“Filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido com a intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas, procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no Cinesesc de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca Capitólio Petrobras passa a receber provisoriamente o projeto Raros.
Qual é o terrível segredo do Dr. Hichcock? Essa é a pergunta a ser respondida neste clássico do horror gótico italiano, dirigido por Robert Hampton, também conhecido como Riccardo Freda, mentor de Mario Bava e célebre por ter ensinado os técnicos da Atlântida a filmar brigas, além de bater em Anselmo Duarte. A sinopse do filme lembra muito Rebecca, de Alfred Hitchcock: a nova esposa de um cirurgião sente a presença da falecida esposa anterior de seu marido, e tenta descobrir a verdade. A resposta é bem mais complexa do que parece… as circunstâncias de sua morte a farão descobrir preferências, digamos, pouco ortodoxas do doutor, que gosta de suas amantes bem frias e duras. Dr. Hichcock é estrelado pela princesa do gótico italiano, a britânica Barbara Steele. O roteiro é de Ernesto Gastaldi, veterano da pulp fiction italiana e melhor roteirista do cinema fantástico local. Ao contrário de Bava, que lançou o gênero com fotografia em preto e branco, aqui vemos a estranha paleta de cores de Freda, puxando para o verde, que lembra aquelas revistas colorizadas a mão.
A versão a ser exibida é a lançada originalmente nos EUA, com pouco mais de 80 minutos. Exibição em HD com legendas em inglês. Classificação indicativa: 14 anos. Após a sessão, debate com o pesquisador Carlos Thomaz Albornoz.
Dia 14 de abril, às 20h.
Entrada franca.
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