Guia21 recomenda ‘Divórcio’, ‘Mãe!’, ‘150 Miligramas’ e ‘Antígona’

Milton Ribeiro

Uma rara e boa comédia brasileira estrelada por atores da Globo, um filme polêmico de um talentoso diretor norte-americano, um filme-denúncia francês e uma peça clássica com solo de grande atriz são as nossas principais recomendações para este fim de semana que deve ter temperatura alta, amena, chuva e sol (ver previsão do tempo).

No mais, há excelentes continuações e shows. Se pudéssemos sugerir uma agenda, diríamos que seria legal iniciar a parte cultural do findi no Chapéu Acústico da Biblioteca Pública de Porto Alegre. A contribuição é espontânea e você verá o bom Octeto JazzGig de Marcelo Figueiredo e turma.

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Divórcio (****)
de Pedro Amorim, Brasil, 2016, 105 min

Foto: Guilherme Maia

A trama acompanha a história de Noeli (Camila Morgado), que é roubada do altar por Júlio (Murilo Benício). O casal leva uma vida humilde, mas enriquece quando o molho de tomate Juno, criado por eles, torna-se um sucesso. Com o passar dos anos, os dois abrem uma grande empresa e enriquecem, mas o dinheiro e a rotina os distancia. E um mal entendido é a gota d’água para a separação. Para defender o patrimônio, cada um tenta achar o melhor advogado para si, o que gera um processo de divórcio cheio de confusões e com cenas hilárias. É cinema, tem os pés na realidade e é engraçado.


No Cineflix Total 4, às 14h20, 16h40, 19h20 e 21h40
No Cinemark Barra 7, às 15h, 17h45 e 20h20
No Cinemark Ipiranga 7, às 14h15, 16h40, 19h15 e 21h40
No Cinespaço Wallig 1, às 14h, 16h30, 19h e 21h20
No Espaço Itaú 2, às 13h50, 16h10, 18h50 e 21h20
No GNC Iguatemi 1, às 16h40, 19h e 21h10
No GNC Lindoia 2, às 15h20, 17h30, 19h40 e 21h50
No GNC Praia de Belas 4, às 16h10, 19hh e 21h10
CÓPIAS COM LEGENDA DESCRITIVA
No GNC Iguatemi 1, às 14h10
No GNC Praia de Belas 4, às 14

Mãe! (***)
(Mother!), de Darren Aronofsky, EUA, 2017, 115 min


Um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido (Javier Bardem) tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções. Está longe de ser o melhor filme de Aronofsky (Réquiem para um Sonho, Cisne Negro), mas sua tentativa de ser um Lars von Trier cafona funciona só mais ou menos bem. Aronofsky volta às alegorias religiosas, mas desta vez com mais pretensão do que sucesso.


CÓPIAS DUBLADAS
No Cineflix Total 2, às 19h35 e 22h
No Cinemark Ipiranga 2, às 15h30, 18h10 e 20h50
No GNC Iguatemi 3, 16h50
NO GNC Praia de Belas 6, às 13h35 e 18h50
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cineflix Total 2, às 17h10
No Cinemark Barra 6, às 15h15, 18h e 20h45
No Espaço Itaú 6, às 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20
No GNC Iguatemi 3, às 14h20, 19h15 e 21h40
No GNC Moinhos 2, às 14h20, 16h45, 19h15 e 21h40
No GNC Praia de Belas 6, às 16h e 21h20

150 Miligramas (***)
(La Fille de Brest), de Emmanuelle Bercot, França, 2016, 128 min


Irène (Sidse Babett Knudsen) é uma médica especializada em tratamento de doenças pulmonares. Ela começa a suspeitar das recentes mortes e relacioná-las com a prescrição de remédios específicos. Suas investigações a levarão até uma empresa farmacêutica que controla a produção da droga – e que ela acredita que esteja envolvida direta e deliberadamente com as mortes. 150 Miligramas é livremente inspirado num livro-denúncia escrito pela médica Irène Frachon, que mostra a máfia dentro das indústrias farmacêuticas mais interessadas no lucro que na cura de doenças. A publicação, base para o roteiro, é um apanhado de dados sobre os malefícios de um medicamento chamado Mediator e de como o fabricante estava ciente dos problemas que ele poderia causar em seus consumidores. Mas não espere do filme de Bercot um trabalho tipo bula de remédio. (com o Papo de Cinema).


No Guion Center 2, às 16h15 e 20h40

Cinema – Em cartaz

As Duas Irenes (****)
de Fabio Meira, Brasil, 2017, 90 min


Uma menina de 13 anos, de uma família tradicional do interior, descobre que seu pai tem uma filha de outra mulher, com a mesma idade e o mesmo nome dela, Irene. Agora, a filha do meio se sente num lugar de rejeição e começa a tentar descobrir quem ela é e quem quer ser. Ela começa a perceber como se dão as relações sociais e vai entendendo que o universo adulto é feito também de segredos e mentiras. Irene 1 é a filha do meio que sofre com o misto de rigor e negligência da mãe — a filha mais velha vai debutar e a irmã caçula é a queridinha irmã caçula0. Desta forma, Irene 1 se sente tolhida, pouco querida e insatisfeita. A aproximação com Irene 2 desperta nela sentimentos de inveja e admiração — sua meia-irmã é criada em um cenário muito mais livre, sem muitas regras e por uma mãe presente e carinhosa.


No CineBancários, às 17h
Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h15

Columbus (****)
(Columbus), de Kogonada, EUA, 2017, 104 min


Um dos destaques de Columbus é a arquitetura modernista da cidade que fica em Indiana nos Estados Unidos e que dá título ao filme. Ela é quase um personagem no enredo proposto. O filme gira em torno da relação entre um homem de 30 e poucos anos (John Cho), que volta para a cidade para visitar o pai que está em coma, e uma mulher mais jovem, Casey (Haley Lu Richardson), que tem interesse pela Arquitetura. Os temas trabalhados são densos: perpassam a questão da morte, da separação e a importância da arquitetura. Assim, o humanismo do diretor e sua maneira de contar histórias e amarrar temáticas se mescla a um formato singular. Columbus é uma das maiores surpresas cinematográficas do ano. (Trecho de matéria de Rodolfo Moreira).


No Guion Center 1, às 14h05
No Guion Center 3, às 18h50

Como Nossos Pais (****)
de Laís Bodanzki, Brasil, 2017, 102 min


Rosa é uma mulher que quer ser perfeita em todas suas obrigações: como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Quanto mais tenta acertar, mais tem a sensação de estar errando. Filha de intelectuais dos anos 70 e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja engajada, moderna e onipresente, uma supermulher sem falhas nem vontades próprias. Rosa vê-se submergindo em culpa e fracassos, até que em um almoço de domingo, recebe uma notícia bombástica de sua mãe. O trailer dá o spoiler…


No Cinespaço Wallig 7, às 16h40 e 19h30
No Espaço Itaú 8, às 13h20 e 19h30
No GNC Moinhos 1, às 15h40 e 19h50
No GNC Moinhos 1, às 14h
No Guion Center 2, às 14h20 e 18h40

Últimos Dias em Havana (*****)
(Últimos Días en la Habana), de Fernando Perez, Cuba, 2017, 93 min


Havana, dias atuais. Enquanto espera um visto para os Estados Unidos que nunca chega, Miguel lava pratos em uma lanchonete e cuida de Diego, seu amigo gay que vem sendo consumido pelo vírus HIV. Diego e Miguel vivem juntos como se fossem o dia e a noite, um é positivo e solar, o outro calado e soturno. A relação dos dois é totalmente abalada quando o visto de Miguel é liberado. Sério candidato a melhor filme do ano, Últimos Dias em Havana é um filme sobre a amizade em meio à pobreza, mas também sobre a sociedade cubana e o desejo contraditório de muitos de seus habitantes que hesitam entre sair do país ou permanecer. Profundamente humano, o filme sustenta-se sobre dois grandes atores — Patricio Wood (Miguel) e Jorge Martínez (Diego) e é um esplêndido dueto entre um moribundo cheio de vida e um homem saudável, porém quase morto internamente.


Na Sala Paulo Amorim, às 17h15

Bingo — O Rei das Manhãs (****)
de Daniel Rezende, Brasil, 2016, 113 min


Bingo: O Rei das Manhãs é uma comédia/drama brasileiro cuja inspiração vem da vida da vida de Arlindo Barreto, que interpretava o palhaço Bozo na televisão. No filme, o artista sonha com seu bom lugar sob os holofotes dos programas de TV. A grande chance surge ao se tornar “Bingo”, um palhaço apresentador de um programa infantil que é sucesso absoluto. Porém, uma cláusula no contrato não permite revelar quem é o homem por trás da máscara. O “Rei das Manhãs”, é o anônimo mais famoso do Brasil. Com muita ironia e humor ácido, ambientado numa roupagem pop e exagerada dos bastidores da televisão nos anos 80, o filme conta a história de um homem em busca do reconhecimento da sua arte, ao mesmo tempo que leva uma vida de drogas e álcool.


No Espaço Itaú 8, às 15h30 e 21h40

Monsieur & Madame Adelman (*****)
de Nicolas Bedos, França, 2016, 120 min


Sarah (Doria Tillier) e Victor (Nicolas Bedos) estiveram juntos por 45 anos. No funeral dele, Sarah é abordada por um jornalista que deseja contar a história de seu marido, um renomado escritor, a partir do olhar da mulher que sempre o acompanhou. A partir de então, ela passa a contar as minúcias do relacionamento que tiveram, incluindo segredos bastante íntimos. Ao longo dos 45 anos que o filme cobre, somos apresentados a personagens envolventes, complexos, que aprendem, se renovam, erram e tentam de novo. Sem cair em clichês, o romance entre eles floresce de maneira atribulada e eles trocam de papéis constantemente, mas sempre de maneira bem construída e relevante. Um belo filme.


No Guion Center 1, às 21h10
Na Sala Norberto Lubisco, às 15h

Perdidos em Paris (*****)
(Lost in Paris), de Fiona Gordon e Dominique Abel, Bélgica/França, 2015, 83 min


O casal de artistas circenses Dominique Abel e Fiona Gordon revelam-se maravilhosos neste Perdidos em Paris, filme que escreveram, dirigiram e protagonizaram. Trazem um humor leve e descompromissado. O nonsense comanda o intrincado jogo de gestos e desencontros entre a bibliotecária Fiona (Fiona Gordon), a tia dela, Martha (a icônica presença de Emmanuelle Riva, morta em janeiro deste ano), e o desconhecido pobretão Dom (Dominique Abel). Tudo transcorre em Paris, tendo nos personagens verdadeiras caricaturas. O filme é uma declarada homenagem à arte de Chaplin, Jacques Tati e de Jean-Louis Barrault. Enquanto Fiona parte em busca da tia, com paradeiro incerto, ela esbarra num amontoado de coincidências e de momentos hilários. Com o Divirta-se e mais).


Na Sala Paulo Amorim, às 19h

Exposições

Guarde Seus Olhos, de Felipe Caldas, e Proj. de Pesq. em Fotografia Contemporânea
Galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme – 6º andar CCMQ (Rua dos Andradas, 736)
Terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h
De 15 de setembro a 19 de novembro

Com a curadoria Ana Zavadil, neste trabalho, Felipe Caldas trabalha com um repertório próprio na construção das imagens. A pintura é forte, densa e sugere uma fruição meticulosa, levando levará o observador por caminhos inquietantes na tentativa de desvelar o sentido da obra. O artista usa materiais alheios à pintura, como a gasolina, apenas para citar um. Riscar, arranhar, sobrepor, justapor, manchar e sujar, fazem parte do ato. Os materiais são usados para garantir efeitos nas pinturas. Com a curadoria de Fábio André Rheinheimer, o Projeto de Pesquisa em Fotografia Contemporânea foi estruturado com o objetivo de fomentar pontualmente outras possibilidades do fazer artístico. Foram consideradas as particularidades pertinentes à produção individual dos profissionais convidados, no que lhes havia de mais representativo e, em continuidade, lhes fora proposto vivenciar uma investigação diferenciada, porém autoral, na área de fotografia contemporânea, mediante o exercício desta. A significativa produção das imagens inéditas especialmente concebidas para este projeto, depois de quatro meses, deu origem à exposição com os seguintes fotógrafos convidados: Andrea Ludwig Cocolichio, Ana Rocha, Carlinhos Rodrigues, Douglas Fischer, Fabrício Simões, Flávio Wild, Hernando Salles, Iara Tonidandel, Karla Santos, Lucca Curtolo, Manoel Petry, Paulo Mello e Roberta Agostini. “Projeto de Pesquisa em Fotografia Contemporânea” ficará aberta para visitação até o dia 19 de novembro. A exposição é recomendada para maiores de 18 anos.

Obra de Felipe Caldas

Sandro Ka – tanto barulho por nada
Salas Negras do MARGS (Praça da Alfândega, s/nº)
Período 25 de agosto até 24 de setembro de 2017, de terça a domingo, das 10h às 19h

Com uma trajetória que inclui diversas exposições e premiação, Sandro Ka lança mão da apropriação como procedimento operatório central, tendo a ironia como figura de linguagem. Em seus trabalhos, a imaginação infantil, a religiosidade e a citação de ícones da historiografia da arte e da cultua pop são temas convocados como referências explícitas para questionar sistemas de crença, posições políticas, tradições e comportamentos. Segundo Ana Albani, “na arte contemporânea, diferentes propostas jogam com o humor e a ironia como estratégias para atiçar a brasa do pensamento crítico, seja no espectador, seja na instituição que acolhe a obra e a exposição. Em tanto barulho por nada, Sandro Ka lança mão dessa poderosa ferramenta e propõe jogos de montagens que, propositalmente, ferem as regras estéticas do “bom-gosto” e as definições convencionais para o que entendemos como “obra de arte.” Trevi afirma que “interessa ao artista o estabelecimento de relações entre elementos advindos de contextos distintos com a intenção de estabelecer novas possibilidades de leitura. Essa re-significação é proposta no campo da produção de novos sentidos, agregando valores simbólicos e de status a elementos cotidianos em inusitadas articulações”. Sandro Ka possui obras em importantes acervos como Fundação Vera Chaves Barcellos (Viamão, RS), Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS (Porto Alegre, RS), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS (Porto Alegre, RS) e Sesc Juazeiro (Juazeiro do Norte, CE), entre outros.

Nonsense | Foto: Filie Conde

Continumm ∞ peças soltas de Adolfo Montejo Navas
No Espaço Cultural ESPM-Sul – Guilherme Schell, 268 – Porto Alegre
Até 21 de Outubro, das 9h às 22h

O artista plástico Adolfo Montejo Navas chega ao Espaço Cultural ESPM-Sul com a exposição Continumm ∞ peças soltas, que inaugura neste sábado, 19 de agosto. Em 23 anos de trabalhos visuais, a maioria das obras são inéditas em Porto Alegre e, grande parte, em todo Brasil. “No fundo, essas peças soltas, metonimicamente expostas – pois falam de uma trajetória nada absoluta –, são provenientes de lugares ou matrizes diversas e parecem produzir seu próprio continuum como energia visual, mas de forma sempre fragmentária.”, comenta o artista. Adolfo Montejo Navas é poeta, crítico e artista visual. Ele nasceu em Madri, mas mora no Brasil há 25 anos. É autor de livros de referência de numerosos artistas, com destaque para as edições sobre Anna Bella Geiger, Victor Arruda, Iberê Camargo, Regina Silveira, Paulo Bruscky. Tem experiência didática nas áreas da arte, crítica, teoria e literatura. Participou de palestras, cursos, seminários, mesas redondas, em diversas instituições de prestígio do país. É pesquisador independente nas áreas de Arte e Literatura. Imagem e palavra, fotografia, poesia e formas breves, críticas e curadoria, arte e cultura, são os principais temas de suas pesquisas.

Música

Octeto JazzGig no Chapeu Acúsitico
No dia: 22 de setembro 2017 (sexta-feira), às 19h
Na Biblioteca Pública do Estado/BPE (Riachuelo, 1190)

O Octeto JazzGig será atração, no dia 22 de setembro (sexta-feira), a partir das 19h, do Festival Chapeu Acústico, que celebra um ano do projeto concebido e produzido por Marcos Monteiro, na Biblioteca Pública do Estado (BPE). O programa será composto das músicas “Stolen Moments” de Oliver Nelson, “A Rã” de João Donato, “Footprints” de Wayne Shorter, “Blue Train” de John Coltrane e “Chameleon” de Herbie Hancock. O JazzGig foi formado em 2004, em Porto Alegre, com o objetivo de apresentar versões instrumentais de standards do jazz e de clássicos da música instrumental brasileira. Tem dois discos gravados: “Standards” (2009) e “Vol. 2” (2016), além de várias apresentações em palcos importantes da cena musical, como Theatro São Pedro, Casa de Cultura Mario Quintana, Odeon Bar, London Pub, Café Fon Fon, Espaço Cultural 512 e Bar Ocidente. A formação atual é: Marcelo Campos (bateria), Leandro Hessel (piano/teclados), Marcelo Figueiredo (sax tenor), Chico Gomes (trompete/flugelhorn), Marcelo Ribeiro (sax alto/soprano), Rafa Capaverdi (guitarra), Luiz Mario Tavares (percussão) e Gustavo Pessota (baixo elétrico). O projeto Chapeu Acústico é realizado sempre às terças-feiras, com apresentações de músicos dispostos a movimentarem a cena local, sem depender de verba pública ou privada. Não há cobrança de ingressos, e o chapeu é usado como forma de arrecadação voluntária, como acontece nas performances de rua.

Foto: Marcelo Stefani

Festival Rock Gaúcho – edição Independência
23 e 24 de setembro, Auditório Araújo Viana

Nos dias 23 e 24 de setembro, o Auditório Araújo Viana recebe o Festival Rock Gaúcho – edição Independência’17. O projeto de Nei Van Soria tem como objetivo recriar a efervescência da cena local realizando um festival que reúna, em um mesmo palco, diferentes gerações do Rock Gaúcho. “Ao longo das últimas três décadas, o Bom Fim, e em especial, o Auditório Araújo Vianna, foram palco de inúmeros eventos que construíram a identidade musical pela qual somos, hoje, reconhecidos”, afirma o organizador do projeto. Segundo o músico, o Festival Rock Gaúcho – edição Independência’17, é um manifesto: O FRG recria o estilo da nossa música e leva ao centro da cultura gaúcha a trilha sonora de nossas vidas”. Participam do evento Pouca Vogal, projeto de Humberto Gessinger e Duca Leindecker, Armandinho, Nei Van Sória, Nenhum de Nós, Papas da Língua, Cachorro Grande, Vera Loca e Rosa Tattooada, que dividiram o palco com bandas novas, com a curadoria de Van Soria.

23 de setembro: Pouca Vogal, Papas da Língua, Nei Van Sória e Vera Loca

24 de setembro: Armandinho, Nenhum de Nós, Cachorro Grande, Rosa Tattooada

Nei van Soria | Marcelo Nunes

Teatro

Um Verdadeiro Cowboy
22 de setembro, sexta, às 20h e 23 de setembro, sábado, às 18h e às 20h
Instituto Ling – Rua João Caetano, 440

Um Verdadeiro Cowboy é simplesmente irresistível. O texto, construído impecavelmente por Marília Samper, é envolvente, que oferece ao público temas como a velhice e a morte abordados de maneira poética, sensível, cômica e comovente. A peça de Marília alterna  entre momentos dramáticos e momentos da mais desbragada e delirante fantasia. Intercala situações absurdas que provocam deliciosos momentos de comicidade, francamente risíveis, e situações carregadas do mais profundo sentimento humano. O espetáculo, dirigido pela premiadíssima Liane Venturella, é todo centrado no trabalho do ator e busca o envolvimento total e a identificação do espectador. Um Verdadeiro Cowboy traz ao palco um velho (Roberto Oliveira) que acaba de perder sua esposa e antevê a sua própria solidão e abandono.  Sua filha (Elisa Heidrich) aparece algumas vezes para cuidá-lo, evidenciando uma relação altamente conflituosa e problemática (refletindo a rede das relações humanas). Quando o velho se encontra no ápice da sua solidão e lhe parece sobre-humana a dificuldade de continuar vivendo, aparece na sua frente uma figura fantástica: o cowboy John Wayne (Lucas Sampaio). Esta possibilidade de escapar pela via da fantasia, traz vida ao velho, e enche a montagem de leveza e comicidade. A peça aborda, de forma tocante e agradável, temas tão difíceis como a velhice e a morte. Quanto:  inteira, R$ 40,00 e meia-entrada, R$ 20,00. Duração: 1h10’

Foto: Cris Eifler

Antígona
Dias 21 e 22 de setembro, quinta e sexta, às 21h
Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro – s/n)

Celebrando seus 40 anos de carreira, Andrea Beltrão constrói em cena a tragédia grega de Sófocles, Antígona, que integra a programação do Porto Alegre em Cena com apresentações dias 21 e 22 de setembro, às 21h, no Theatro São Pedro. Com tradução de Millôr Fernandes e direção de Amir Haddad, a atriz – que também assina a dramaturgia em parceria com o diretor –, recepciona o público antes do início do espetáculo. Depois de todos estarem acomodados, ela anuncia a apresentação e assume o palco como uma espectadora-cidadã, que decide contar uma história aos seus ouvintes. Esta é uma das características desta montagem despojada: Andrea quebra a quarta parede durante todo o espetáculo e é didática ao se referir diretamente à plateia para contar a trajetória de vida da última filha de Édipo e Jocasta. A obra de Sófocles conta a história de Antígona, fruto do casamento incestuoso entre Édipo e Jocasta, enclausurada em uma caverna após ser condenada à morte por seu tio, Creonte, por desobediência civil. Ele, Rei de Tebas, proíbe o irmão da protagonista de ser enterrado sob a tradição do povo por se sentir traído pelo sobrinho, que lutou para tomar seu trono. Ela desobedece o líder e realiza a cerimônia como manda o costume da família. Ingressos: R$ 80 inteira / R$ 40 meia-entrada.

Foto: Matheus José Maria