Milton Ribeiro
Destacamos dois filmes bem legais. O primeiro é o iconoclasta O Formidável, cuja vítima é Jean-Luc Godard. O segundo é um filme que discute a arte através de seus manifestos (Dogma 95 incluído) com Cate Blanchett fazendo 13 papéis. Ah, o nome do filme? Manifesto.
Também recomendamos fortemente o Concerto da Ospa da próxima terça-feira. Terá apenas uma obra, mas que é obra é a Sinfonia Nº 2 de Mendelssohn!
A exposição Scheffel por ele mesmo é das melhores que tivemos este ano. Igualmente a recomendamos.
Abaixo, maiores detalhes de tudo isso e muito mais.
Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.
Cinema – Estreias
O Formidável (****)
(Le Redoutable), de Michel Hazanavicius, França, 2017, 107 min
Este é um filme sobre a vida do diretor Jean-Luc Godard nos anos 60. Hazanavicius não fez um filme imitando Godard — o que seria impossível, pois há vários –, antes tira um sarro parodiando as ações do diretor na primeira e mais gloriosa fase de sua carreira. Muitos amantes de Godard — dentre os quais nos incluímos — detestaram a abordagem pouco simpática ao retratado, mas é indiscutível que o filme empresta leveza àquele que muitos consideram um deus. É bom desssacralizar, não? O filme narra o período em que Godard viveu com a atriz Anne Wyazemsky. A base foi o livro Um ano depois, de Wyazemsky. Ela trabalhou com Godard em A chinesa (1967) e o acompanhou, nos filmes e fora deles, até 1979. Ela mostra como um gênio pode ser incontrolável e frequentemente infantil. O que irritou os godarianos foi o tom satírico: Godard é uma criança que se leva muito a sério. Fica engraçado.
No Guion Center 1, às 14h30, 16h30, 18h30 e 20h30
No Espaço Itaú 5, às 14h, 18h e 22h
No GNC Moinhos 1, às 13h30, 17h35 e 21h50
Manifesto (****)
(Manifesto), de Julian Rosefeldt, Austrália, 2016, 98 min
Manifesto questiona o papel da arte na nossa sociedade de hoje, ontem e sempre. É quase um filme-tese. O diretor alemão Julian Rosefeldt tem Cate Blanchett interpretando 13 personagens distintos em uma série de monólogos recheados com referências a manifestos artísticos. “Não importa de onde se tira as coisas, mas para onde se as leva”, disse Jean-Luc Godard. A proposta de Rosefeldt, que é também artista plástico, é reunir 13 manifestos consagrados, sob os mais variados temas, de forma a criar, a partir deles, reinterpretações contando com o auxílio de uma grande atriz, Cate Blanchett. É a partir do já existente que se cria algo novo. É óbvio que o filme seja um tanto hermético, mas às vezes a gente vai no cinema para pensar, não?
https://youtu.be/F9heG4HolBI
No Guion Center 2, às 14h45, 16h45 e 20h45
No Espaço Itaú 5, às 16h10 e 20h10
No GNC Moinhos 1, às 15h35 e 19h50
Cinema – Em cartaz
Bom Comportamento (****)
(Good Time), de Ben Safdie e Joshua Safdie, EUA / Luxemburgo, 2017, 101 min
Um bom thriller não pode parar. É o que acontece aqui. É adrenalina e mais adrenalina. Depois de um malsucedido assalto a banco, Constantine Nikas (Robert Pattinson) embarca numa odisseia tortuosa através do submundo de Nova Iorque numa tentativa desesperada e perigosa de tirar o irmão da cadeia. Durante uma noite, ele se vê numa descida louca à violência e ao caos contra o relógio. O filme coloca o espectador numa espiral de eventos improváveis e violentos. Bom Comportamento inicia com uma consulta psicológica e depois é pura pauleira em ritmo constante, como uma música eletrônica.
https://youtu.be/4UQYwPHXOUk
No Guion Center 3, às 18h15
No Espaço Itaú 1, às 15h20
No GNC Moinhos 3, às 13h40 e 21h40
Rock´n Roll: Por Trás da Fama (****)
(Rock´n Roll), de Guillaume Canet, França, 2016, 123 min
O cineasta e ator Guillaume Canet, com 43 anos, é confrontado por uma repórter, sugerindo que ele está ultrapassado e não pode concorrer com os jovens de sua geração. Perturbado com esta ideia, o artista decide provar que continua tão criativo e descolado quanto antes. Para isso, conta com a ajuda da sua esposa Marion Cotillard e busca inspiração no rei do rock francês Johnny Hallyday. Se rir de si mesmo é sinal de inteligência, o que dizer de um filme calcado na persona pública de seu protagonista e nos estereótipos inerentes à profissão? Esta é a difícil e corajosa tarefa de Guillaume Canet no divertidíssimo Rock’n Roll: Por Trás da Fama, onde se expõe de uma maneira surpreendente a partir de uma ideia ao mesmo tempo simples e inusitada: trazer a público os bastidores da vida em casal do próprio Canet e de sua esposa, Marion Cotillard. Sim, é isso mesmo que você leu: em Rock’n Roll, Canet e Cotillard interpretam a si mesmos – ou uma versão de si mesmos, a partir de como são vistos mundo afora. (Com o AdoroCinema).
No Guion Center 3, às 16h
Blade Runner 2049 (****)
(Blade Runner 2049), de Denis Villeneuve, EUA, 2017, 163 min
Uma bonita e respeitosa continuação do Blade Runner original. California, 2049. Após os problemas enfrentados com os Nexus 8, uma nova espécie de replicantes é desenvolvida, de forma que sejam mais obedientes aos humanos. Um deles é K (Ryan Gosling), um blade runner que caça replicantes foragidos para a polícia de Los Angeles. Após encontrar Sapper Morton (Dave Bautista), K descobre um fascinante segredo: a replicante Rachel (Sean Young) teve um filho, mantido em sigilo até então. A possibilidade de que replicantes se reproduzam pode desencadear uma guerra deles com os humanos, o que faz com que a tenente Joshi (Robin Wright), chefe de K, o envie para encontrar e eliminar a criança.
https://youtu.be/OEW3gbptBZg
CÓPIAS DUBLADAS
No Cinespaço Wallig 2, às 20h50
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No GNC Iguatemi 5, às 21h40
No GNC Praia de Belas 2, às 21h40
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinemark Barra 1, às 20h35
No Espaço Itaú 2, às 20h
No GNC Iguatemi 2, às 21h50
No GNC Moinhos 4, às 13h20 e 18h45
Mãe! (***)
(Mother!), de Darren Aronofsky, EUA, 2017, 115 min
Um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido (Javier Bardem) tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções. Está longe de ser o melhor filme de Aronofsky (Réquiem para um Sonho, Cisne Negro), mas sua tentativa de ser um Lars von Trier cafona funciona só mais ou menos bem. Aronofsky volta às alegorias religiosas, mas desta vez com mais pretensão do que sucesso.
https://youtu.be/bU1ZbpCGRCc
No Espaço Itaú 3, às 19h10 e 21h30
Como Nossos Pais (***)
de Laís Bodanzki, Brasil, 2017, 102 min
Rosa é uma mulher que quer ser perfeita em todas suas obrigações: como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Quanto mais tenta acertar, mais tem a sensação de estar errando. Filha de intelectuais dos anos 70 e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja engajada, moderna e onipresente, uma supermulher sem falhas nem vontades próprias. Rosa vê-se submergindo em culpa e fracassos, até que em um almoço de domingo, recebe uma notícia bombástica de sua mãe. O trailer dá o spoiler…
Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h
Columbus (****)
(Columbus), de Kogonada, EUA, 2017, 104 min
Um dos destaques de Columbus é a arquitetura modernista da cidade que fica em Indiana nos Estados Unidos e que dá título ao filme. Ela é quase um personagem no enredo proposto. O filme gira em torno da relação entre um homem de 30 e poucos anos (John Cho), que volta para a cidade para visitar o pai que está em coma, e uma mulher mais jovem, Casey (Haley Lu Richardson), que tem interesse pela Arquitetura. Os temas trabalhados são densos: perpassam a questão da morte, da separação e a importância da arquitetura. Assim, o humanismo do diretor e sua maneira de contar histórias e amarrar temáticas se mescla a um formato singular. Columbus é uma das maiores surpresas cinematográficas do ano. (Trecho de matéria de Rodolfo Moreira).
https://youtu.be/U8PRTargjnw
Na Sala Paulo Amorim, às 15h30
Exposições
Scheffel por ele mesmo
No Margs (Praça da Alfândega, s/n)
Até 5 de dezembro, de terças a domingos, das 10h às 19h
A Exposição “Scheffel por Ele Mesmo”, reúne obras da Coleção Família Zelmanowicz, Fundação E. F. Scheffel e acervos privados e propõe revelar ao público um recorte sobre a obra de Ernesto Scheffel, talvez o mais instigante de sua produção: a década de 1970, que permanece ainda pouco conhecida. A escolha das obras forma um conjunto estabelecido pelo próprio Scheffel – com texto de sua autoria – em uma exposição por ele sonhada e não realizada em vida. Apresenta ainda, uma mostra de retratos, promovendo uma visão panorâmica sobre a produção artística de Scheffel, a partir da década de 1950 até os anos 2000. Em diálogo com a Exposição, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul apresenta uma coletânea de obras dos professores do artista, no Instituto de Belas Artes (atual Instituto de Artes da UFRGS), do período entre 1941 e 1946. Entre eles, nomes consagrados da pintura gaúcha, como: João Fahrion, Ângelo Guido, José Lutzenberger, Benito Castañeda, Maristany de Trias e Fernando Corona, possibilitando ao público um olhar sobre os Mestres que influenciaram diretamente a obra de Ernesto Frederico Scheffel.
Livros e Leitores no Acervo do MARGS
Até 26 de novembro — Das 10h às 19h, exceto às segundas-feiras
Local: Galeria Oscar Boeira
Na arte, conforme a leitura se fez presente no cotidiano das pessoas e na medida em que os artistas iam diversificando os temas/assuntos de seus trabalhos, os livros e as cenas de leitura passaram a ser motivo de representação. Na contemporaneidade, temos também o livro produzido por artistas como objeto artístico. O livro em si como obra de arte, em suas mais variadas proposições e apresentações, nos propicia outras experiências ao nos relacionarmos com esse objeto tão corriqueiro em nossas vidas. Esta exposição é uma seleção de trabalhos presentes no acervo do MARGS que estão relacionados aos livros ou ao ato de ler. Em tempos de Feira do Livro, deixemo-nos contagiar pelos livros, por cenas de leitura e, principalmente, pelo caráter produtivo desses encontros.
O Percurso de um Olhar, por Luiz Carlos Felizardo
Pátio do Campus Centro da UFRGS
De 27 de setembro a 22 de dezembro (segunda a sexta), das 07h às 22h30min
Um dos principais nomes da fotografia de paisagem e arquitetura no Brasil marcará presença na UFRGS no dia 27 de setembro. Desta vez, com uma exposição especial. Luiz Carlos Felizardo vai relembrar a sua trajetória de 40 anos de carreira através do projeto O Percurso de um Olhar, a ser exibido no Pátio do Campus Central da universidade.
Guarde Seus Olhos, de Felipe Caldas, e Proj. de Pesq. em Fotografia Contemporânea
Galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme – 6º andar CCMQ (Rua dos Andradas, 736)
Terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h
De 15 de setembro a 19 de novembro
Com a curadoria Ana Zavadil, neste trabalho, Felipe Caldas trabalha com um repertório próprio na construção das imagens. A pintura é forte, densa e sugere uma fruição meticulosa, levando levará o observador por caminhos inquietantes na tentativa de desvelar o sentido da obra. O artista usa materiais alheios à pintura, como a gasolina, apenas para citar um. Riscar, arranhar, sobrepor, justapor, manchar e sujar, fazem parte do ato. Os materiais são usados para garantir efeitos nas pinturas. Com a curadoria de Fábio André Rheinheimer, o Projeto de Pesquisa em Fotografia Contemporânea foi estruturado com o objetivo de fomentar pontualmente outras possibilidades do fazer artístico. Foram consideradas as particularidades pertinentes à produção individual dos profissionais convidados, no que lhes havia de mais representativo e, em continuidade, lhes fora proposto vivenciar uma investigação diferenciada, porém autoral, na área de fotografia contemporânea, mediante o exercício desta. A significativa produção das imagens inéditas especialmente concebidas para este projeto, depois de quatro meses, deu origem à exposição com os seguintes fotógrafos convidados: Andrea Ludwig Cocolichio, Ana Rocha, Carlinhos Rodrigues, Douglas Fischer, Fabrício Simões, Flávio Wild, Hernando Salles, Iara Tonidandel, Karla Santos, Lucca Curtolo, Manoel Petry, Paulo Mello e Roberta Agostini. “Projeto de Pesquisa em Fotografia Contemporânea” ficará aberta para visitação até o dia 19 de novembro. A exposição é recomendada para maiores de 18 anos.
Música
Concerto da Ospa | Série UFRGS
Quando: Dia 31 de outubro de 2017, terça-feira
Horário: 20h30
Local: Salão de Atos da Ufrgs (Av. Paulo Gama, 110)
Sob a regência do maestro Manfredo Schmiedt, a Ospa interpreta a “Sinfonia Nº 2” (Lobgesang), também conhecida como “Sinfonia Cantata” ou “Cântico de Louvor”, de Felix Mendelssohn (1809-1847). Mais de 120 cantores, entre o Coro Sinfônico da Ospa, o Coro Universitário da ULBRA e o Grupo Cantabile, sobrem ao palco. Os solos ficam a cargo dos gaúchos Elisa Machado (soprano), Paola Leonetti (soprano) e Maicon Cassânego (tenor). Parte da Série UFRGS, o evento acontece às 20h30, no Salão de Atos da Universidade. Os ingressos serão vendidos a R$ 30 no dia do evento, na bilheteria do local. A “Sinfonia n.º 2” foi composta entre 1838 e 1840 para festejar quatro séculos da invenção da imprensa por Gutenberg. “Por volta de 1440, Gutenberg tinha desenvolvido a técnica de impressão de livros através de tipos móveis e, de sua produção, destaca-se a primeira impressão da Bíblia traduzida para o alemão, que foi fundamental para a Reforma de Martinho Lutero. Dentre os vários textos bíblicos selecionados por Mendelssohn, na produção desta Cantata-Sinfônica, o Salmo 150 é o mais emblemático, pois aparece em diversos pontos da obra”, afirma o maestro Manfredo Schmiedt.
Saudades da Elis, com Tunai e Wagner Tiso
No Santander Cultural, na Rua 7 de Setembro, 1028
Dia 28 de outubro, às 17h
No último sábado de outubro, dia 28, às 17h, a unidade de cultura do Santander em Porto Alegre recebe o espetáculo Saudades da Elis. Trata-se de uma homenagem para a cantora gaúcha Elis Regina (1945-1982) por dois grandes nomes da MPB. O cantor, compositor e violonista Tunai e o maestro, arranjador, compositor e pianista Wagner Tiso dividem o palco para apresentar canções que fazem parte do patrimônio imaterial e coletivo e são a identidade brasileira, eternizadas na voz da Pimentinha. Foi na voz de Elis que Tunai escutou pela primeira vez os maiores nomes da cena brasileira como Milton Nascimento, Edu Lobo, Gilberto Gil, Baden Powell e Tom Jobim. Seu sonho de ser incluído nessa lista se realizou em 1979, com a gravação de As Aparências Enganam, onde Elis interpretou magistralmente a canção que o colocaria entre os maiores compositores brasileiros. Os dois se conheceram na década de 70, apresentados por João Bosco, irmão de Tunai. Em sua carreira, Tunai possui nove discos e uma coletânea dupla. Suas músicas já foram gravadas por grandes nomes da MPB, como Simone, Gal Costa, Fafá de Belém, Nana Caymmi, Elba Ramalho, Zizi Possi, Ivete Sangalo, Maria Rita, Milton Nascimento (compadre e parceiro de Tunai em três canções, dentre elas Certas Canções), Ney Matogrosso, Emílio Santiago, Beto Guedes, Roupa Nova, Sergio Mendes, entre outros. Wagner Tiso é um dos músicos responsáveis pelo movimento Clube da Esquina. Com o grupo Som Imaginário na década de 70, Tiso também inovou e foi um dos precursores dojazz com elementos do rock progressivo no cenário da música instrumental mundial. Em mais de 40 anos de carreira, possui mais de 30 discos gravados, quase todos lançados também no exterior.
Teatro
Dia Desmanchado
28 de novembro, às 20h – Teatro Bruno Kiefer, na CCMQ
ENTRADA FRANCA
O espetáculo DIA DESMANCHADO, com direção de Tatiana Cardoso e atuação de Marcelo Bulgarelli, volta a Porto Alegre em única apresentação dia 28 de outubro, sábado, as 20h, no Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mário Quintana. O espetáculo, que já circulou por todo Brasil, volta a capital através do projeto DIA DESMANCHADO NAS PEQUENAS CIDADES: UMA PONTE PARA AS DIVERSIDADES CULTURAIS NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL, com financiamento do Procultura FAC RS. A entrada é gratuita. Dia desmanchado retrata a vida de um homem, exterminador de insetos, vive em sua casa mergulhado na banalidade do seu cotidiano, quando é surpreendido com a chegada da carta de uma mulher. A carta põe o homem em alerta, obrigando-o a ensaiar o esperado encontro, na tentativa de que nada fuja do seu controle. O encontro deve ser bem sucedido, pois não é sempre que o amor bate à sua porta. Nessa realidade de espera e angústia, onde o ensaio para o encontro é uma corrida contra um dia que avança sem piedade, o homem se vê magicamente contraído por outros aspectos do tempo. O dia do homem assim se desmancha em tempos incompossíveis e contraditórios, onde não se sabe ao certo o que é passado, presente ou futuro.
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