Guia21 recomenda Roda Gigante e as várias e boas continuações

Milton Ribeiro

Feriadão de fim de ano com poucas estreias. Sobram várias excelentes continuações e um grande lançamento: o retorno de Woody Allen ao grande cinema com Roda Gigante.

Abaixo, maiores detalhes de tudo isso e muito mais.

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Roda Gigante (****)
(Wonder Wheel), de Woody Allen, EUA, 2017, 102 min


Mais para Blue Jasmine do que para as leves comédias que fez mais recentemente, Roda Gigante traz Woody Allen de volta ao universo dos grandes filmes. As vidas de quatro personagens cruzam-se entre a agitação do Parque de Diversões de Coney Island, na década de 50: Ginny (Kate Winslet), ex-atriz emocionalmente instável, que agora trabalha como empregada de mesa; Humpty (Jim Belushi), o severo marido de Ginny, operador de carrossel; Mickey (Justin Timberlake), um jovem e bonito nadador-salvador que sonha ser dramaturgo; e Carolina (Juno Temple), a filha de Humpty que reaparece para se esconder de gangsters no apartamento do pai. A roda de amores começa a girar. É um melodrama muito bem feito. Ambientado na década de 50, parece um filme de 60a nos de idade. Trata-se de uma das produções tecnicamente mais bem acabadas de Woody Allen. E nem um pouco banal. Grande atuação de Kate Winslet.


No Guion Center 1, às 15h, 17h, 19h e 21h
No Cinemark Barra 2, às 16h35 e 21h40
No Espaço Itaú 1, às 13h20, 15h30, 17h40, 19h50 e 22h
No GNC Iguatemi 6, às 16h45 e 18h50
No GNC Moinhos 2, às 13h20, 15h30, 17h40, 19h50 e 22h
No GNC Praia de Belas 6, às 13h40 e 18h50

Cinema – Em cartaz

Corpo e Alma (****)
(Teströl és Lélekröl), de Ildiko Enyedi, Hungria, 2017, 116 min


Não é puoca coisa: Corpo e Alma venceu o Urso de Ouro em Berlim neste ano. ​Maria trabalha há pouco tempo em um abatedouro, onde é responsável pelo controle de qualidade. No almoço na cantina, a jovem sempre escolhe uma mesa isolada onde fica em silêncio. Ela leva seu trabalho a sério e segue estritamente as regras. Seu chefe, Endre, é um pouco mais velho que ela e também é do tipo silencioso. Aos poucos, eles começam a se conhecer, reconhecer seu parentesco espiritual, e ficam impressionados ao descobrir que têm os mesmos sonhos durante a noite. Com cuidado, eles tentam torná-los realidade.


No Guion Center 2, às 14h30
No Guion Center 3, às 20h50

Assim é a vida (****)
(Le Sens de la fête), de Eric Toledano e Olivier Nakache, França, 2017, 116 min


Excelente comédia! Max, um organizador de eventos por trinta anos, está prestes a realizar um grande casamento, e acredita que tudo irá correr como o planejado. A equipe da festa, que será em um imponente castelo do século XVII, já foi selecionada por ele em ocasiões anteriores: garçons, cozinheiros, fotógrafo e músicos. Mas o que não imaginava era que, em uma noite repleta de emoções, algumas coisas sairiam do controle.


No Guion Center 3, às 18h45
No Espaço Itaú 8, às 21h40
No GNC Moinhos 3, às 14h15

Jovem Mulher (***)
(Jeune Femme), de Léonor Serraille, França / Bélgica, 2017, 97 min


Paula decidiu seguir seu companheiro até Paris, após longa ausência. No local, ela acaba sendo deixada por ele após 10 anos de relacionamento. Apesar de tudo, não é uma mulher melancólica e nostálgica. Por isso decide permanecer nesta cidade desconhecida e ser engolida por ela, aproveitar tudo que for possível. Mas sua solidão e encontros fugazes acabam fazendo-a repensar as certezas que possuía.


No Espaço Itaú 8, às 14h

Mulheres Divinas (****)
(Die Göttliche Ordnung), de Petra Biondina Volpe, Suíça, 2017, 96 min


1971. No início de Mulheres Divinas, uma série de cenas mostram a efervescência daquela época. Correrias, ruas conflagradas, bombas, manifestações, gritos, cabelos longos, Woodstock, surgimento dos Panteras Negras, protestos estudantis, revolução sexual, feminismo. Corta. Então somos levados a uma aldeia no interior da Suíça. É o mesmo ano, mas ali parece que ninguém sabe de nada. Tudo está silencioso. Uma dona de casa aspira tranquilamente o tapete da sala de sua residência. Dois pés masculinos se erguem automaticamente para que o aspirador passe. O homem lê seu jornal. Ali vive Nora — seu nome não deve ser uma casualidade, lembrem-se de Casa de Bonecas, de Ibsen — com seu marido, dois filhos e o sogro. Ela pensa em trabalhar fora, mas o marido proíbe. Ele pode proibi-la, a lei permite. Ao mesmo tempo, aproxima-se a data de um referendo onde será decidido se as mulheres devem ou não ter direito ao voto. Só os homens votam, claro. E Nora, de forma inusitada, torna-se a líder feminista do local. Uma líder insegura e sem jeito para a coisa. A tradução do título no Brasil não poderia ser mais estúpida. De A Ordem Divina tornou-se Mulheres Divinas.


No Guion Center 2, às 14h45

Lucky (****)
(Lucky), de John Carroll Lynch, EUA, 2017, 88 min


Um filme extraordinário realizado em torno da lendária figura de Harry Dean Stanton, de 91 anos. O tema é o fim, a morte e o medo de um velho ateu sozinho, mas não solitário. Veterano de mais de 60 anos de filmes memoráveis — o filme onde ele chegou mais próximo de ser protagonista talvez tenha sido Paris, Texas, de Wim Wenders –, Stanton finalmente ganha um papel digno de suas qualidades. Lucky vive numa casa afastada em uma cidade do Arizona. Toda gente o conhece. Ele segue uma rigorosa rotina diária: faz exercícios ao acordar, bebe um copo de leite gelado, vai à cidade, faz palavras cruzadas numa lanchonete, toma seu álcool e vai jogar conversa fora num bar à noite com amigos. Uma manhã, depois do seu amigo Howard (o cineasta David Lynch, aqui como ator) ter comunicado a fuga de seu cágado de estimação, Lucky cai sozinho em casa. Vai ao médico e este lhe diz que ele não tem doença nenhuma e que não vale a pena nem parar de fumar. Está velho e, aos 91 anos, tanto faz. Lucky entende tudo: a queda é o primeiro aviso de que irá morrer logo. Com humor cáustico e seco, Carroll Lynch constrói uma história da melhor poesia.


Na Sala Norberto Lubisco, às 19h15

Com Amor, Van Gogh (*****)
(Loving Vincent), de Dorota Kobiela e Hugh Welchman, Reino Unido / Polônia, 2017, 95 min


A trama da animação britânica e polonesa se baseia nas mais de 800 cartas escritas pelo próprio Vincent Van Gogh. Depois que as cenas foram filmadas, 85 pintores recriaram os 62.450 frames em formas de pinturas individuais a óleo. Para cada segundo do longa são necessárias nada menos do que 12 pinturas para que a montagem possa ser feita. Ao todo, foram necessários 860 quadros pintados, além de terem sido realizados 1.026 desenhos. Trata-se e uma investigação aprofundada sobre a vida e a misteriosa morte de Vincent Van Gogh através das suas pinturas e dos personagens que habitam suas telas. Animado com a técnica de pintura a óleo do pintor holandês, os personagens mais próximos são entrevistados e há reconstruções dos acontecimentos que precederam sua morte. É o primeiro longa-metragem feito totalmente em óleo sobre tela. A história: 1891. Um ano após o suicídio de Vincent Van Gogh, Armand Roulin encontra uma carta por ele enviada ao irmão Theo, que jamais chegou ao seu destino. Após conversar com o pai, carteiro que era amigo pessoal de Van Gogh, Armand é incentivado a entregar ele mesmo a correspondência. Desta forma, ele parte para a cidade francesa de Arles na esperança de encontrar algum contato com a família do pintor falecido. Lá, inicia uma investigação junto às pessoas que conheceram Van Gogh, no intuito de decifrar se ele realmente se matou. (Com o AdoroCinema).


No Guion Center 2, às 16h40, 18h30 e 20h30

Exposições

Corpo Caminho, de Ariane Oliveira
Até 14 de janeiro, de terça a domingo, das 10h às 19h;
Fotogaleria Virgílio Calegari, 7º Andar da Casa de Cultura Mario Quintana

Contemplada pelo 5º Prêmio do Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi), de autoria da artista Ariane Oliveira, com curadoria de Mélodi Ferrari, a mostra inaugura às 19h e segue em exposição até o dia 14 de janeiro de 2018, reunindo trabalhos experimentais realizados a partir da poética do corpo e de seus atravessamentos. De acordo com Ariane Oliveira, a exposição visa fazer um fora do corpo a partir de sua reinvenção. Assumir o corpo como fronteira por onde passam outras e outros num movimento de fazer corpo no mundo e mundo no corpo- passagem. Corpo é caminho que vai além de quem o habita em gestos de insurgência e leveza: “o corpo não caminha pelos pés, o corpo é o caminho”.

Exposição Jorge Aguiar 4.2 ̶ Uma vida na fotografia documental
De 8 de dezembro a 28 de janeiro de 2018, de terças a domingos, das 10h às 19h
Nas Salas Negras do MARGS

A exposição reúne imagens que correspondem a 10 documentários produzidos nos últimos 20 anos, totalizando 20 painéis que retratam o cotidiano de pessoas em situação de vulnerabilidade social. O fotógrafo explica que concebe seu trabalho ouvindo histórias de vida e observando com olhar atento o dia a dia nas periferias das cidades. Cada tema leva em média dois anos até ser finalizado. O trabalho vai amadurecendo conforme ele visita os locais, a cada 15 dias, conversando com as pessoas, absorvendo suas realidades e entrelaçando suas histórias. Somente após o longo período de reconhecimento e pesquisa é que começam os registros fotográficos. Um dos trabalhos que compõem a mostra intitulado “Manas Lisas da Periferia” é baseado na observação de mulheres das comunidades que estão assumindo sua negritude com orgulho. Assim, em contraponto ao quadro mais famoso do mundo, A Monalisa, o fotógrafo capta retratos de mulheres pobres, enquadradas por uma que ele coloca na frente delas.

Foto: Jorge Aguiar

Exposição PulsationsPulsações – Do arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo
De 28 de novembro de 2017 a 31 de março de 2018
De segunda a sexta, das 10h30 às 22h e sábados, das 10h30 às 20h
Na Galeria do Instituto Ling, na Rua João Caetano, 440

PulsationsPulsações – Do arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo, primeira exposição póstuma do artista cearense,falecido em fevereiro deste ano, pouco antes de completar 88 anos. A exposição mostra uma das trajetórias mais originais da arte brasileira: conhecido por seu rigor geométrico-construtivo, Esmeraldo incursionou pela escultura, a gravura, a ilustração e a pintura, tendo sido um dos pioneiros da arte cinética e autor de obras de geometria e luminosidade singulares. A mostra, com curadoria de Ricardo Resende, traz 84 peças – entre gravuras, matrizes, desenhos, estudos, relevos, maquetes, instalações, documentos e fotografias – que fazem parte do arquivo do IAC – Instituto de Arte Contemporânea (São Paulo/SP). PulsationsPulsações joga luz sobre o rico processo criativo do artista em seus primeiros anos na França, uma fase de aprendizado, de iniciação nas técnicas da gravura em metal e litografia. Contempla os desenhos e as gravuras em metal que compõem esse período europeu, sob a influência do abstracionismo lírico que vigorava na capital francesa naquele momento, que seria uma resposta à Action Painting nova-iorquina. É acompanhada, ainda, de uma seleção de esculturas e de duas pinturas posteriores a essa fase, quando explorou a topologia das coisas e formas.

Sérvulo Esmeraldo | Foto: Leonard De Selva

Exposições Diante do espelho, de Eduardo Vieira da Cunha,
e Prazer em Re conhecer com obras do acervo, na Galeria Duque
Rua Duque de Caxias, 649, de segunda a sexta das 10h às 19h e aos sábados das 10h às 17h
Término: 20 de janeiro de 2018

A exposição Diante do espelho, composta por 10 pinturas e 25 desenhos do artista plástico Eduardo Vieira da Cunha – a maior parte dos trabalhos foi produzida este ano. “Trata-se do resultado de uma pesquisa plástica na qual o imaginário do espelho aparece como uma procura pelo mistério da imagem”, revela ele. A Duque apresenta também obras de mestres do seu acervo. A curadora Daisy Viola faz um recorte com obras que, associadas, criam uma proposta de diálogo com o público, estimulando a reflexão. “Abre-se para um público mais amplo do que aquele que frequenta normalmente o espaço tradicional de uma galeria, a possibilidade de se (re) encontrar com obras de grandes mestres da historia da arte brasileira, e com o trabalho de artistas atuantes no cenário cultural da cidade e do país”, diz Daisy.

Divulgação Eduardo Vieira da Cunha / Galeria Duque

Música

Teatro e Dança

19º Porto Verão Alegre anuncia programação e pré-venda

Entre 06 e 15 de dezembro de 2017, será possível comprar ingressos pelo site www.portoveraoalegre.com.br pelo preço de R$20,00, ou seja, com descontos de 50% em relação ao valor normal dos ingressos de R$40,00, para todas as peças, exceto para os seguintes espetáculos: Alcemar e a Mascada Perdida, em cartaz do Teatro do Bourbon Country; e Pequeno trabalho para velhos palhaços, Mágicos do Sul, Frida Kahlo à Revolução, Terça Insana e Os Mulheres Negras, em cartaz no Theatro São Pedro. No entanto, apenas uma quantidade determinada estará disponível nessa pré-venda.

Nesta edição serão apresentados 81 espetáculos, 13 a mais que no ano passado, 40 deles pela primeira vez no festival, dos quais quatro escolheram o Porto Verão Alegre para sua estreia.

Informações completas estão no site www.portoveraoalegre.com.brA página no Facebook continua sendo um dos principais canais de comunicação, através do endereço www.facebook.com.br/pva2018 .