitos do romance Indignação , o diretor Schamus escreveu um roteiro e, antes de começar a filmar, cometeu o que chamou de “idiotice”. Enviou o texto para Roth, atrás de aprovação. Roth, porém, recusou-se a ler a fim de lhe dar plena liberdade.

No Espaço Itaú 6, às 14h30

Kóblic (*****)
de Sebastián Borensztein, Argentina / Espanha, 2016, 115 min

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Ambientado na última ditadura militar que ocorreu na Argentina (de 1976 a 1983), o filme conta a história de um capitão do exército que foi parte dos “voos da morte”, quando lançavam pessoas consideradas subversivas no Río de la Plata. O militar se converte em fugitivo e chega a um pequeno povoado. A história é muito bem contada pelo diretor Borensztein, de Um Conto Chinês. O ano é de 1977 e Kóblic (Ricardo Darín), um exímio piloto, está no interior da Argentina fugindo do próprio posto. Após rejeitar uma ordem vinda de um superior, é ameaçado e vê-se obrigado a se refugiar num pequeno vilarejo. Porém, se o país vive uma ditadura que persegue e elimina pessoas nas ruas da capital, no interior há um próprio regime de controle que não vê com bons olhos a presença do estranho. Com violência explícita ou não, o filme tenta constrói uma história protagonizada por um homem que se esforça manter-se fora do que lhe é solicitado.

No Guion Center 2, às 13h40

Aquarius (*****)
de Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2016, 145 min

Aquarius
Kleber Mendonça Filho já marcara seu nome no cinema brasileiro com o extraordinário O Som ao Redor. Em vez de apenas colher a glória de seu grande filme, bisou o feito, realizando outro também notável. Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaças para que mude de ideia. Uma história lotada de Brasil.

Na Sala Eduardo Hirtz, 16h

Exposições e Artes Plásticas

Exposição no MARGS apresenta o lírico e o onírico de Zoravia Bettiol
Na Praça da Alfândega, s/n
Até 11 de dezembro, De terças a domingos, das 10h às 19h

Ao longo de 2016, a artista plástica Zoravia Bettiol comemora seus 80 anos de vida e 60 de arte. Assinalando a data, está em cartaz no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), até 11 de dezembro, a exposição Zoravia Bettiol – o lírico e o onírico, pautada no lirismo e na fantasia, aspectos marcantes da personalidade, do processo artístico e da poética da artista. Reunindo obras de mais de seis décadas, a mostra tem curadoria dos historiadores e críticos de arte Paula Ramos e Paulo Gomes, que há anos acompanham a trajetória de Zoravia. A exposição é composta por desenhos, pinturas, gravuras, arte têxtil, objetos, ornatos e joias, além de registros de performances. Entre os destaques, a série Sentar, sentir, ser, iniciada em 2005 e concluída em 2016. Surgida a partir da reflexão do grande tempo que as pessoas permanecem sentadas, diariamente, a série exibe a própria artista em poses e situações engraçadas, realizando distintas ações que podem ser feitas enquanto se está, justamente, sentado, tais como: comer, legislar, celebrar, fofocar, magicar etc. Solta no espaço, em meio à representação de elementos e adereços que identificam as atividades empreendidas, a artista desponta em composições de cores cítricas e ridentes, que articulam fotografia, desenho, pintura e colagem. Outro destaque está no conjunto completo de xilogravuras para a lenda A salamanca do Jarau, publicada por Simões Lopes Neto (1856–1916) em seu livro Lendas do Sul (1913). Zoravia ilustrou o texto no final dos anos 1950, produzindo 27 imagens que serão expostas pela primeira vez em sua totalidade, acompanhadas por vários estudos preparatórios.
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Rafael Muniz expõe “Corpos” na UFCSPA
No Espaço de Artes da UFCSPA, Rua Sarmento Leite, 245
Até o dia 17 de dezembro, de segunda à sexta-feira, das 9h às 20h e aos sábados, das 9h às 11h30

A exposição faz parte de um trabalho desenvolvido por Rafael Muniz, desde 2013, no qual ele cria corpos a partir de outros corpos e mostra a relação de desejo entre eles — seja o desejo como caminho e percurso, seja o desejo de erotizar em diálogo entre o desenho e a pintura. Os desenhos foram feitos originalmente em um livro e, depois pontos de emergência deram a continuidade ao trabalho em outros suportes. Na tela e no papel, Muniz busca a composição do espaço em branco como potência para este corpo, que se torna um corpo suporte e um corpo desenhante.
A partir desses processos, desenvolve a pesquisa com a criação de corpos erotizados com intercessores da anatomia humana. O artista explica que, etimologicamente, as palavras desenhar, designar e desejo possuem uma raiz semelhante: percurso e caminho. Como prática, assume a metodologia cartográfica deleuze-guattariana, originando corpos a partir dos disparos que a própria linha sugere, cartografando e registrando o processo criativo. “A construção se dá da mesma forma que o ato sexual: olhamos, analisamos, despimos, tocamos. Tiramos as camadas de pele. “Somos compostos alquímicos de desejos libidinosos, sede de ventres e profusão locomotiva na construção de linhas, de um corpo que deseja e de um corpo desejante em mistura, de seres andróginos e amalgamados”, revela. Muniz cursa bacharelado em Artes Visuais no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é bolsista de extensão do Projeto Tinta Fresca e Estudos do Corpo/FACED/UFRGS e integrante do Núcleo de Arte Impressa (IA/UFRGS).
rafael-muniz

Cadernos de roupas, memórias e croquis
Exposição de Ronaldo Fraga na CCMQ
De 9 de novembro até dia 11 de dezembro,
De terças a sextas, das 10h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h,
Na Galeria Augusto Meyer e Espaço Maurício Rosenblatt – 3º andar da CCMQ (Andradas, 736).
Entrada gratuita

O Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi) apresenta, nos espaços Augusto Meyer e Maurício Rosenblatt da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), a exposição Caderno de Roupas, Memórias e Croquis, do estilista mineiro Ronaldo Fraga. A mostra, que fica no centro cultural de 9 de novembro a 11 de dezembro, reúne material das 42 coleções de Fraga. Croquis, material gráfico, vídeos e roupas convidam a um mergulho no universo e no processo criativo deste multiartista, provocando várias análises da moda como um vetor de reafirmação e apropriação cultural. “Moda é interpretação de texto e contexto social, histórico, econômico e cultural. Moda é técnica, textura, cores, tecidos e negócio. Mas, para mim, moda é antes de tudo a transformação do olhar por meio da escrita pessoal do indivíduo nas suas escolhas do vestir”, comenta Fraga. A intenção é desvendar pequenos vestígios de uma escrita particular, desenhadas pelo estilista mineiro e vestidos nos outros. “Por riscos, rabiscos e esboços desenhei histórias absurdas do homem comum. Transformei música, literatura, cultura brasileira e alguns ‘buracos’ do meu tempo em roupas-desenho e desenhos-memória. As mãos do velho-menino-que-conheço desde sempre ainda coçam diante de uma caixa de lápis de cor. A vontade de ilustrar uma nova história para vestir é o que não me deixa descer do balanço, porque este é o meu parque de diversões”, completa. A exposição foi apresentada em Belo Horizonte, na Casa Fiat de Cultura, em outubro de 2012, e atraiu mais de 45 mil visitantes.
exposicao-ronaldo

Música

Desconcerto #15 apresenta Catarina Domenici
Dia 19 de novembro de 2016, sábado, às 18h30
Onde: Parangolé Bar (Lima e Silva, 240, Cidade Baixa, Porto Alegre-RS)
Retribuição espontânea

Que tal ouvir música clássica no ambiente informal de um bar? No dia 19 de novembro, sábado, às 18h30, o projeto Desconcerto promove sua décima quinta edição no Parangolé (Lima e Silva, 240), na Cidade Baixa, em Porto Alegre. Desta vez, a convidada é a prestigiada pianista Catarina Domenici, que apresenta “O piano do Ernesto”. Autor de clássicos como “Odeon” e “Apanhei-te, cavaquinho”, Ernesto Nazareth (1863-1934) transformou em linguagem pianística a sonoridade dos conjuntos de choro de sua época. Em homenagem ao grande compositor brasileiro, Catarina interpreta seus tangos, polcas e valsas. Assídua dos palcos mais tradicionais de Porto Alegre, Catarina avalia a possibilidade de levar seu trabalho para um bar: “Essa cidade tem tesouros inacreditáveis, e um deles é o projeto Desconcerto. Esse projeto é inovador, e está contribuindo muito para divulgar uma música que até então ficava restrita aos teatros”. O projeto Desconcerto não cobra um valor fixo de couvert artístico, mas sugere uma contribuição espontânea, de R$ 5 a R$ 20, que remunera os músicos. Reservas pelo 3019-6898.

Foto: Sofia Cortese
Foto: Sofia Cortese

Ospa: Concerto da Série Araújo Vianna
Dia 20 de novembro, domingo, às 11h
No Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, s/nº – Redenção)

A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e a Banda Municipal da cidade se encontrarão em uma manhã de diferentes estilos sonoros, comemorando o aniversário de 91 anos da Banda e de 66 anos da orquestra. O concerto, regido pelos maestros Evandro Matté e Davi Coelho da Rosa, é gratuito, com retirada prévia de senhas, e faz parte da Série Araújo Vianna da Ospa, apresentada pelo Banrisul. Na primeira parte do concerto, a brasilidade toma conta do auditório com a Banda tocando obras nacionais sob a regência de Davi Coelho da Rosa. “Suite Nordestina” de Mestre Duda, “Copacabana” de Braguinha & Alberto Ribeiro e “Baião de Lacan” de Guinga & Aldir Blanc abrem a exibição. Depois, é a vez de a Ospa apresentar Seleção “Porgy and Bess” para Clarinete e Orquestra, de George Gershwin (Arranjo de Franck Villard), sob o maestro Matté. As melodias de uma das óperas-chave norte-americanas ganharão os solos do convidado especial Michel Lethiec, clarinetista francês, uma das figuras mais destacadas do cenário internacional da música de concerto. Por fim, os dois grupos musicais dividem o palco para executar “Abertura 1812”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky.

Foto? Josep Molina
Foto? Josep Molina

Teatro e Dança

Como gostais, de William Shakespeare
De 15 a 20 de novembro, de terça a sábado às 20h, domingo às 18h
No Teatro do Centro Histórico Cultural Santa Casa
Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia) estudantes, idosos, classe artística

Como Gostais é uma das peças menos conhecidas no Brasil do autor britânico. No entanto, permanece entre uma de suas obras mais admiradas pelos entusiastas da pena do bardo inglês. Talvez essa seja uma das peças shakespeareanas em que o amor é tratado em toda a sua beleza, grandeza, ironia e maturidade. Da mesma forma é uma de suas obras em que o feminino aparece em um protagonismo ímpar na história da literatura antiga. De acordo com Fraga, o projeto também engloba uma pesquisa sobre a arte do ator. “A ausência de montagens sobre textos clássicos torna cada vez mais distante a preparação de atores para enfrentar a construção de personagens complexos e o domínio de textos mais rebuscados. Nesta era em que a tecnologia toma o espaço que já foi dedicado ao encontro autêntico entre seres humanos esta trupe percebe como a humanidade de Shakespeare ainda tem muito a dizer”, revela.

Sofia Wolff
Sofia Wolff

Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora
No Teatro Renascença, Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues, Av. Érico Veríssimo, 307
De 17 a 27 de novembro, de quinta a domingo, sempre às 20 horas

O Coletivo Errática estreia em Porto Alegre o espetáculo “Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora” no Teatro Renascença, dia 17 de novembro. A temporada se estende até 27 de novembro, de quinta a domingo, sempre às 20 horas. A direção é de Jezebel de Carli. “Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora”, novo espetáculo do Coletivo Errática, dirigido por Jezebel De Carli, com dramaturgia original do jovem dramaturgo gaúcho Francisco Gick, entra em cartaz no mês de novembro no Teatro Renascença, em Porto Alegre. “Ramal 340” é composto de narrativas de viagens, despedidas e encontros, sobre como a vida se transforma completa e inesperadamente e, de repente, você se vê num aeroporto ou rodoviária ou estação de trem, com uma mala na mão, esperando… são situações limite que conduzem os serem humanos ao movimento.

 Foto: May Lima
Foto: May Lima