Exposições, música e homenagem a Briane Bicca na Pinacoteca Ruben Berta nesta terça (21)
Na próxima terça-feira (21), a partir das 18h, três ações culturais ocorrerão simultaneamente na Pinacoteca Ruben Berta (rua Duque de Caxias, 973, Centro Histórico): uma homenagem póstuma à arquiteta Briane Bicca, nome fundamental da preservação do patrimônio cultural brasileiro; uma nova edição do projeto Clássicos na Pinacoteca, reunindo o trompetista Tiago Linck e o pianista Daniel Benitz e, por fim, a abertura da exposição “O moderno que eu faço – narrativas da experiência”, com obras do acervo da Pinacoteca e apresentando as mais recentes gravuras do artista plástico Antônio Augusto Bueno.
Homenagem a Briane Bicca
Além de humanista no mais alto grau, Briane Bicca foi uma arquiteta com trajetória amplamente reconhecida no âmbito da preservação do patrimônio cultural brasileiro. A esta notável porto-alegrense, a Pinacoteca Ruben Berta deve a obtenção de sua sede definitiva, o casarão da Rua Duque de Caxias, completamente restaurado em 2013 através Programa Monumenta, coordenado na capital gaúcha por Briane.
E como uma forma de agradecimento e homenagem à arquiteta, o auditório do museu passará a se chamar Briane Bicca e uma placa será inaugurada durante o evento de terça-feira.
Clássicos na Pinacoteca: A Arte do Cornet, recital com o trompetista Tiago Linck e o pianista Daniel Benitz
Criado na segunda metade do século XIX, a partir da inclusão de válvulas tubulares no posthorn (antigo instrumento de sopro, confeccionado em metal e em forma de chifre), o cornet reconquistou o status de solista ao trompete, que desde o início do século XIX mantinha-se como instrumento de orquestra e ao qual também foi incluída a nova tecnologia de sistema de pistões.
Conhecido por ser um instrumento ágil, de som bonito, suave e muito agradável, muitos foram os virtuoses deste instrumento, destacando-se o francês Jean-Baptiste Arban, professor de cornet e trompete do Conservatório Superior de Música de Paris e autor do La Grand Méthode Compléte de Cornet à Pistons et de Saxhorn (1864), considerado “a bíblia” pelos trompetistas. Rapidamente o cornet passou a ser inserido em diversas formações musicais e, consequentemente, muitos compositores foram estimulados a escrever para o instrumento.
Inspirados pela riqueza de cores resultantes da união entre cornet e piano e o caráter alegre das polcas, fantasias, temas e variações, os músicos Tiago Linck (trompete) e Daniel Benitz (piano) criaram o recital “A Arte do Cornet” que será apresentado no dia 21 de agosto, em uma nova edição do Projeto Clássicos na Pinacoteca.
No programa estão incluídas obras de Jean-Baptiste Arban (França, 1825-1889), Thorvald Hansen (Dinamarca, 1847-1915), Claude Debussy (França, 1862-1918), Herbert Clarke (EUA, 1867-1945), Philippe Gaubert (França, 1879-1941) e Joy Webb (Inglaterra, 1932).
Exposição “O moderno que eu faço – narrativas da experiência”
A nova exposição O moderno que eu faço – narrativas da experiência também será aberta na terça-feira, 21, às 18h, na Pinacoteca Ruben Berta. A mostra reúne obras produzidas por artistas brasileiros e estrangeiros sob a égide do modernismo, movimento cultural de múltiplas facetas que assolou o ocidente na primeira metade do século 20. O acesso é gratuito e a visitação vai até 28 de setembro, de segunda a sexta, das 10h às 18h , último acesso 17h30.
A proposta curatorial, levada a cabo pelos mediadores da Pinacoteca, equipe formada pelos acadêmicos Lubianca Montagner Weber, Lucas Bairros, Luiza Ferraz e Vitória Kotz Morlin, é sustentada sobre narrativas desencadeadas pela experiência com as obras da Pinacoteca e na ação educativa com escolas e outros grupos que interagiram com a exposição “A Ventura do Moderno”, que ficou em cartaz até maio passado.
Esse novo olhar lançado pela curadoria traz trabalhos e depoimentos gerados em conjunto com os visitantes, em oficinas e mediações, elaboradas dentro do espaço da Pinacoteca, tomando como princípio o material pedagógico desenvolvido na primeira mostra. A partir desse material e em colaboração com o projeto “Cidade das Crianças”, que teve como mote a utilização da imaginação para criação de anedotas acerca das obras do acervo, foram realizadas produções que farão parte da mostra.
Assim como os jovens curadores, que estabeleceram um discurso narrativo e um percurso ao longo das salas da Pinacoteca, diferentes públicos serão, ao longo da exposição, instigados a tecer suas próprias narrativas acerca das obras tomadas isoladamente ou sobre a exposição como um todo. Esta, composta por pinturas, desenhos e esculturas, abriga obras das décadas de 1940 a 1960, apresentando temáticas tais como figuras humanas, paisagens e abstrações.
Artistas participantes
Alan Davie (Escócia, 1920 – Inglaterra, 2014)
Angelo Guido (Itália, 1893 – Pelotas, 1969)
Carybé (Argentina, 1911 – Salvador, 1997)
Chanina (Polônia, 1927 – Belo Horizonte, 2012)
Dora Cerruti (sem dados biográficos)
Fernando Duval (Pelotas, 1937)
Genaro (Salvador/BA 1926 – 1971)
Glênio Bianchetti (Bagé, 1928 – Brasília, 2014)
Hildegardo Leão Veloso (São Paulo, 1899 – Rio de Janeiro, 1966)
Ildeu Moreira (Belo Horizonte, 1920 – 1999)
Kasuo Wakabayashi (Japão, 1931)
Lucídio Leão (sem dados biográficos)
Maria Polo (Itália, 1937 – Rio de Janeiro, 1983)
Otaviano Furtado (sem dados biográficos)
Rubens Martins Albuquerque (Fortaleza, 1951)
Sylvio Jaguaribe Ekman (São Paulo, 1900)
Xico Stockinger (Áustria, 1919 – Porto Alegre, 2009)
Gravetos Armados em processo na Pinacoteca
Logo após terminar a montagem da obra “Gravetos Armados”, instalada desde maio na área externa da Pinacoteca Ruben Berta, o artista plástico Antônio Augusto Bueno vem desenvolvendo uma série de gravuras em metal a partir da imagem formada pelos gravetos selecionados no transbordo da Lomba do Pinheiro.
As primeiras gravuras desta série serão mostradas juntamente com a escultura/instalação, além do filme documental que Bebeto Alves fez acompanhando Antônio Augusto desde a vivência na Lomba do Pinheiro até a montagem na Pinacoteca. Também acompanham a exposição, um ensaio fotográfico realizado por Carolina Silveira no Museu Trabalho registrando todas as etapas do processo de gravação e impressão das seis gravuras que iniciam essa série.
“Gravetos Armados” é um projeto em aberto que Antônio Augusto desenvolve há cerca de dez anos, desde que se mudou para o Jabutipê – casa/atelier situada na Fernando Machado, antiga Rua do Arvoredo – e que vem sendo apresentado em múltiplas formas e em diferentes lugares de Porto Alegre, por cidades do interior do Rio Grande do Sul, em Florianópolis, Itajaí, Rio de Janeiro e Montevidéu.