No dia 27 de janeiro, o Cine Iberê apresenta mais uma edição do especial Cinema Mudo com Música ao Vivo, com o compositor, pianista, cantor e produtor Yanto Laitano, executando ao vivo a trilha sonora para o filme ‘Tabu’, de F. W. Murnau, realizado em 1931. Com curadoria de Marta Biavaschi, a sessão ocorre das 16h às 17h30, com entrada gratuita. Tabu integra o programa Silêncio em Movimento – Cinema Mudo com Música ao Vivo –, em diálogo com a exposição Se o paraíso fosse assim tão bom, da artista britânica Cecily Brown.
Tabu é uma fábula sobre desejo e liberdade. Dividido em duas partes – Paraíso e Paraíso Perdido –, a obra revela fusão entre o natural e o sobrenatural em uma história trágica de amor. Uma mescla também do expressionismo alemão de seu diretor F.W. Murnau e da expressão lírica de Robert J. Flaherty, coautor do argumento do filme. Em Tabu, Murnau realiza uma ruptura na sua forma usual de expressão estética, utilizada nos seus filmes anteriores. O filme recebeu Oscar de Fotografia.
Numa ilha paradisíaca do Pacífico Sul, Reri e Matahi vivem um amor impossível. A jovem virgem é prometida aos deuses pelo velho feiticeiro da tribo, o que a torna um tabu para os homens. O pescador Matahi não se conforma com esta proibição do seu romance com Reri, e decidem fugir e viver juntos longe da tribo. Quando descobertos, Reri entrega-se em troca de liberdade para seu amado. Matahi rebela-se e tenta resgatar sua amada das amarras do destino.
F. W. Murnau (1888-1931), foi um dos mais importantes realizadores do cinema mudo, do cinema expressionista alemão e do movimento Kammerspiel. Seu filme Nosferatu (1922) é um dos mais cultuados da história do cinema mundial. Outros dois de seus filmes mais conhecidos são A última gargalhada (1924) e Fausto (1926). Em 1926, muda-se para os Estados Unidose, em Hollywood, realiza Aurora (1927) e City Girl (1930). Tabu (1931) é seu primeiro e último filme independente filmado nos mares do sul. Na sua filmografia, O garoto vestido de azul (1919), Nosferatu (1922), A última gargalhada (1924), Herr Tartüff (1925), Fausto (1926), Aurora (1927), City Girl (1930) e Tabu (1931).
Yanto Laitano é pianista, compositor, cantor e produtor. Graduado e Mestre em Música pela UFRGS, suas atividades artísticas abrangem a música erudita contemporânea, eletrônica, diversos gêneros da música popular, sobretudo o rock, música indígena e música para cena. Estudou no Institut de Recherches et Coordination Acoustique/Musique, em Paris, e no Hungarofest, na Hungria. Suas composições foram apresentadas em dez países das Américas e da Europa, e uma delas lançada pela revista Guitar Review, de Nova York (2006). É compositor de trilhas sonoras para audiovisuais e espetáculos de teatro, dança e circo, com prêmios no 27º Festival de Cinema de Gramado, Histórias Curtas (RBS, 2007), Tibicuera (2015) e Açorianos de Música. Sua discografia inclui dois discos com o Ex-Machina, grupo de compositores de música experimental e o álbum conceitual Yantux, seu quinto disco, lançado em dezembro de 2017.
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