A Academia justificou a escolha de Kazuo Ishiguro, por ser um escritor de “romances de grande força emocional”.
O escritor britânico de origem japonesa nasceu em Nagasaki, Japão, fixando-se com a família, aos 6 anos de idade, no Reino Unido, no início da década de 1960.
A secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, descreveu o Nobel da Literatura deste ano como um autor que é uma mistura de Jane Austen com Franz Kafka e um pouco de Marcel Proust.
Numa entrevista concedida momentos após a divulgação do nome do sucessor de Bob Dylan, Danius afirmou que, “se misturar Jane Austen e Franz Kafka, então consegue-se Kazuo Ishiguro, na essência, mas tem de se acrescentar um pouco de Marcel Proust, para depois mexer. Não muito”
“Ao mesmo tempo, é um escritor de grande integridade. Desenvolveu um universo estético próprio”, afirmou Danius, que realçou que a Academia Sueca atribuiu o prêmio à obra na sua plenitude e não a um livro específico.
Questionada, porém, sobre qual o seu livro favorito do autor britânico de origem japonesa, a secretária permanente da Academia Sueca disse encarar todos os seus livros como “maravilhosos, verdadeiramente requintados”. “Ele é alguém muito interessado em compreender o passado, mas não é um escritor proustiano. Não está à procura de redimir o passado. Está a explorar o que tens de esquecer para sobreviver, em primeiro lugar, enquanto indivíduo ou enquanto sociedade”, afirmou Danius.
A secretária permanente da Academia Sueca realçou que não lhes compete julgar se um premiado é controverso ou não. Espera que este anúncio “faça o mundo feliz”.
O escritor chileno Luis Sepúlveda diz que Ishiguro é um escritor periférico que simplesmente faz o trabalho de escrever boas novelas e evitar declarações bombásticas. “Os Vestígios do Dia” é uma obra que as futuras gerações lerão com espanto, porque narra a destruição diária de direitos que apoiamos por ação ou omissão “.
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