Natureza e Civilização. Urbano e selvagem. Quais os paradoxos dessas polaridades na cultura contemporânea? Pedra Verde – Muiraquitã, novo espetáculo da Cia Municipal de Dança de Porto Alegre, criado pelo coreógrafo Gustavo Silva, transita nesses territórios. As apresentações serão dias 15 e 16 de dezembro, às 20h, no Teatro Renascença (avenida Erico Veríssimo, 307, Menino Deus).
O coreografo Gustavo Silva, que já recebeu duas vezes o Prêmio Açorianos de Dança pelas obras Retrógrado 6D e Iluminus, faz um percurso dramatúrgico que vai da mata às festas eletrônicas (raves). Em cena, referências a rituais indígenas, metrópoles, êxtase, transe, contemplação, guitarras, tambores e ervas. A coreografia enérgica remete a um ritual moderno embalado pela música eletrônica, evocando a ancestralidade que aflora e ganha novos contornos numa fusão do imaginário tribal com o urbano. “A criação de dança trabalhou com elementos de danças urbanas e contemporânea, procurando explorar os recursos individuais de cada intérprete, num tour de force em que o ritmo e os movimentos, criam uma dramaturgia que explora gestos primitivos e animalescos, combinados com elaboradas e complexas sequências coreográficas. Um caleidoscópio de corpos que se movem entre o frenesi e a exaustão”, comenta Gustavo.
A pedra verde do título faz referência ao Muiraquitã, artefato talhado em pedra Jade ou madeira, usado pelos povos indígenas Tapajós e Konduri representando pessoas ou animais, ao qual são atribuídas as qualidades sobrenaturais de amuleto. É a pedra das amazonas, que segundo lendas, eram mulheres guerreiras, sem maridos, que faziam uma festa em nome de Iacinará, a lua.
A Cia Municipal de Porto Alegre é mantida pela Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal da Cultura. Com um elenco profissional de 12 bailarinos selecionados por meio de edital público, o projeto existe desde 2014 e foi sancionado por lei em 2017. A Cia já realizou 14 montagens, em mais de 50 apresentações, reunindo um público de cerca de 40 mil espectadores. Atua de forma integrada com as Escolas Preparatórias de Dança, que funcionam em cinco escolas municipais da periferia de Porto Alegre com formação em dança para crianças e adolescentes, entre 7 a 17 anos, no turno inverso da escola. A Cia Municipal também mantém a Cia Jovem de Dança, que reúne 20 alunos que se destacam nas Escolas Preparatórias de Dança e atuam junto com bailarinos profissionais, fomentando a qualificação e aprimoramento técnico e artístico desses jovens.
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