Linha d’Água e Sem Identificação, séries fotográficas de Gilberto Perin, fotógrafo, diretor de cena e roteirista, seguem em exposição nas Salas Negras do MARGS até 4 de novembro. Os dois conjuntos estimulam “uma visita às salas escuras da alma”, afirma Perin, a partir do que disse o cineasta Ingmar Bergman sobre o sentido da Arte. A exposição pode ser visitada de terças-feiras a domingos, das 10h às 19h.
A primeira série, Linha d’Água, tem 25 dípticos que remetem para uma autoficção, com associações e vivências reais ou fictícias. As imagens têm a reminiscência como elemento catalisador, mas a fronteira entre realidade e ficção é indefinida e nebulosa. “O voo – ou o mergulho – é livre”, diz o fotógrafo. A segunda, Sem Identificação, é uma crítica irônica e reflexiva de um tempo desconcertante, repleto de informações e mensagens visuais. Junto aos modelos que posaram nus, Perin explorou imagens icônicas ou, simplesmente, imagens que surgiram espontaneamente no momento do ensaio fotográfico. “Em tempo de selfies, tem uma concepção simples e direta. A nudez é apenas a parcela aparente daquilo que não é revelado sobre a nossa identidade e pensamento”, acrescentou Perin. Através das imagens, a pergunta do artista é: “Que indivíduos somos nessa sociedade que têm impulsos tão primitivos a ponto de anular a identidade do outro?”
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