Inaugura neste sábado, 11 de dezembro, no LabART 760, a última exposição de 2016 do espaço, Museu de Contrastes – Experiência 5. Construída com antiguidades, colecionáveis de períodos e lugares diversos, e obras de arte moderna e contemporânea, que serão exibidos lado a lado a partir de mecanismos de justaposição. Estes mecanismos permitem que se realizem novas abordagens dos diversos sentidos que os objetos carregam, seu caráter funcional e seu valor simbólico.
A exposição, com curadoria de Gaudêncio Fidelis, foi organizada levando em consideração um conjunto de objetos que normalmente compõe o espaço hierárquico da residência privada. Estruturado historicamente como uma disposição patriarcal da normatividade e da ordem, os diversos ambientes que compõe uma residência equivalem em essência à decoração de interiores necessária para preenche-los e ornamenta-los, considerando ainda o estabelecimento de uma ordem comunicativa (que assinala a classe a quem pertencem) assim como as normas do espaço doméstico e como se pressupõe agir dentro delas. Essa ordem patriarcal articulada através da disposição dos ambientes, determina regras de comportamento e um ritual específico de circulação que pode ser caracterizado como essencialmente normativo. Qualquer fuga desta hierarquia pode ser considerada como excentricidade.
Museu de Contrastes – Experiência 5 busca constituir uma biografia afetiva dos objetos, para além de sua proveniência, ao mesmo tempo que busca formular um “manual de contrastes”, através de um conjunto de estratégias de justaposição que desafiam o senso comum da lógica de exibição convencional. “Podemos dizer que este manual de contrastes é a parte da exposição que trata da introdução de novos modelos de curadoria, que sejam capazes de construir um campo de conhecimento e reflexão para uma história de exposições”, afirma Fidelis.
O que está em questão em Museu de Contrastes é uma sociologia dos objetos e seu impacto simbólico no universo da cultura. A decoração de interiores, por exemplo, causou um enorme impacto nos modos de exibição de obras que foram historicamente utilizados, mas o contrário também é verdade. O interior minimalista surgiu a partir de seus desdobramentos na arte contemporânea no início dos anos de 1960. “Um dos aspectos que esta exposição busca evidenciar são os conflitos que podemos vislumbrar desse agenciamento, entre a função dos objetos, e seu aspecto decorativo, transformados no tempo pela experiência da decoração de interiores e a adição de valor histórico”, conta.
A mostra conta com 15 obras de artistas como Antônio Augusto Bueno, Ana Norogrando, Carlos Trevi, Cibele Vieira, Fábio Del Ré, Gilda Vogt, Leandro Machado, Mário Röhnelt, Otto Sulzbach, Pedro Weingärtner, Ricardo Giuliani, Sandro Ka, Tânia Resmini e Tony Camargo, além da inclusão de antiguidades e objetos colecionáveis.
A mostra coletiva conta com empréstimos de galerias, antiquários, e coleções públicas e privada e segue em cartaz até 11 de março de 2017. O LabART 760 funciona de segunda a sexta-feira das 14h às 18h, e aos sábados, das 10h às 15h, na Rua Marechal Floriano, 760.
Museu de Contrastes – Experiência 5
Com obras de:
Ana Norogrando
Antônio Augusto Bueno
Carlos Trevi
Cibele Vieira
Fábio Del Ré
Gilda Vogt
Leandro Machado
Mário Röhnelt
Otto Sulzbach
Pedro Weingärtner
Ricardo Giuliani
Sandro Ka
Tânia Resmini
Tony Camargo
Com inclusão de antiguidades e objetos colecionáveis
De 11 de dezembro de 2016 a 11 de março de 2017
LabART 760 – Rua Marechal Floriano, 760 – Centro Histórico, Porto Alegre
Horário:
Seg-Sex: 14h-18h
Sáb: 10h-15h
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