Dia: 23 de setembro (sexta-feira), 19h
Local: Sede da APPOA (Rua Faria Santos, 258 – Petrópolis)
Coordenação: Enéas de Souza e Robson de Freitas Pereira
Convidado: Jailton Moreira, artista plástico
Após 16 anos da descoberta da Caverna de Chauvet, o cineasta Werner Herzog compartilhou com o mundo as imagens de arte rupestre datadas de 30 mil anos, que registrou no filme Caverna dos Sonhos Esquecidos (produção da Alemanha, Canadá, França, EUA e Inglaterra). O tesouro estava lacrado em razão de um deslizamento de terra, o que possibilitou manter a qualidade e o estado de conservação das pinturas. Localizada em Pont-D’Arc, no sudoeste da França, a caverna descoberta por Jean-Marie Chauvet, acompanhado de Christian Hillaire e Eliette Brunel-Deschamps, guarda mais de 400 pinturas, hoje catalogadas e intensamente estudadas e cuidadas, revelando um universo ainda desconhecido e preservado.
Nesta edição do seminário O Divã e a Tela, o artista plástico Jailton Moreira irá comentar sobre as obras desta relíquia arqueológica e artística, até então só acessível aos cientistas e pesquisadores, mas que uma licença especial permitiu a Herzog e uma pequena equipe fazer a filmagem. Parte da vida do homem pré-histórico é desvendada através da representação de animais como cavalos, leões, panteras, ursos, veados, somadas a aves predadoras semelhantes a corujas, rinocerontes e hienas. Além destes registros, embora não haja figuras completas de humanos, podem ser vistas imagens de mãos humanas e desenhos do sexo de mulheres. O solo ainda guarda as marcas de pegadas de ursos, crianças e inúmeras ossadas.
O documentário, narrado por Herzog, traz também entrevistas com personalidades de diferentes áreas, que discorrem sobre a importância da caverna, considerada como um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo ao lado da gruta de Lascaux e da Caverna de Altamira. Este encontro com o passado, conduz os espectadores a um universo secreto que diz muito sobre a importância e o valor da vida dos humanos fora da caverna. Sob a ótica de um dos arqueólogos, os estudos realizados por meio da precisão dos métodos científicos não é exatamente o principal neste trabalho, mas, sim, “criar histórias do que pode ter ocorrido na caverna no passado”.
Em seu 13º ano o seminário O Divã e a Tela, programação mensal da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA), privilegia produções voltadas para a arquitetura e urbanismo, música, literatura, dança, artes plásticas e teatro. Os filmes selecionados compõem uma rede de criações onde a psicanálise se faz presente ao promover a troca de ideias entre aqueles que gostam de cinema e das artes. A coordenação é dos psicanalistas Robson de Freitas Pereira e Enéas de Souza, co-autores do livro O Divã e a Tela – Psicanálise – Olhar – Filmes (Editora Artes e Ofícios).
Próxima atração:
14 de outubro – Teatro
Filme: Trono Manchado de Sangue, de Akira Kurosawa
Convidado: Lawrence Flores Pereira, professor e tradutor
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