Marcela Meirelles nasceu em Bagé, em 08.08.1973, formou-se em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e desenvolveu sua trajetória profissional, durante 15 anos, na área da Comunicação, entre Santa Maria e Porto Alegre.
O mergulho nas artes plásticas, referência familiar, resgatou o encanto pelos esboços iniciados na infância, hoje preenchidos pela tinta acrílica como uma espécie de serigrafia, como a artista define. Uma tentativa de compreender o próprio universo particular em reinvenção.
Realizou sua primeira exposição individual em Bagé na Casa de Cultura Pedro Wayne, em janeiro de 2018.
“Meu Mundo Imaginário é constituído de curvas, que ao se cruzarem, criam figuras das mais remotas lembranças… Lugares que brinquei, casas que vivi, flores que gostei, águas que nadei e por aí vai… Um universo singular e extremamente colorido, com traços soltos e leves, livres de conceitos e preconceitos do que é a arte… Uma brincadeira de uma criança que cresceu, mas que continua vívida e que gosta de pegar o seu pincel, colorir os seus rabiscos e tornar a vida mais bonita.
“Assim descreveria a minha pintura, sem pretensões, que surgiu apenas com a vontade de explodir meus sentimentos e com uma estética que procura mostrar o belo; numa visão muito particular.
“A exposição Meu Mundo Imaginário vai apresentar todas essas cores,linhas e curvas existentes no interior de cada um de nós e mostrar que nossas lembranças não são apenas fotos guardadas em uma pequena caixa no fundo do baú.
“Pintora autodidata, meus trabalhos todos são primeiramente desenhados em séries de diferentes inspirações e memórias, e só após reproduzidos para a tela. Costumo dizer que a técnica se constitui no preenchimento, com várias cores, dos nossos espaços vazios”.
A mostra “Meu Mundo Imaginário” reúne 19 telas, representativas de um estilo barroco tropicalista, como define a diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne, em Bagé, Heloisa Beckman. “É impressionante observar o surgimento de uma artista que nasce pronta. São apenas as primeiras telas, mas já com uma repercussão muito positiva”, avalia Heloisa.
Para a artista plástica Angela Zaffari, “o trabalho de Marcela se caracteriza por um traçado cheio de ritmo, de uma forma bastante estruturada. Sua determinação e talento nato fizeram com que seu trabalho seguisse numa crescente”.
O passeio pela exposição leva o público ao universo da releitura do surgimento do homem e do mundo, a partir da imaginação da artista. Cores vibrantes, formas sinuosas, dinamismo e ousadia em telas de grandes dimensões. Átina e Evoah são os personagens principais das telas que tratam da criação do mundo, enquanto a natureza e a os “santos tropicais” inauguram outras séries.
“Eu transfiro a paixão para os desenhos, que depois dão origem às telas. As pessoas dizem que têm alma, e eu concordo com isso. Foram momentos de mudança, de introspecção, que se transformaram em arte”, afirma Marcela.
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