Guia21 recomenda ‘Bingo — O Rei das Manhãs’, ‘O Castelo de Vidro’, a ópera Don Giovanni e as continuações

Milton Ribeiro

Não é um fim de semana de grandes lançamentos nos cinemas, mas conseguimos pinçar dois dos bons. O brasileiro Bingo — O Rei das Manhãs é uma bela história de um palhaço triste, ou paradoxal. O Castelo de Vidro é um filme do jeitão de coisa já vista, mas com inesquecível atuação de Woody Harrelson.

E não é todo o dia que temos uma ópera de Mozart na cidade, ainda mais sendo Don Giovanni e com um grupo vocal da pesada.

E sempre atenção às continuações: há um tremendo filme lançado na semana passada e que está sendo pouco visto: Lady Macbeth.

No teatro, sugerimos Yerma ou quanto tempo leva para transbordar um balde, cujo tema foi retirado da peça de García Lorca que fala de um universo de desejos insatisfeitos, maledicência, vergonha e ignorância.

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Bingo — O Rei das Manhãs (****)
de Daniel Rezende, Brasil, 2016, 113 min


Bingo: O Rei das Manhãs é uma comédia/drama brasileiro cuja inspiração vem da vida da vida de Arlindo Barreto, que interpretava o palhaço Bozo na televisão. No filme, o artista sonha com seu bom lugar sob os holofotes dos programas de TV. A grande chance surge ao se tornar “Bingo”, um palhaço apresentador de um programa infantil que é sucesso absoluto. Porém, uma cláusula no contrato não permite revelar quem é o homem por trás da máscara. O “Rei das Manhãs”, é o anônimo mais famoso do Brasil. Com muita ironia e humor ácido, ambientado numa roupagem pop e exagerada dos bastidores da televisão nos anos 80, o filme conta a história de um homem em busca do reconhecimento da sua arte, ao mesmo tempo que leva uma vida de drogas e álcool.

No Cineflix Total 4, às 14h30, 17h, 19h20 e 21h40
No Cinemark Barra 6, às 13h20, 16h15, 18h45 e 21h30
No Cinemark Ipiranga 1, às 13h25, 16h15, 18h45 e 21h20
No Cinespaço Wallig 6, às 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20
No Espaço Itaú 5, às 13h30, 16h, 18h30
No GNC Iguatemi 1, às 14h30, 16h50, 19h10 e 21h30
No GNC Praia de Belas, às 14h10, 16h30, 18h50 e 21h20

O Castelo de Vidro (***)
(The Glass Castle), de Destin Cretton, EUA, 2017, 127 min


O filme mostra uma família disfuncional que viaja o tempo todo, sem se preocupar com o futuro. Quando o dinheiro dos pais acaba, Jeannette e o irmão têm que cuidar de si mesmos. O romance que dá origem ao filme é um livro norte-americano de memórias escrito por Jeannette Walls. Ele relata a miséria afligida à escritora e seus irmãos, os quais tiveram que suportá-la ao lado dos pais, incapazes de modificar essa situação. O destaque do filme é a excelente atuação de Woody Harrelson. Em uma das melhores atuações de sua carreira, o ator entende que o pai da família guarda o caráter dos grandes homens trágicos hollywoodianos do passado e faz uma espécie de Marlon Brando doa anos 50 que tenta pegar e controlar o destino com as mãos. Inutilmente. Sua atuação vem diretamente de Tennessee Williams, Arthur Miller, etc.

No GNC Moinhos 2, às 14h, 16h30, 19h e 21h40
No Cinemark Barra 8, às 18h40 e 21h40
No Espaço Itaú 8, às 19h e 21h30

Cinema – Em cartaz

Lady Macbeth (****)
(Lady Macbeth), de William Oldroyd, Reino Unido, 2016, 89 min


O filme é uma adaptação do romance Lady Macbeth de Mtsensk, de Leskov. Shostakovich escreveu uma ópera baseada na mesma história, fato que o separou para sempre de uma boa convivência com Stálin. O pequeno livro publicado em 1865 era escandaloso, espécie de denúncia dos males que afligiam a Rússia, entre os quais a ignorância, a escravidão na zona rural e o tratamento das mulheres como propriedade sem valor. Na transposição para a Inglaterra, Katherine é vendida pela família, trancafiada em casa e tratada de forma aviltante pelo marido e sogro. Não pode sair de casa e entedia-se. Durante uma ausência do marido, envolve-se com Sebastian, um peão, e a liberdade desperta dentro dela o desejo e a oportunidade de ser dona de si. Katherine chegará a extremos. Tremendo filme.

No GNC Moinhos 4, às 13h30 e 17h30
No Espaço Itaú 1, às 19h30

Corpo Elétrico (****)
de Marcelo Caetano, Brasil, 2016, 94 min


O filme acompanha Elias, um jovem que tenta equilibrar seu cotidiano entre o trabalho em uma fábrica de vestuários e encontros casuais com outros homens. Em cada cama que Elias se deita um universo se abre a partir das narrativas contadas pelos personagens. Elias ama de forma leve. Ele tem 23 anos é gay e nordestino. Usa cada encontro para moldar um pouco sua personalidade, tornando-se uma espécie de prisma humano, capturando tudo que pode de seus parceiros. Ele transita entre o masculino e o feminino, pode ser o trabalhador empenhado, mas também um anarquista debochado. Dessa forma, Corpo Elétrico questiona também os lugares socialmente estabelecidos para gays, negros, mestiços, migrantes, operários.

No CineBancários, às 15h e 19h
No Espaço Itaú 2, às 14h

O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki (*****)
(Hymyilevä Mies), de Juho Kuosmanen, Finlândia / Alemanha / Suécia, 2016, 96 min


Representante da Finlândia no último Oscar, O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki baseia-se numa história real. 1962. O pugilista amador finlandês Olli Mäki está prestes a enfrentar o norte-americano Davey Moore, campeão mundial na categoria peso-pluma. A vitória no combate pode mudar a sua vida e torná-lo uma estrela do boxe profissional. Apesar de se sentir fisicamente preparado para o grande momento, há algo que joga sua concentração nas nuvens: Raija, uma jovem mulher que acabou de conhecer e por quem se apaixonou perdidamente… O romance aparece com grande beleza, mostrando um lado do atleta que raramente se vê em um filme. Há uma grande delicadeza nas cenas entre Olli e Raija, assim como os diálogos tímidos, como se estivéssemos vendo a paixão entre dois adolescentes. Um filme mais sobre sentimentos e humanidade do que suor, sangue e gritos de vitória. (Com ajuda do Plano Crítico).

Na Cinemateca Capitólio, às 15h

Eva não dorme (****)
(Eva no duerme), de Pablo Aguero, Argentina, Espanha, França, 2015, 87 min


Em 1952, a primeira-dama da Argentina, Evita Péron, morre de câncer aos 33 anos de idade e seu corpo é embalsamado. Três anos depois, o presidente Juan Perón sofre um golpe de estado e o corpo de Evita é enviado para a Europa, com o intuito de apagar o legado dela da memória popular. Seu corpo então vira o centro de um confronto de poder que dura 25 anos. Sem pretensões históricas ou documentais, o filme privilegia uma leitura poética sobre o papel dos ícones na sociedade. O roteiro parte da morte para imaginar os sucessivos tratamentos físicos e midiáticos que o corpo recebeu. Para representar o apelo de Evita junto às plateias da época, o diretor Pablo Aguero utiliza materiais de arquivo, com discursos da antiga primeira-dama sobre a igualdade social. As imagens em branco e preto criam forte contraste com o conteúdo fantasista. (Com ajuda do AdoroCinema).

No Guion Center 2, às 17h45

Planeta dos Macacos: A Guerra (****)
(War for the Planet of The Apes), de Matt Reeves, EUA, 2017, 142 min


A nova série Planeta dos Macacos, inaugurada em 2011, é sensacional nos aspectos técnicos, mas deixava muito a dever em impacto. Esqueça a frase anterior, pois, Planeta dos Macacos – A Guerra é um grande filme. Não existe a possibilidade de a série vir a se tornar um fenômeno cultural comparável ao do filme inaugural de 1968 de Franklin J. Schaffner, mas a forma com que o diretor Matt Reeves testa os nervos da plateia é digna de nota. Dois anos após os eventos revelados em Planeta dos Macacos: A Revolta (2014), César, o líder dos macacos, é obrigado a enfrentar um exército de seres humanos comandado por Coronel, um homem implacável que deseja a sua extinção. Apesar de todos os esforços e tentativas de conciliação, ao deparar-se com a morte de milhares de companheiros, César entende que é chegado o momento de os macacos se unirem e provarem a sua força, mesmo que isso implique a destruição de toda a raça humana. A batalha que todos querem vencer vai pôr em risco não apenas a coexistência dos primatas, mas também o futuro do planeta.

CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 2, às 16h15, 19h05 e 21h55
No GNC Iguatemi 4, às 13h30
No GNC Praia de Belas 2, às 13h30 e 19h
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No GNC Iguatemi 4, às 16h10, 19h e 21h50
No GNC Praia de Belas 2, às 16h10 e 21h45
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 1, às 14h
No Cinemark Ipiranga 2, às 12h50, 15h50 e 18h50
No Cinespaço Wallig 3, às 18h e 21h
No Cine Victória 1, às 19h
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinemark Barra 2, às 14h15, 17h35 e 20h30
No Cinemark Ipiranga 2, às 22h10
No Espaço Itaú 4, às 14h e 21h10

Dunkirk (****)
de Christopher Nolan, EUA / Reino Unido / França, 2017, 106 min


Os livros de história em português falam na Batalha de Dunquerque, mas o nome do filme de Christopher Nolan ficou com o nome da cidade francesa em… inglês. O filme é baseado na história da Operação Dínamo, que conseguiu resgatar mais de 330 mil homens daquela cidade durante o início da Segunda Guerra Mundial. A operação envolvia a retirada da Força Expedicionária Britânica e de outras tropas aliadas do porto de Dunquerque, cercado pelas forças nazistas, que naquele começo de guerra já invadia os Países Baixos e o Norte da França. Enquanto a liderança do exército inglês calculava que apenas 25% dos soldados conseguiria sair do cerco, a operação conseguiu tirar a quase todos. Como todos os filmes de Nolan, Dunkirk é excepcionalmente bem filmado, mas não é o maior filme de guerra de todos os tempos, como alguns estão falando. Tem que comer muito mingau para chegar ao nível de Vá e Veja, de Elem Klímov, para citar apenas um concorrente.

CÓPIA IMAX LEGENDADA
No Cinespaço Wallig 8, às 14h, 16h30 e 19h
CÓPIAS DUBLADAS
No Espaço Itaú 6, às 14h30
CÓPIAS LEGENDADAS
No Espaço Itaú 6, às 21h40
No GNC Iguatemi 2, às 17h40 e 19h50
No GNC Praia de Belas 5, às 17h30

Monsieur & Madame Adelman (****)
de Nicolas Bedos, França, 2016, 120 min


Sarah (Doria Tillier) e Victor (Nicolas Bedos) estiveram juntos por 45 anos. No funeral dele, Sarah é abordada por um jornalista que deseja contar a história de seu marido, um renomado escritor, a partir do olhar da mulher que sempre o acompanhou. A partir de então, ela passa a contar as minúcias do relacionamento que tiveram, incluindo segredos bastante íntimos. Ao longo dos 45 anos que o filme cobre, somos apresentados a personagens envolventes, complexos, que aprendem, se renovam, erram e tentam de novo. Sem cair em clichês, o romance entre eles floresce de maneira atribulada e eles trocam de papéis constantemente, mas sempre de maneira bem construída e relevante. Um belo filme.

No Guion Center 1, às 16h20 e 20h40

Perdidos em Paris (****)
(Lost in Paris), de Fiona Gordon e Dominique Abel, Bélgica/França, 2015, 83 min


O casal de artistas circenses Dominique Abel e Fiona Gordon revelam-se maravilhosos neste Perdidos em Paris, filme que escreveram, dirigiram e protagonizaram. Trazem um humor leve e descompromissado. O nonsense comanda o intrincado jogo de gestos e desencontros entre a bibliotecária Fiona (Fiona Gordon), a tia dela, Martha (a icônica presença de Emmanuelle Riva, morta em janeiro deste ano), e o desconhecido pobretão Dom (Dominique Abel). Tudo transcorre em Paris, tendo nos personagens verdadeiras caricaturas. O filme é uma declarada homenagem à arte de Chaplin, Jacques Tati e de Jean-Louis Barrault. Enquanto Fiona parte em busca da tia, com paradeiro incerto, ela esbarra num amontoado de coincidências e de momentos hilários. Com o Divirta-se e mais).

Na Sala Paulo Amorim, às 19h15

Divinas Divas (****)
de Leandra Leal, Brasil, 2016, 101 min

Foto: Divulgação

As Divinas Divas são ícones da primeira geração de artistas travestis no Brasil dos anos 1960. Um dos primeiros palcos a abrigar homens vestidos de mulher foi o Teatro Rival, dirigido por Américo Leal, avô da diretora. O filme traz para a cena a intimidade, o talento e as histórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. As oito biografadas em Divinas Divas foram guerreiras. Pioneiras do travestismo artístico no País, enfrentaram preconceito, mas se fizeram aceitas. Rogéria define-se como a travesti da família brasileira. Só o fato de o filme de Leandra Leal, inicialmente rejeitado, maldito, estar estreando em todas essas salas já é um acontecimento. Mas há mais: o filme é bom mesmo.

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h

Exposições

Continumm ∞ peças soltas de Adolfo Montejo Navas
No Espaço Cultural ESPM-Sul – Guilherme Schell, 268 – Porto Alegre
Até 21 de Outubro, das 9h às 22h

O artista plástico Adolfo Montejo Navas chega ao Espaço Cultural ESPM-Sul com a exposição Continumm ∞ peças soltas, que inaugura neste sábado, 19 de agosto. Em 23 anos de trabalhos visuais, a maioria das obras são inéditas em Porto Alegre e, grande parte, em todo Brasil. “No fundo, essas peças soltas, metonimicamente expostas – pois falam de uma trajetória nada absoluta –, são provenientes de lugares ou matrizes diversas e parecem produzir seu próprio continuum como energia visual, mas de forma sempre fragmentária.”, comenta o artista. Adolfo Montejo Navas é poeta, crítico e artista visual. Ele nasceu em Madri, mas mora no Brasil há 25 anos. É autor de livros de referência de numerosos artistas, com destaque para as edições sobre Anna Bella Geiger, Victor Arruda, Iberê Camargo, Regina Silveira, Paulo Bruscky. Tem experiência didática nas áreas da arte, crítica, teoria e literatura. Participou de palestras, cursos, seminários, mesas redondas, em diversas instituições de prestígio do país. É pesquisador independente nas áreas de Arte e Literatura. Imagem e palavra, fotografia, poesia e formas breves, críticas e curadoria, arte e cultura, são os principais temas de suas pesquisas.

Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira
No Santander Cultural, Rua Sete de Setembro, 1028 | Centro Histórico
De 16 de agosto até 8 de outubro | Ter a sábado, das 10h às 19h | Domingos, das 13h às 19h

O Santander Cultural apresenta a mostra Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira com mais de 270 obras – oriundas de coleções públicas e privadas – que percorrem o período histórico de meados do século 20 até os dias de hoje. Trata-se de uma iniciativa inédita que explora a diversidade de expressão de gênero e a diferença na arte e na cultura em períodos diversos. O Santander valoriza a diversidade e investe em sua unidade de cultura no Sul do País para que ela seja contemporânea, plural e criativa. A exposição, que adota um modelo de disposição não cronológica e propõe desfazer hierarquias, mostra que a diversidade surge refletida no modelo artístico observada sob aspectos da variedade e da diferença. Pintura, gravura, fotografia, serigrafia, desenho, colagem, cerâmica, escultura e vídeo são apresentadas por meio de 85 artistas. Queermuseu é, sobretudo, uma mostra que busca dar projeção à arte e a cultura por meio de questões artísticas que ultrapassam diversos aspectos da vida contemporânea, na constituição formal dos objetos, nos hábitos, nos costumes, na moda, na diversidade comportamental, geracional e na evolução da estética.

Rogério Nazari

Exposição “25 vezes Duchamp – A Fonte 100 anos”.
Museu de Arte Contemporânea – 6º andar da CCMQ (Andradas, 736).
Até 3 de setembro | Terças a sextas, das 10h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h

A Fonte 100 anos”, em homenagem à célebre e polêmica obra de Marcel Duchamp, “Fonte”. A abertura ocorre às 19h, no 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). A entrada é gratuita. Com a curadoria de José Francisco Alves, a mostra apresenta 56 obras de 24 artistas convidados, a maioria inédita, realizada especialmente para a homenagem. “As obras escolhidas apresentam características variadas com a herança de Duchamp, com trabalhos de caráter objetual, a apropriação de materiais e coisas preexistentes, a elaboração mental e não manual dos objetos, o humor, o jogo, a provocação e até mesmo a revolta com a situação atual da política e das instituições brasileiras. Temos variadas, simples e sofisticadas experiências artísticas, num universo de possibilidades que é uma das mais atrativas marcas da arte contemporânea, que a cada dia testa os seus limites”, diz José Francisco.

Música

Músicos de Porto Alegre homenageiam Mayara Amaral
No bar Parangolé, Rua Gen. Lima e Silva, 240
No dia 26 de agosto, sábado, às 17h

Marcando um mês do feminicídio da jovem violonista Mayara Amaral (1989-2017), de Campo Grande (MS), músicos de Porto Alegre se reúnem para homenageá-la com um sarau no dia 26 de agosto, sábado, às 17h, no bar Parangolé (Lima e Silva, 240). Mayara era formada pelo curso de Música da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e, em março de 2017, concluiu seu mestrado na Universidade Federal de Goiás. Sua pesquisa se dedicava à produção para violão de mulheres compositoras brasileiras na década de 1970. Como violonista, integrou o quarteto Pétalas de Pixe, formado apenas por mulheres e dedicado à produção de pop-rock regional. Para a homenagem na capital gaúcha, estão confirmadas as participações de Amanda Carpenedo, Ana Medeiros, Andrea Perrone, Camilo da Rosa Simões, Chris Amoretti, Cynthia Barcelos, Daniel Wolff, Estela Kohlraush, Fernanda Krüger, Flávia Domingues Alves, Gabriela Vilanova, Isabel Nogueira, Julia Valentini, Lauro Pecktor, Leia Ortiz, Letícia Rigon, Lizi Kersting, Miguel Besnos, banda Pikardia, Thaís Nascimento, Thays Prado e Thiago Kreutz. A entrada é franca, mas serão recebidas contribuições espontâneas para a Ocupação Mirabal, que abriga mulheres em situações de risco e violência.

Reprodução / Facebook

Ópera Don Giovanni
No dia 26, às 20h, e 27, às 17h — Theatro São Pedro, na Praça Mal. Deodoro, S/N

A versão de “Don Giovanni”, ópera de Mozart, a ser apresentada é a de Praga (versão original da obra). Em “Don Giovanni”, Mozart (1756-1791) e o libretista Lorenzo Da Ponte fizeram uma releitura operística do mito de Don Juan a partir de um ponto de vista nem trágico nem inteiramente cômico. O enredo acompanha o trajeto do personagem-título, um aristocrata conquistador, mas também desregrado, violento e cruel, na tentativa de seduzir diversas mulheres. É claro que ele cria inimigos em seu caminho. A ópera tem comédia, melodrama e é desafiadora para os intérpretes devido ao seu caráter ambíguo e cheio de possibilidades interpretativas”, diz Evandro.

Foto: Perfil do Facebook da OSPA

Teatro

Yerma ou quanto tempo leva para transbordar um balde
De 04 a 27 de agosto, sextas a domingos, sempre às 20h
Teatro Renascença (Centro Cultural Lupicínio Rodrigues – Av. Erico Verissimo 307, Azenha, Porto Alegre

Dia 04 de agosto estreia Yerma, do Teatro Ateliê, no Teatro Renascença. Um espetáculo adulto que trata de desejos, anseios e quereres de uma sociedade que cria códigos de conduta moral e de felicidade, contada transversalmente pelas expectativas de um casal que, ao mesmo tempo, os alimenta e os devora. Em 1934, Federico Garcia Lorca – na sua obra Yerma – falava de um universo de desejos insatisfeitos, maledicência, vergonha e ignorância. Um casal sem filhos. Suposições pessoais ou da sociedade sobre as quais existe um “culpado”, deformidades causadas por códigos de conduta ignoradas, defeitos físicos ou espirituais que o deformam. Esta universo é base e guia para a construção do espetáculo “Yerma ou quanto tempo leva para transbordar um balde”. A investigação parte de uma mulher e seu desejo de ser mãe para observar as distintas questões que nos inquietam – quereres, desejos e ânsias em uma coletividade que estabelece um guia de comportamento ética que a faz infeliz; os papéis no casamento e suas decorrências dentro da conjuntura social dos últimos séculos e a correlação sobre o que é possível e o que é desejado por cada pessoa.

Foto: Guega Peixoto