Depois de sensibilizar a plateia da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, quando conquistou a Menção Honrosa em junho, em São Paulo, agora é a vez de o documentário “Substantivo Feminino” ser exibido na mostra paralela de filmes gaúchos fora de competição do 45º Festival de Cinema de Gramado. A produção, codirigida pela gaúcha Daniela Sallet e pelo colombiano Juan Zapata, será apresentada no dia 22 de agosto (terça-feira), às 14h, no Teatro Elisabeth Rosenfeldt.
Magda Renner e Giselda Castro, as protagonistas do documentário, eram integrantes de famílias tradicionais de Porto Alegre e com representatividade nos meios políticos e sociais. Só que foram muito além dos limites domésticos para defender o meio ambiente. Começaram em 1964, na Ação Democrática Feminina Gaúcha (ADFG) com ações voltadas à autonomia das mulheres e à formação de jovens estudantes. Dez anos depois, inspiradas pelo ambientalista José Lutzenberger, passaram a militar pela ecologia. A influência dele fez com que ADFG e AGAPAN – entidade criada por Lutzenberger – trabalhassem em parceria, apoiando-se mutuamente em inúmeras causas. Graças a mobilização de Magda e Giselda, a ADFG se tornou o braço brasileiro da Friends of the Earth (Amigos da Terra), Federação Internacional presente em mais de 70 países. Como presidente e vice da ADFG Amigos da Terra, as gaúchas circularam o mundo em conferências internacionais, participaram do Comitê de ONGs do Banco Mundial, com trânsito também em eventos da ONU.
O documentário “Substantivo Feminino” foi realizado com recursos dos realizadores e ajuda de amigos em um sistema de crowfunding, sem plataforma digital. Em cinco anos, a equipe gravou 45 depoimentos em Porto Alegre, São Paulo, Brasília, Montevidéu, no Uruguai, e Colônia, na Alemanha. A produção ainda contou com o trabalho de profissionais no Rio, Buenos Aires e cidades da Europa e EUA. Todos se engajaram, muitas vezes voluntariamente, envolvidos pela grandeza das biografadas. “A generosidade da equipe foi fundamental. Todos entendiam que esta história precisava ser conhecida”, diz a codiretora Daniela Sallet, que também assina o roteiro.
A coletividade que marca a realização de ”Substantivo” reverbera um conceito que inspirava o trabalho de Giselda e Magda. O filme trata da ecologia em uma concepção ampla, que vai além do conservacionismo. “Envolve a participação cidadã, o engajamento social e político e o empoderamento feminino com causas atuais como desenvolvimento sustentável e consumo consciente”, explica Juan Zapata.
Giselda e Magda por elas mesmas
“No início, nós pregávamos: Saber consumir para melhor viver. Mas hoje nós dizemos: Reaprender a viver para não ser consumida”. Giselda Castro, sobre consumo consciente
“Todos os setores da sociedade se adonaram ou englobaram o vocabulário ecologista. E com esse vocabulário criam a ilusão de que estejam fazendo alguma coisa pela ecologia”. Magda Renner criticando os rumos do ecologismo.
Serviço
O que: Exibição do documentário “Substantivo Feminino” na mostra paralela de filmes gaúchos fora de competição do 45º Festival de Cinema de Gramado
Quando: Terça-feira, 22 de agosto de 2017
Horário: 16h
Onde: Teatro Elisabeth Rosenfeld, Rua São Pedro, 369, centro de Gramado
Obs.: O debate com os realizadores ocorrerá às 18h na Sala de Debates do Hotel Serra Azul (Rua Garibaldi, 152)
Link trailer VIMEO:
SUBSTANTIVO FEMININO (2017) – TRAILER from Daniela Sallet on Vimeo.
Ficha técnica
Direção – Daniela Sallet e Juan Zapata
Roteiro – Daniela Sallet
Montagem – Lisi Kieling
Montagem Adicional – Frederico Pinto
Finalização – Luise Bresolin
Edição de Arte – Alexandre de Freitas
Direção Musical e Trilha – Leo Henkin
Desenho de Som – Rafael Rhoden
Pesquisa – Daniela Sallet e Gustavo Veiga
Direção de Fotografia – Pablo Rosa, Juan Zapata, Edson Gandolfi e Pablo Chasseraux
Produção Executiva – Daniela Sallet e Juan Zapata
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