O Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagem, realizado pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, acontece desde 2010 e apresenta uma vasta programação de espetáculos de teatro, intervenções artísticas e ações formativas. O enfoque do Festival está no Teatro Popular, dando visibilidade e reconhecimento à produção artística de grupos teatrais de longa trajetória, comprometidos com sua comunidade de origem, o panorama sócio-político latino-americano e a constante pesquisa estética.
Hoje, teremos os seguintes espetáculos:
Terça (20/6)
Hoje Sou Hum; Amanhã Outro
Ubando Grupo (Brasil)
Teatro Bruno Kiefer 20 h
A peça “Hoje Sou Hum; Amanhã Outro”, de Qorpo-Santo, aborda as relações de poder e suas tramas. Acontece no interior do palácio de um Reino Qualquer, enquanto o povo está se matando lá fora. Entre paranóias de conspiração e o ataque de outra nação, tudo muda para não mudar e o poder da classe dominante se perpetuar. O texto tange a farsa e vai da ironia fina ao sarcasmo, revelando a sua modernidade e o paralelo inevitável aos dias atuais. “Hoje Sou Hum; Amanhã Outro”, surge com o desafio do coletivo de montar um texto de Qorpo-Santo, na íntegra, estabelecendo paralelos com a atualidade e, no âmbito da estética do ‘nonsense’. Está centrado no trabalho de atuação a partir da pesquisa do teatro físico.
Nos tempos de Gungunhana
Klemente Tsamba (Portugal/Moçambique)
Bairro Restinga 20 h
Nos tempos de Gungunhana é uma peça baseada na tradição oral dos contadores de histórias africanos, onde um único elemento se desdobra em vários personagens para, com a cumplicidade do público, retratar alguns episódios mágicos paralelos à vida do célebre rei tribal moçambicano Gungunhana.
Desmontagem Flores Arrancadas
Línea Roja (Argentina)
Teatro Carlos Carvalho 18 h
A história desta desmontagem é a história de um encontro. De um encontro com um texto, se pensarmos em uma dramaturgia narrativa. O encontro de diferentes técnicas encarnadas no corpo de duas atrizes e uma diretora, consequência de caminhos teatrais diferentes. A intenção é criar uma linguagem em comum que se soma e traga densidade para a história que ia ser narrada. O encontro com uma dramaturgia sonora, com um instrumento que se convertem em uma nova personagem que entra para dialogar com as duas personagens “arrancadas a la niebla”.
Os Sinos da Candelária
Oficina Popular de Teatro de Canoas
Sesc Canoas 20 h
Em 1993 o Rio de Janeiro foi sacudido por um crime covarde, onde crianças foram assassinadas enquanto dormiam em frente à Igreja da Candelária. Este fato originou a peça “Os Sinos da Candelária” da escritora e compositora Aurea Charpinel. E é sobre este texto teatral que a Oficina Popular de Teatro da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz na cidade de Canoas vem desenvolvendo o seu trabalho no ano de 2013/2014, abordando uma das questões mais agudas da exclusão social no Brasil – o menor abandonado.
Oficina de Criação Teatral
Teatro Malayerba (Equador)
Terreira da Tribo 9 – 12 h
A oficina terá como objetivo principal realizar uma viagem do nascimento de um texto à incarnação do mesmo na atriz ou no ator. De onde vem o texto, se não da “memória-imaginação“ de alguém que chamamos de autor? Como esse texto dramático se converte em “ação-pensamento-emoção“ em alguém que chamamos atriz-ator? Podemos propiciar um encontro no qual o autor se transforma em ator-atriz e ela ou ele, por sua vez, seja quem cria o texto baseado na sua própria memória-imaginação? A partir da experiência de trabalho no Grupo Malayerba, construímos com os oficinandos um espaço propício para a criação teatral, no sentido de uma experiência individual em relação a um coletivo. Consideramos as oficinas como um lugar de livre experimentação onde não existe a avaliação, o julgamento e nem a hierarquização do conhecimento. Onde o mestre não é mais que um facilitador do encontro de cada um com sua criatividade.
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