A abertura da exposição acontece dia 02 de maio e a mostra segue até 05 de junho, sempre das 9h às 18h, de segunda a sexta, na Biblioteca do Sicredi
Quixadá, ou “curral de pedras”, é um paraíso brasileiro no sertão central. A terra dos monólitos que se estendem como icebergs rochosos e escaldantes até o costado das nuvens. O lugar onde as flores de maracujá florescem no “inverno” nevoento e chuvoso a apalpar a terra seca, a serenar os pensamentos, amarelando o ocaso brilhoso na fronteira do dia com a noite. Berço de escritores como Jáder de Carvalho e Rachel de Queiroz que, embora nascida em Fortaleza, adorava visitar a cidade e repousar as mãos em livros à sombra do arvoredo ou do alpendre da fazenda “Não Me Deixes”, herdada do pai. Hoje Rachel tem sua própria Casa em Quixadá, para preservar seus originais e suas memórias, erguida sobre um monólito e aberta para visitação pública no centro da cidade. E foi esta terra que Eduardo Cabeda escolheu para fotografar.
“Quixadá é dona duma luz esmaltada, dourada e única na Terra. Uma beleza que apenas se agiganta no passar das horas feito um casamento emblemático com suas texturas naturais. Tudo então é lindo e triste ao mesmo tempo. Salgado e doce, como rir e chorar na mesma volta do ponteiro. A seca, por sinal, é um tipo de beleza doída, retumba: o tempo parado a espera da chuva. Uma chuva que chove assim, no vasto interim enquanto não vem. Nesse cenário é possível fixar os olhos na fila de caminhões pipa estacionados e empoeirados na entrada da cidade, tirando um cochilo do vaivém diário, e ficar preso na imagem sem fim. Mas, uma vez que se escape dela, se pode virar o pescoço para a tranquilidade das cabras que encaram o sol como se fosse a brisa na beira da estrada”. Assim poeticamente, Eduardo fala sobre essa terra, que registrou com a mesma poesia no olhar.
Serviço:
Casa Barroso – exposição de fotos de Eduardo Cabeda
Abertura dia 02 de maio, às 13h
Visitação de 02 de maio a 05 de junho
De segunda a sexta, das 9h às 18h
Biblioteca do Sicredi – Av. Assis Brasil, 3940 – térreo. Porto Alegre
Entrada franca
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