“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”, Saramago assim epigrafou seu mais famoso ensaio. Se o olhar dura um instante ou se perde no horizonte, ele pode permanecer em nós para sempre. O que constrói a alma do artista é aquilo que se guarda e se carrega para contar aos demais, os significados são sutis, mas podem conter em cada ponto um peso inimaginável. Esta série de obras do jovem artista têxtil Guilherme Guterres apresenta releituras de Dorival Caymmi, Van Gogh, Modigliani e outras impressões elaboradas a partir de outras artes. “O sol do sertão” é resultado da leitura de “O quinze” de Rachel de Queiroz e o panô “Paisagem Brasileira” foi criado a partir de “No rastro da Lua cheia”, canção de Almir Sater.
SOBRE O ARTISTA
Nascido no outono de 1988 em Porto Alegre, Guilherme Guterres deu seus primeiros pontos à máquina em 2014. A partir das técnicas patchwork e quilting, se inspira na beleza irrompida do cotidiano e na arte do passado. Desde 2015 integra o Coletivo Arteiros, que promove a itinerante feirArteira em Porto Alegre, e é vinculado a ALICE (Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação), Ong que promove diversos projetos sociais entre os quais, o jornal elaborado por pessoas em situação de rua “Boca de Rua”.
Como mote, o artista têxtil usa o termo “artesania” para sintetizar sua concepção de trabalho que envolve um processo criativo impulsionado pela experimentação e desprovido de compromisso com a seriação.
Os panôs são confeccionados predominantemente com tecido de algodão, linhas de poliéster e crochê, tules, organzas entre outros materiais com máquina de costura doméstica.
Galeria André Paulo Frank,
CLUBE DE CULTURA (Ramiro Barcelos, 1853)
Abertura: 11 de julho, 19h (ao mesmo tempo ocorre o Sarau Amigos da ALICE, fica opcional a entrada de 12 reais – atração musical com João Gabriel Lehmann)
Visitação de 11 a 29 de julho (horários de acordo com a programação do Clube de Cultura ou pelo contato com o artista (51) 999 355 254)
RME GUTERRES
Curadoria de CRISTINA POZZOBON
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